O termo quiver ainda tem muito a ver com diferentes tamanhos de pranchas, basicamente com o mesmo tipo de shape, para uma finalidade específica: potencializar desempenho competitivo.
Por isso as pranchas de um quiver como do John John Florence, por exemplo, é composto por pranchas muito parecidas umas com as outras ao olhar de um leigo.
Já um quiver, para quem quiser, além de bom desempenho, divertir-se sem compromisso em várias situações, é diferente.
Vamos ao básico, que pode ganhar componentes conforme a vontade, possibilidade e versatilidade do usuário. Estamos falando de um quiver caseiro, do dia a dia, sem pensar em viagens para ondas completamente diversas daqui.
1 – Para começar, claro, aquela prancha que vai bem no mar que você surfa com mais frequência. Provavelmente uma triquilha, com opção para quadriquilha. Pode ser de Epoxy/EPS ou Poliéster/PU, com ou sem longarina, dependendo do gosto do freguês.
Essa é aquela prancha de “outline convencional”, que deve ser um pouco maior ou menor do que a estatura do dono. Rabeta a gosto. Ela vai funcionar na maior parte das ondas que você surfará pelo Brasil.
2 – Ainda pensando sobre desempenho vale ter uma segunda prancha um pouco maior, para ondas maiores, ou troque essa pela opção 3, já que, dependendo do seu perfil e da área onde você mora, você talvez precise mais de uma prancha para dias com ondas menores do que maiores.
A prancha que garante segurança em dias maiores é aquela mais esticadinha, com bico e rabeta mais estreitos do que a do dia a dia. Uma prancha de PU (poliuretano), longarina central, com um pouco mais de rocker de entrada e boa remada. Essa prancha pode ser um palmo ou mais maior do que você, normalmente de rabeta pin, round pin ou round squash.
3 – Merrequeira Tipo A. Se você não é do tipo que gosta de diversificar as linhas de surfe, quer voar sobre o lip e continuar atacando as ondas verticalmente, mesmo que sejam bem menores do que você (covardia), o melhor é ter uma tri ou quad larguinha, com mais área de bico, mais reta (menos rocker de entrada e saída).
Essa prancha deve ter um pouco mais de volume, espessura na rabeta. Aliás, não se apegue à litragem, em ondas menores o volume é seu amigo. No caso de triquilhas vale lembrar que essa pode ir bem com uma quilha central menor.??
Tipo B. Biquilhas são muito divertidas e podem produzir velocidade mesmo em ondas mais fracas. Se surfar na borda terá linhas longas, se usar de fundo elas são soltas como o diabo e tendem a derrapar. Sim, as linhas traçadas serão diferentes, mas é justamente aí que mora a diversão, especialmente se você usar quilhas clássicas, tipo keel fins. Fishes e minisimmons são o principal nesse cardápio que te oferece ótima remada, com um outline largo, retas e com boa flutuação.
Lembre-se, essas pequenas pranchas, ali pela altura dos seus olhos ou menores, apesar de serem feitas para ondas pequenas, devem ter um certo peso. Acredite, a inércia gerada por ele ajuda a criar e manter velocidade.
4 – Longboard. Se você nunca surfou com um não sabe o que está perdendo. Um long oferece outro universo de diversão, mesmo em ondas em que as pranchinhas afundam ou se tornam instrumentos sem graça. Os tipos clássicos, mais retos, largos, super pesados e sem edge na rabeta, devem ser opção para quem já tem a manha ou está mesmo a fim de se dedicar à categoria.
Long performance, super leve, com muita curva de fundo, triquilha e fino fica para quem quer usar como se fosse pranchinha, em ondas maiores. Conclusão? Um long híbrido, que você pode usar como monoquilha ou quilha central com estabilizadores laterais. Esse tipo de long tem bom rocker de rabeta, com edge até a frente das quilhas laterais.
Não é tão largo quanto um clássico, nem tão leve quanto um performance. Use e abuse de toda a área oferecida, incluindo o bico. Seu estilo vai melhorar, assim como seu entendimento sobre curvas a fazer numa onda, com qualquer tipo de prancha.