O título de rei do Onbongo Pro Surfing em Ubatuba (SP) começou a ser disputado nesta terça-feira quase com lotação máxima de inscritos.
Um total de 181 surfistas de 15 países se candidatou para sentar no trono especialmente criado junto com uma coroa para o campeão de um dos eventos mais tradicionais do Circuito Mundial de Surfe Profissional.
85 deles já entraram nas 24 baterias da fase inicial programadas para o primeiro dia na praia de Itamambuca.
A etapa nível 6 estrelas de US$ 125 mil dólares em prêmios fecha a ?perna brasileira? de fim-de-ano da ASP South America e foi iniciada debaixo de muita chuva, que chegou junto com as ondas.
Apesar da chuva, o Onbongo Pro Surfing começou quente dentro d?água, com vários surfistas conseguindo grandes apresentações em suas estréias na Cidade do Surf, como Ubatuba é conhecida.
O cearense Márcio Farney arrancou até nota 10 de um dos quatro juízes na última onda que surfou para vencer o terceiro confronto do dia com uma média 9,65 nesta onda.
Quatro baterias depois, o baiano Flávio Costa, semifinalista da etapa que abriu a ?perna brasileira? de fim-de-ano em Itajaí (SC), foi quem chegou mais perto dos 15,65 pontos totalizados por Márcio Farney, atingindo 15,50 pontos na estréia vitoriosa nas ondas de 1 metro em Itamambuca.
?Realmente estou com o surfe no pé, fazendo o que os juízes querem ver, usando bem as bordas nas manobras e está dando certo. Foi assim lá na Brava de Itajaí, aqui já comecei bem e espero ir longe neste campeonato, pois preciso de outro bom resultado para poder ter um seeding melhor para disputar as principais etapas do WQS no ano que vem. Estou em busca disso e vou conseguir com certeza?, afirma confiante Flávio Costa, que em Santa Catarina só foi barrado pelo campeão da prova, o paulista Adriano de Souza.
Uma das muitas atrações desta semana no Onbongo Pro Surfing em Ubatuba. Ele é um dos 48 cabeças-de-chave que entram direto na terceira e última rodada de 24 baterias, cuja lista inclui vários estrangeiros que na semana passada competiram na etapa 6 estrelas ?prime? das Ilhas Canárias.
Um deles é o australiano Nathan Hedge, que até o ano passado integrava a elite mundial do WCT e em 2005 confirmou o heptacampeonato antecipado de Kelly Slater ao derrotar o havaiano Andy Irons na praia da Vila, Imbituba (SC).
Neste ano ele já venceu uma etapa do WQS na Escócia, porém ainda está fora do grupo dos 15 que se classificam para o WCT.
Nathan Hedge veio ao Brasil especialmente para disputar o Onbongo Pro Surfing buscando recuperar sua vaga na divisão de elite do esporte e foi um dos muitos gringos que treinaram na terça-feira chuvosa.
?Eu espero ter um bom desempenho nesse evento. Nunca estive aqui, mas quero me divertir e conseguir um bom resultado para chegar embalado no Hawaii, que será decisivo para mim nesta corrida para voltar ao WCT. Achei este lugar muito bonito, tem um riozinho ali no canto que combina com o visual e já deu para ver que é um ótimo beach break?, diz Nathan Hedge, 26.o colocado no ranking que no momento está classificando até o 19.o colocado, Neco Padaratz.
O catarinense havia saído do grupo na etapa de Itajaí (SC), mas o sul-africano Royden Bryson que pegou seu lugar nas Ilhas Canárias já está garantindo sua permanência entre os 24 que são mantidos pelo ranking WCT e dispensam a classificação pelo WQS para o próximo colocado, no caso, o catarinense Neco Padaratz.
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Enquanto alguns brigam pelas últimas vagas para o WCT do ano que vem no Onbongo Pro Surfing, outros tentam um lugar entre os 100 primeiros para poderem disputar as etapas que fecham a temporada no Hawaii e as principais do WQS em 2008.
Um dos que correm atrás deste objetivo é o catarinense Marco Polo, que neste ano terminou em terceiro lugar no ranking do circuito brasileiro profissional.
?Comecei com o pé direito, vencendo a bateria. Me concentrei no mar umas quatro baterias antes e fiquei bem posicionado, encaixado na vala aqui de Itamambuca. Quero tentar conseguir entrar nos 100 do WQS (ele está em 118.o) para poder competir lá no Hawaii neste ano. Estou bem confiante, com boas pranchas e vou dar tudo de mim para passar as baterias, sonhando em sentar no trono de campeão e receber a coroa do Renan Rocha?, deseja Polo.
Outro que também estreou com vitória foi o paulista Wiggolly Dantas,, que praticamente nasceu na praia de Itamambuca, onde sua mãe tem um comércio de lanches.
Há duas semanas, ele conquistou o título de campeão sul-americano Sub-20 invicto, vencendo as duas únicas seletivas realizadas no Peru e em São Sebastião (SP).
?Batalhei muito para isso e agora estou com uma boa expectativa neste evento por estar competindo em casa.Estou participando pensando em pegar experiência entre os profissionais, tem muita gente boa inscrita no campeonato, surfistas do WCT inclusive, mas conheço bem essa onda e espero que isso seja positivo para mim na hora das baterias?, comenta Wiggolly, irmão mais novo da vice-campeã brasileira Suelen Naraisa.
A programação do Onbongo Pro Surfing é realizar entre 20 a 24 baterias por dia. Na terça-feira, foram disputadas as 24 da primeira fase e nesta quarta-feira a segunda fase começa às 8 horas.
Os principais cabeças-de-chave estréiam na terceira e última rodada de 24 baterias. Também fazem parte desta relação o campeão catarinense e sul-brasileiro Diego Rosa, atleta da Equipe Onbongo de competição como o paulista Alexandre Moliterno, que é o freesurfer da marca, que participa como convidado direto na segunda fase e ilustra o cartaz do campeonato neste ano.
?Para mim é muito gratificante ter este privilégio de correr o campeonato em casa e espero que a previsão se confirme para termos boas ondas amanhã. Sou muito acostumado com esta onda, moro aqui, então vou tentar usar isso a meu favor?, diz Alexandre Moliterno, 34, que já não participa mais de tantos campeonatos e vem se especializando só em pegar ondas grandes.
Onbongo Pro Surfing
Relação dos surfistas pré-classificados que estréiam nas baterias da segunda fase
1 Adam Melling (Aus) e Beto Fernandes (Bra) pegam Mark Mathews (Aus) e Michel Roque (Bra)
2 Junior Faria (Bra) e Guilherme Herdy (Bra) x Flávio Nakagima (Bra) e Diego Santos (Bra)
3 Justin Mujica (Por) e Heitor Pereira (Bra) x Márcio Farney (Bra) e Dean Randazzo (EUA)
4 Yuri Sodré (Bra) e Kyle Garson (EUA) x Pedro Norberto (Bra) e Fabrício Júnior (Bra)
5 Leigh Sedley (Aus) e Jano Belo (Bra) x Robson Santos (Bra) e Jole Leandro (Bra)
6 Danilo Costa (Bra) e Brian Toth (Pri) x Eduardo Rollins (Bra) e Igor Moraes (Bra)
7 Shaun Ward (EUA) e Gustavo Fernandes (Bra) x Flávio Costa (Bra) e Magno Pacheco (Bra)
8 Hideyoshi Tanaka (Jap) e Abdel El Harim (Mar) x Adilton Mariano (Bra) e Wilson Nora (Bra)
9 Pablo Gutierrez (Esp) e Dylan Graves (Pri) x Emerson Piai (Bra) e Alon Campestrini (Bra)
10 Gony Zubizareta (Esp) e Ryan Campbell (Aus) x Beto Mariano (Bra) e Wiggolly Dantas (Bra)
11 Federico Pilurzu (Cri) e Daniel Redman (Afr) x Thomas Hermes (Bra) e Bernardo Lopes (Bra)
12 Gilmar Silva (Bra) e Davi de Jesus (Bra) x Eric de Souza (Bra) e Marco Polo (Bra)
13 Hodei Collazo (Esp) e Raoni Monteiro (Bra) x Gustavo Schilickmann (Bra) e Felipe Ximenes (Bra)
14 Bruno Santos (Bra) e Marcelo Nunes (Bra) x Davi do Carmo (Bra) e Thiago Bianchini (Bra)
15 Antonio Bortoletto (Afr) e Mason Ho (Haw)
16 Paulo Moura (Bra) e Darrell Goodrum (EUA)
17 Tanner Gudauskas (EUA) e Kepa Acero (Esp)
18 Warwick Wright (Afr) e Romain Laulhe (Fra)
19 Leandro Bastos (Bra) e Dunga Neto (Bra)
20 Ola Eleogram (Haw) e Peterson Rosa (Bra)
21 Pedro Henrique (Bra) e Renato Galvão (Bra)
22 Fábio Gouveia (Bra) e Shaun Burrell (EUA)
23 Dane Gudauskas (EUA) e Tânio Barreto (Bra)
24 Kekoa Bacalso (Haw) e Alexandre Moliterno (Bra)