Um dia épico para ficar marcado na história do Rip Curl Pro Argentina, que pela primeira vez em cinco anos teve baterias disputadas no icônico e lendário pico do Yacht, pointbreak de direitas perfeitas localizado do outro lado dos molhes da Playa Grande de Mar del Plata.
E os surfistas deram um show no sábado, com Krystian Kymerson comandando o espetáculo batendo recordes a cada apresentação. Foram realizadas vinte baterias para definir as semifinais do QS 1500 masculino e do QS 1000 feminino, que vão abrir o domingo decisivo da etapa que abre o calendário 2017 da WSL South America. A primeira chamada do último dia será às 9h00, novamente na estrutura alternativa instalada no Yacht.
“Felizmente eu consegui achar boas ondas nas minhas baterias e só tenho que agradecer a Deus por isso”, disse Krystian Kymerson. “Eu estou bem focado nesse evento, é o primeiro campeonato que eu participo esse ano e treinei bastante especialmente para competir aqui. Espero continuar fazendo boas performances para chegar na final. Depois daqui, vou para Portugal disputar um QS 3000 e se Deus quiser fazer outro bom resultado lá”.
O capixaba foi o primeiro a se destacar nas direitas perfeitas do Yacht. Ele registrou novos recordes para o Rip Curl Pro Argentina logo no segundo confronto do dia, massacrando uma onda com uma série de manobras que arrancou nota 9,75 dos juízes para totalizar 17,15 pontos. Quatro baterias depois, o paraibano Samuel Igo aumentou essas marcas para 9,80 e 17,55 pontos. Mas, na quarta fase, Krystian Kymerson deu outro show para atingir 17,85 pontos, somando notas 9,60 e 8,25. Depois, ganhou o primeiro duelo brasileiro das quartas de final, derrotando o catarinense Luan Wood por 14,25 a 11,25 numa bateria mais fraca de ondas.
Seu adversário na primeira semifinal será o carioca Jeronimo Vargas, que no confronto seguinte superou o catarinense Gustavo Ramos por uma pequena diferença de 14,25 a 14,15 pontos, graças a nota 8,00 da sua melhor onda surfada na bateria. Jeronimo já tinha enfrentado Krystian Kymerson na fase anterior, quando eliminou o argentino Francisco Usuna e o paulista Wesley Santos na briga pela segunda vaga para as quartas de final.
“Deu altas ondas hoje (sábado) aqui, mas essa última bateria as condições estavam mais difíceis e fiquei um pouco nervoso”, contou Jeronimo Vargas. “Na verdade, essa é a primeira vez que eu passo para as semifinais em etapas do Circuito Mundial. Parei nas quartas de final algumas vezes e estou tentando me concentrar só em surfar bem onda por onda. Estou muito cansado, pois não é fácil disputar três baterias num dia com ondas grandes assim e estou morto. Quero comer, dormir e descansar bem para chegar amanhã aqui inteiro de novo”.
Na terceira quarta de final 100% brasileira, o recordista absoluto da quinta-feira nas esquerdas da Playa Grande, Thiago Camarão, achou as melhores ondas que entraram na bateria para bater o paraibano José Francisco por uma larga vantagem de 17,15 a 11,35 pontos. Ele selou a vitória com a nota 8,65 recebida em sua última onda, que foi a melhor de toda a bateria.
Thiago Camarão vai disputar a segunda vaga na grande final do QS 1500 Rip Curl Pro Argentina com Anthony Fillingim. O único surfista da Costa Rica em Mar del Plata, barrou o último argentino na bateria que fechou o sábado, já quase escurecendo na Playa Grande. José Ignacio Gundesen tentou a vitória até o fim, mas não conseguiu superar os 13,60 pontos que o costa-ricense tinha computado com as notas 7,50 e 6,10 das suas melhores ondas.
QS 1000 FEMININO – Mas, Lucia Cosoleto carrega a esperança de título argentino na primeira etapa do WSL Qualifying Series feminino disputada em cinco anos do Rip Curl Pro Argentina. Ela iniciou o extermínio das brasileiras nas quartas de final, despachando a cearense Yanca Costa por 14,75 a 9,05 pontos, somando notas 7,75 e 7,00. A vice-campeã sul-americana Pro Junior da WSL South America no ano passado, vai enfrentar a equatoriana Dominic Barona na disputa pela primeira vaga na grande final em Mar del Plata.
“Estou muito feliz porque consegui achar boas ondas para vencer essa bateria, mas foi bem difícil”, disse Lucia Cosoleto. “Eu queria abrir rápido a bateria e pegar as ondas maiores para ir trocando as notas, então estou contente por ter dado tudo certo. Essas ondas aqui no Yacht são incríveis e estou muito confiante para conseguir um bom resultado amanhã (domingo)”.
Campeã sul-americana profissional da WSL South America em 2011, Dominic Barona, teve muito trabalho no confronto com a atual campeã sul-americana Pro Junior, Tainá Hinckel. A brasileira surfou uma onda de forma incrível e recebeu a maior nota nas direitas do Yacht entre as meninas, 9,00. Ela liderou a bateria até o último minuto, quando a equatoriana destruiu uma onda com batidas e rasgadas potentes que valeram nota 8,70 e a virada no placar para 16,45 a 15,00 pontos.
Na terceira bateria, a peruana campeã sul-americana profissional da WSL South America em 2010 e 2013, Anali Gomez, vingou a derrota sofrida para a brasileira Camila Cassia em sua estreia no QS 1000 Rip Curl Pro Argentina. Foi uma disputa de poucas ondas surfadas e a peruana levou a melhor computando notas 6,50 e 5,90 no resultado de 12,40 a 11,00 pontos. Anali Gomez agora fará um duelo peruano nas semifinais com Melanie Giunta, que derrotou a última brasileira, Maju Freitas, por 8,35 a 7,00 em uma bateria mais fraca de ondas.
“Estou muito contente que mudaram o campeonato para essa direita mágica e espero que amanhã (domingo) continue bombando altas ondas aqui”, disse Anali Gomez. “A bateria foi um pouco complicada, porque a brasileira (Camila Cassia) vinha surfando muito bem. O nível das meninas está cada vez mais alto, então estou feliz por ter avançado e espero fazer a final aqui”.
Rip Curl Pro Argentina 2017
Semifinais do QS1.500 masculino
1 Krystian Kymerson (BRA) x Jerônimo Vargas (BRA)
2 Thiago Camarão (BRA) x Anthony Fillingim (CRI)
Semifinais do QS1.000 feminino
1 Lucia Cosoleto (ARG) x Dominic Barona (EQU)
2 Anali Gomez (PER) x Melanie Giunta (PER)