Eles já foram surfistas profissionais por muitos anos e, agora, ganham destaque como juízes. Daniel Miranda e Marcos Quito fazem parte da nova geração da categoria e também ajudam no fortalecimento e ?reaquecimento? do surf santista.
Os dois atuam dentro do palanque no Natural Art Santos de Surf, circuito que vem crescendo e ganha ares de evento regional, por atrair atletas de várias cidades vizinhas.
Um dos diferenciais é a realização das etapas com período de espera pelas melhores condições de onda no Quebra-Mar. A janela da segunda fase do ranking foi aberta no dia 1 de outubro e a organização aguarda a entrada de uma ondulação consistente. Daniel e Quito, que iniciaram nas ondas santistas, têm orgulho de participar do campeonato e, mais ainda, da nova profissão.
Aos 38 anos de idade, Daniel já está do ?outro lado? há seis anos e, desde a época de competidor, gostou de julgar. ?Sempre fui muito ligado em ficar na areia dando algumas notas nas baterias. Então achava que um dia iria me tornar juiz de surf?, lembrou ele, que chegou a disputar dois anos o WQS.
?Meus melhores momentos foi na minha época de amador. Fui top 10 do Paulista Profissional por quatro anos. Depois do WQS, recebi uma proposta da Town & Country para fazer viagens internacionais, para matérias. Foi um momento ímpar na minha vida viajar o mundo com os meus amigos e surfando as melhores ondas?, contou Daniel.
Levando a sério a profissão de juiz, Daniel espera a oportunidade de chegar aos grandes eventos. ?Está difícil julgar um campeonato de expressão, como o Super Surf, mas como tudo tem suas renovações, estou aguardando. Sou surfista, ex-competidor e sei dos meus valores. Se não tivesse condições de julgar, eu já teria desistido há muito tempo, mas como sou um cara persistente, que não desiste das coisas tão fácil, continuo acreditado na renovação?, desabafou.
Com a carreira mais deslanchada, Quito aparece como um dos maiores expoentes do julgamento nacional. Tanto, que em menos de quatro anos já chegou ao Super Surf. O surfista de 29 anos já teve momentos importantes como atleta. Foi vice-campeão brasileiro amador e vice pan-americano em 97 e integrou a elite nacional de 2000 a 2004. Segundo ele, a profissão de juiz foi natural. ?Aconteceu! Não planejei nada?, frisou.
O início foi no …Lost Air Simulator, organizado pelos irmãos Sylvio Tico e Adriano Teco, da Silver Surf, ainda quando era competidor, em 2004. ?Depois pedi para o Zé Cláudio (José Cláudio Gadelha) e o Papel (Marcelo Nunes) para julgar uns municipais e fui evoluindo. Hoje em dia tenho um prazer enorme de julgar?, comentou Quito, que também teve experiência como diretor-técnico do Natural Art Santos de Surf.
A função também foi bem vista. ?Como falo a mesma língua dos atletas e sei das necessidades, procurei ajustar o melhor possível?, argumentou o surfista, destacando as dificuldades do julgamento.
?A subjetividade do nosso esporte cria essa dificuldade, mas acredito que está diminuindo o número de erros de julgamento em campeonatos?, ressaltou. ?Divergências sempre existirão. Com certeza o julgamento no Brasil é o melhor do Mundo. Já tive oportunidade de ver juizes gringos trabalhando e o comprometimento dos brasileiros com a justiça é muito maior?, complementou.
Os dois juizes destacaram a importância do Natural Art Santos de Surf, mas alertam que são precisas muitas ações para que a cidade volte à posição de destaque que já ocupou. ?Na minha época, a gente tinha um time muito forte. Praticamente imbatível. Nos campeonatos brasileiros a gente sempre estava nas finais. Tinha dois ou três representando?, lembrou Daniel.
?Depois dessa geração, Guarujá, São Sebastião e até Praia Grande estão despontando com grandes surfistas e Santos não tem ninguém?, reclamou o surfista. Para Quito, a Associação Santos de Surf iniciou um trabalho que era necessário há muito tempo na Cidade.
?Hoje temos o circuito municipal mais organizado e com melhor premiação do Estado. Talvez do País, mas acredito que deve ser feito mais coisas, como campeonatos infantis para a evolução do surf de base?, explicou.
A organização do Natural Art Santos de Surf avalia as previsões de ondas para determinar a data da segunda etapa.
?Precisamos de um swell consistente, porque temos dois dias de disputas?, comentou o diretor-técnico do evento, Herbert Passos Neto.
As inscrições seguem abertas, com destaque para a categoria pro-am, que distribui premiação de R$ 5 mil, sendo R$ 1,5 mil ao vencedor. Na mirim, master e longboard, as vagas acabaram.
Os surfistas devem se inscrever na Hawaii Surf Point, no piso térreo do Praiamar Shopping, em Santos, das 10 às 22h. A taxa é de R$ 70 para a pro-am e R$ 40 para as demais. Os associados da Santos Surf têm desconto de R$ 10, lembrando que no ato da inscrição o atleta ganha a camiseta alusiva ao campeonato.
Para obter mais informações, escreva para contato@santossurf.com.br.
O Natural Art Pro-Am Santos de Surf 2007 é uma realização da Associação Santos de Surf, com o patrocínio da Natural Art e o apoio da Sthill, Hot Water e Hawaii Surf Point. Apoio da Prefeitura Municipal de Santos, Alma Surf, FMA Notícias, Governo do Estado de São Paulo e Vi Fiberglass, com a colaboração de Ripwave, Seven Seas, Go Surfing, Emerson Cortez, New Advance, Surf!?, Jorge Dornelas e Zampol. Supervisão da Federação Paulista de Surf.