Taj Burrow e Mick Fanning comemoram no pódio do Billabong Pro 2006. Foto: ASP / Covered Images. |
As longas direitas tubulares de Jeffreys Bay definitivamente não apareceram este ano, mas os melhores surfistas do mundo apresentaram manobras espetaculares na decisão da sexta etapa do circuito mundial.
Os brasileiros Adriano de Souza e Peterson Rosa venceram os seus primeiros desafios, mas acabaram eliminados nas quartas-de-final por Mick Fanning e Kelly Slater, respectivamente, com os dois seguindo para disputar a primeira semifinal.
Fanning dá show e conquista o segundo título da tradicional etapa do WCT em Jeffreys Bay. Foto: ASP / Covered Images. |
Slater continua na ponta do ranking, Burrow é o novo vice-líder e Mick Fanning subiu da 19a para a oitava posição na classificação geral.
O próximo encontro da elite mundial será em Lower Trestles, de 12 a 16 de setembro na Califórnia, Estados Unidos.
Na final em J-Bay Mick Fanning largou bem com uma nota 8,17 em sua primeira onda, 6,83 na segunda e 6,60 na terceira.
Taj Burrow também aplicava bastante força nas manobras e com notas 7,5 na segunda onda e 8,5 na quarta, assumiu a liderança quando faltavam apenas sete minutos para o término.
Mas, Fanning recuperou a ponta jogando muita água nas batidas e rasgadas executadas com forte pressão na onda que valeu nota 8,73 e acabou decidindo o título do Billabong Pro Jeffreys Bay. Burrow ainda teve duas tentativas de garantir a vitória, mas o placar ficou mesmo em 16,90 x 16,00 pontos.
?Quando o Taj entrou na onda, olhei e pensei: ah não, será que ele vai conseguir? Sorte minha que ele caiu e fiquei com a vitória?, vibrou Mick Fanning, que não viveu um bom primeiro semestre e ocupava a 19a posição no ranking.
?Eu tive um começo de ano sobrenatural. Eu estava surfando realmente bem, mas nada acontecia, então estou amarradão com este título. Sinto que posso recuperar terreno agora no segundo semestre?, acredita Fanning, que venceu o Billabong Pro Jeffreys Bay em 2002.
O campeão inaugurou o último dia com facilidade eliminando o sul-africano Greg Emslie na abertura das oitavas-de-final. Em seguida, os brasileiros conquistaram duas vitórias contra surfistas australianos.
Por uma pequena diferença de 12,83 x 12,50 pontos, o paulista Adriano de Souza eliminou um bicampeão da etapa da África do Sul, Joel Parkinson. Já o paranaense Peterson Rosa conseguiu um placar mais folgado de 15,33 x 13,50 pontos sobre Phillip MacDonald.
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Vice-campeão, Taj Burrow encosta no líder do ranking Kelly Slater. Foto: ASP / Covered Images. |
Mas, os primeiros destaques no sábado foram Kelly Slater e Taj Burrow, que totalizaram 17,16 e 18,34 pontos, respectivamente, com um show de surfe em Jeffreys Bay.
Já o grande nome nas quartas-de-final foi o jovem sul-africano Jordy Smith, que competia como convidado e derrotou o norte-americano Tim Reyes somando 18 pontos.
Burrow foi bem novamente e marcou 17,50 pontos na vitória sobre o também australiano Tom Whitaker, logo depois do Brasil se despedir da competição.
Praia cheia durante as finais do Billabong Pro Jeffreys Bay na África do Sul. Foto: ASP / Covered Images. |
Numa disputa mais fraca de ondas, Mick Fanning derrotou Adriano de Souza por 12,33 x 9,30 pontos e Kelly Slater liderou todo o confronto contra Peterson Rosa.
O heptacampeão mundial largou na frente com uma nota 7,17 em sua segunda apresentação e foi aumentando a vantagem a cada onda, até tirar um 8,17 para fechar o placar da vitória em 15,34 pontos.
O tricampeão brasileiro lutou até o fim e no último minuto surfou sua melhor onda, mas precisava de 8,77 pontos para reverter o resultado e recebeu nota 7,40, terminando com 13,97 pontos.
Os dois brasileiros ficaram empatados em quinto lugar no Billabong Pro Jeffreys Bay, com cada um ganhando um prêmio de US$ 8,5 mil e 732 pontos que levaram Adriano de Souza de volta ao topo da lista de brasileiros no ranking mundial do WCT 2006.
Ele subiu da 29a para a vigésima posição e é o único a aparecer no grupo dos 27 surfistas que tem permanência garantida no grupo de elite do esporte. Já Peterson Rosa pela primeira vez passou da terceira fase neste ano e subiu do 38o para o 33o lugar na classificação geral das seis etapas disputadas.
Na outra ponta da tabela, a vitória na África do Sul era o que o australiano Mick Fanning buscava para voltar a disputar as primeiras posições no ranking. Seu grande desafio foi enfrentar o número 1 Kelly Slater nas semifinais e ambos só pegaram três ondas cada.
As de Fanning foram bem melhores e ele avançou para a grande final somando notas 8,83 e 8,07, contra 6,83 e 7,67 do heptacampeão, que com mais um terceiro lugar manteve uma sólida vantagem de quase 500 pontos na corrida pelo título mundial da temporada.
Na segunda semifinal, décimos de diferença impediram o jovem Jordy Smith de chegar na final. Ele assumiu a ponta a cinco minutos do fim da bateria com uma nota 7, mas logo Taj Burrow deu o troco e com iguais 7 pontos deixou o sul-africano precisando de uma nota 8,01.
Smith aguardou a entrada de uma boa onda e ela veio nos segundos finais com a torcida vibrando a cada manobra, só que os juízes lhe deram uma nota 7,5 e o placar acabou encerrado em 15,67 x 15,17 pontos.
?Eu escutei a multidão lá dentro e me dava até um frio na espinha imaginar que poderia vencer esse campeonato em casa, seria fantástico. Mas, estou muito feliz com o terceiro lugar no primeiro WCT que participei, foi realmente um grande resultado?, disse Jordy Smith, de apenas 18 anos, que dividiu o terceiro lugar no pódio com o heptacampeão mundial Kelly Slater.
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