O pensamento é um só. Garantir, no mínimo, uma semifinal. Com chances de assumir a liderança do Circuito Mundial, Gabriel Medina compete confiante num bom resultado na nona etapa do Tour, que começa na próxima terça-feira (4/10), em Hossegor, na França. Motivos para pensar numa arrancada para o bicampeonato mundial não faltam. Além de ser o atual vencedor da disputa francesa, foi nesse evento, que ele garantiu momentos marcantes de sua trajetória de sucesso.
Logo em sua segunda apresentação na elite mundial, em 2011, o então novato da elite enfrentou Kelly Slater pela primeira vez e o venceu; foi onde tirou a primeira nota dez e conquistou a primeira vitória no Circuito. As boas atuações se repetiram e ele foi segundo colocado em 2013 e voltou a vencer ano passado. Em cinco participações em Hossegor, seu pior resultado foi a quinta colocação.
Além disso, ainda como amador, foi na França que conquistou o seu primeiro título internacional, no King of the Groms. “Eu tinha 15 anos, tirei duas notas dez. é um lugar especial, sem dúvida”, lembra Gabriel. “Um lugar que me sinto muito confortável, me sinto em casa. Já tive vitórias lá e é uma onda que eu amo”, afirma o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe.
“É um beach break perfeito. Uma onda parecida com a do Brasil. Um dos lugares mais divertidos de surfar no Tour, onde tive mais sucesso”, comenta Medina, que chega determinado. “O negócio é ir e fazer o melhor. É sempre buscar um bom resultado e para mim o que vale é semifinal para cima. São as colocações que contam. Quero ir bem para dar o ataque final em Portugal ou no Havaí”, avisa.
Gabriel lembra com carinho de sua vitória em 2011. Era apenas a sua segunda apresentação no Tour e ele demonstrou que vinha para ficar e fazer história. “Foi um campeonato que tudo conspirou a meu favor. As coisas foram acontecendo. Quase perdi no round dois para o Bede Durbidge e a sorte estava do meu lado. A onda vinha e eu conseguia tirar a nota”, recorda.
Mas sem dúvida, o grande momento foi estar na mesma bateria com Slater. Na primeira apresentação, foi superado (era uma fase no loser), mas depois, nas quartas-de-final, levou a melhor. “Era um sonho competir com o Kelly. Sempre tive esse sonho, por ele ser um ídolo e exemplo para todos os surfistas. Foi alucinante, um dia especial para mim e para a minha família. Estava um pouco nervoso antes da bateria homem a homem, mas consegui sair com a vitória”, contou.
Na sequência, já aliviado e se sentindo no lucro – afinal era sua segunda etapa e já tinha vencido o ídolo – venceu Taylor Knox, com o primeiro dez recebido dos juízes. Na ocasião, o rival citou o “Medina Airlines”, pela qualidade do aéreo que rendeu a nota máxima. E na final, venceu Julian Wilson. Já no ano passado, o primeiro lugar veio contra o mesmo Bede Durbidge, que quase o venceu lá em 2011.
No ranking, Gabriel Medina ocupa a vice-liderança, tendo como principais resultados a vitória em Fiji e dois terceiros, no Rio de Janeiro e no Taiti. Na França, ele está escalado para a quinta bateria, contra o havaiano Dusty Paine e um atleta convidado.