Há 20 anos terminava a guerra civil em El Salvador, uma revolução que matou aproximadamente 75 mil pessoas. A guerra chegou ao fim em 1992 e hoje, apesar de ser o menor país da América Central em termos geográficos, El Salvador possui a terceira maior economia da região. A moeda corrente é o dólar americano.
Cerca de 90% da população é mestiça, uma mistura de ameríndios e espanhóis, são muito hospitaleiros e apesar de alguns anos atrás ser um destino meio perigoso esta condição melhorou muito, mas vale a pena não dar mole. El Salvador não está muita estruturado para o turismo, mas com a ajuda de um guia você pode conhecer alguns sítios arqueológicos e fazer alguns passeios por praias e matas.
Para o surf, o melhor período é de março a novembro quando entram os swells de sul e são dois os principais destinos: a região de La Libertad, próxima à capital San Salvador, mais bem estruturada porém com mais crowd, onde você vai encontrar um maior número de picos de como: Punta Rocas, Sunzal, Conchalito, Bocana, Palmarcito, Km 59 e 61 e Mizata. Vale a pena alugar um carro para ter acesso a todos os picos. No extremo sul do país está a região da província de São Miguel, onde fica o vilarejo de El Cuco, com menos crowd com 3 picos de surf em destaque: La Ventana, Punta Mango e Las Flores, que fica muito próxima do vilarejo. Nesta região a necessidade de um carro é menor pois a melhor opção de acesso aos picos é de barco.
Fiz uma viagem de 10 dias com os meus amigos Kiko e Henrique Gallucci e Pedro Nascimento e optamos somente pela região de Las Flores, onde encontramos um swell de gala. Da capital San Salvador até lá são 3 horas de carro, feita pelo transfer do hotel onde estávamos hospedados.
El Salvador é uma ótima opção para uma surf trip barata e com altas ondas. Em Las Flores, as opções de acomodações vão desde diárias de 10 dólares por pessoa em acomodações muito rústicas, até US$ 200 por pessoa com tudo incluso em hotéis bem estruturados. Entre as opções de hospedagem na região estão o Las Flores Surf Club e o Punta Mango Resorts, com uma condição bem privilegiada e o AST Las Flores e o Miraflores com preços mais acessíveis, todos de cara para as ondas.
Optamos pelo AST Las Flores, com acomodações e serviços bem simples, com ar condicionado, servindo todas as refeições e o melhor: em cima do pico de Las Flores.
As opções de lugares para comer não são muitas e uma refeição custa em média de 6 a 10 dólares para um prato com peixe, podendo chegar a 15 dólares para um prato com lagosta, geralmente acompanhados de arroz e verduras cozidas ou salada. Fomos jantar um dia no Las Flores Surf Club e pagamos pelo jantar 50 dólares cada um, em compensação você pode comer uma pupusa, uma espécie de taco mexicano feita com uma massa mais grossa recheado de frango, carne ou legumes por 4 dólares. Uma cerveja long neck local custa 1 dólar.
Uma saída de barco de Las Flores para Punta Mango sai em média 10 dólares por pessoa, acompanhada por um fotógrafo local que irá cobrar, dependendo da quantidade de fotos, 20 dólares a seção (tudo pode ser negociado).
Pegamos durante toda a viagem altas ondas, tanto em Las Flores uma direita muito longa e muito fácil, como também em Punta Mango outra direita mais curta porém mais cavada.
No Ast Las Flores por ficar bem em cima do pico era comum as pessoas de outros hotéis passarem por lá para ver as ondas, lá fizemos muitas amizades e rimos muito na companhia de um grupo grande de médicos do Rio Grande do Sul e principalmente com locais Abel e Emillio Duran.
Sem dúvida El Salvador é uma trip que vale a pena, muita onda, água quente, locais amigáveis num lugar onde você pode curtir muito, gastando pouco.