Danilo Costa

Direto de Natal

Danilo Costa

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Danilo Costa vive nova fase na carreira. Foto: Alexandre Alessy.

 

Nascido em São Paulo e criado no Rio Grande do Norte, estado que sempre representou em sua carreira, Danilo Costa é um dos principais expoentes do surfe potiguar, celeiro de talentos como Joca Júnior, Marcelo Nunes, Jadson André e Italo Ferreira, entre outros.

Depois de uma longa temporada no Guarujá (SP), Danilo voltou a Natal e atualmente tem se dedicado à categoria Master e ao Circuito Brasileiro Profissional. Em 2015, o ex-Top da elite mundial conquistou o título nacional da categoria disputada por atletas com idade mínima de 35 anos, mesmo sem disputar a última etapa do circuito, em Itacaré (BA).

Costa ficou fora da decisão devido a uma regra da Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP) que proibia a participação de atletas com mais de 18 anos em eventos amadores e também em competições profissionais com premiação abaixo de R$ 10 mil. Nesta entrevista, ele revela que essa situação fez com que a entidade alterasse a regra, passando a permitir a participação de atletas profissionais nas categorias Master e em outras acima de 35 anos.

Também conversamos com Danilo Costa sobre o seu atual momento na carreira, o surfe potiguar, o título mundial de Adriano de Souza e alguns fatos marcantes em sua passagem pela elite mundial, em 2003.

Como tem sido a sua rotina no Rio Grande do Norte?

Estou de volta a Natal há um ano, depois de um bom tempo no Guarujá (SP), e está sendo muito bom pra mim voltar a surfar com os amigos. Todos sabem da perfeição das ondas de point break que o Rio Grande do Norte oferece. Estou surfando todos os dias e treinando forte para defender o título brasileiro Master.

Qual a atual situação do surfe em teu estado?

O ano começou bem, com Junior Rocha (ex-surfista profissional) promovendo o Festival Aloha Brasil e trazendo a categoria Pro novamente ao cenário estadual. Em termos de categoria amadoras, temos bastante competições e isso é muito importante – fortalecer as categorias de base -, sem contar com algumas competições a nível nordestino que passam por aqui.

Qual o balanço que faz sobre a volta do SuperSurf? Foi positivo? Qual a expectativa para 2016?

O SuperSurf ter voltado foi excelente, pois o circuito brasileiro estava sem brilho antes disso acontecer. Faltam alguns ajustes para voltar a ter a força que tinha antes.

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Danilo Costa no pódio do Brasileiro Master da CBS em Saquarema (RJ). Foto: Claudio Damangar.

 
Você participou bastante da carreira de Mineirinho. No que acha que contribuiu nessa caminhada do novo campeão mundial?

Eu sou uma geração acima de Adriano e acompanhei toda a sua evolução desde as categorias amadoras até a entrada chegada ao CT. Viajávamos muito juntos e fui passando toda a minha experiência no circuito mundial para ele. O trabalho que fizemos com Luiz Henrique, o “Pinga”,  além de toda a técnica e estratégia. Somos como uma família, e viajar com pessoas com quem você se sente bem faz toda a diferença nessa vida louca que é o circuito.

Estava confiante em Mineiro na reta final do Tour? O ranking estava bem embolado antes de Pipe…

Sempre acreditei que Adriano seria campeão do mundo. Em 2015 estava tudo conspirando para que ele finalmente fosse o campeão do mundo e nos falamos quando ainda estava na etapa do QS em Sunset. Falei pra ele que este ano era o ano em que ele seria campeão e tudo foi se desenhando para o título. Fiquei muito emocionado com a conquista.

E quanto a Jadson? Quais as suas principais qualidades e o que acha que ele precisa melhorar?

Jadson amadureceu muito nestes últimos dois anos e ele é um cara respeitado no Tour, um excelente tube rider, surfa ondas grandes, mestre nos aéreos, mas tem que achar a constância de encaixar um resultado atrás do outro e isso é uma barreira para muitos atletas. Acho que trabalhar a parte psicológica é o que falta pra ele.

Esperava que Italo chegasse tão longe logo em seu primeiro ano?

Realmente não. Sabia que ele ia dar trabalho, mas, pela ascensão meteórica dele em dois anos, se tornando campeão brasileiro profissional, entrando no CT e sendo o sétimo do mundo, surpreendeu a todos, inclusive a mim.

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Danilo Costa durante o CT em Teahupoo, no ano de 2003, quando ganhou o apelido de “Giant Killer” (Matador de Gigantes).  Foto: Aaron Chang.

 
Depois de Jadson e Italo, quem são os potiguares que estão despontando e podem pintar no cenário internacional futuramente?

Há dois atletas que estão se destacando no cenário nacional: Matheus Sena e Vitor Costa. Se continuarem evoluindo da maneira que estão, vai ser inevitável a aparição deles nas etapas da WSL.

Você também fez parte da elite mundial. Conte-nos sobre essa experiência e o que faltou para passar mais tempo no Tour.

Tive altos e baixos no ano que passei no Tour. O melhor foi quando cheguei a Teahupoo e consegui mostrar toda a minha experiência de anos surfando aquela onda. Fui até a semifinal. Logo na etapa seguinte veio o pior momento: uma fratura no pé direito, na etapa de Fiji. Fiquei fora de várias etapas e acabei não me reclassificando. Bati na porta por vários anos depois disso e não consegui mostrar todo o meu potencial no CT.

Qual a sua melhor bateria no Tour? Conte um pouco sobre ela.

Minha melhor bateria no Tour foi a minha semifinal em Teahupoo, apesar de ter perdido para Kelly Slater. Fiz duas notas acima de 9 pontos, essa foi inesquecível.

Em 2015, você foi campeão brasileiro Master mesmo sem disputar a última etapa. Aliás, pelo fato de ser integrante do SuperSurf, você não podia mais competir em eventos amadores. Os profissionais de até 18 anos podem disputar eventos da CBS. Acha que poderia haver uma exceção também para os veteranos?

Graças a esse fato que aconteceu comigo, agora a Abrasp liberou que os atletas acima de 35 anos possam participar das etapas da CBS nas categorias Master, Grand Master, etc. Isso vai ser muito bom pra quem ama competição, como eu.

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