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DNA de campeão

Filipe Toledo, Quiksilver Pro 2013, França

Filho do ex-campeão brasileiro Ricardo Toledo, Filipinho é um dos principais representantes da nova geração do surf nacional. Foto: Jose Rus.

 

Ian herdou o DNA de competidor do pai, Fábio Gouveia. Foto: Marcio Canavarro.

Não é de hoje que vemos nas competições atletas de ponta que são filhos de surfistas renomados, ou seja, jovens que foram verdadeiramente, nascidos e criados à base de sol, água salgada, parafina e muito surf!

 

Alguns dos grandes mitos do surf mundial como, por exemplo, o eterno mestre do estilo, Tom Curren, filho do lendário shaper e surfista de ondas grandes, Pat Curren, e o waterman Laird Hamilton, criado no Hawaii por seu pai adotivo, outro grande surfista e shaper, Bill Hamilton, foram crianças educadas em um ambiente onde, desde muito cedo, pegar onda era algo muito natural, parte da rotina familiar.

 

Aqui no Brasil, igualmente, cada vez mais surgem atletas se destacando dentro d’água que vêm de famílias de surfistas, tais como os jovens Ian Gouveia, filho do fabuloso Fabinho Gouveia, e a nova promessa do surf verde e amarelo Filipe Toledo, filho do ex-campeão brasileiro Ricardo Toledo, entre outros.

 

O DNA também é passado para as meninas, com destaque para a representante da tradicional família Ho, Coco, respectivamente, filha e sobrinha das lendas Michael e Derek, que vem esbanjando estilo no tour. De onde será que vem todo esse talento?

 

É muito empolgante acompanhar o sucesso de surfistas que são filhos de grandes ídolos do esporte e que, em breve, ou, porque não, atualmente, já contam com uma legião de fãs e deixam seus familiares big riders boquiaberos e cheios de orgulho da cria, assistindo da areia um farto repertório de manobras progressivas. Filho de peixe peixinho é!

 

Mas além do DNA de campeão, ao meu ver, tem algo mais.

 

Todos estes atletas acima mencionados, por serem filhos de surfistas, desde seus primeiros passos na areia, foram incentivados a praticar e amar o surf e o mar, além, é claro, de terem aprendido o esporte com professores de primeira linha, e normalmente em praias com ondas de qualidade.

 

Enquanto isso, em outros lares com conceitos mais atrasados, por o surf profissional ser um esporte bem recente – se comparado, principalmente, com os olímpicos –, infelizmente, muitos jovens talentosos que buscam a evolução no surf esbarram na falta de apoio da família. Ainda existe muita gente que não se tocou de que já se foi o tempo onde se dizia “Filho, surf não dá futuro”.

 

Hoje em dia, os free surfers profissionais, atletas que ganham a vida pegando altas ondas mundo afora, proporcionando belas imagens para seus patrocinadores venderem seus produtos, são, provavelmente, a maior conquista do surf, sobretudo no ponto de vista dos atletas… É claro que continua difícil se dar bem no esporte, neste e em qualquer outro, mas, com talento e apoio, dá pra chegar lá.

 

Por isso, além do DNA de campeão – o que de fato pesa –, contou muito para todos estes atletas acima mencionados os princípios passados pela família, desde a infância, como importantes lições de respeito ao mar e à natureza, e de encarar o surf, desde moleque, como verdadeiro estilo de vida, e porque não, como profissão.

 

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2013.

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