Dupla brazuca ataca em Bells

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Defensor do título da prova, Kelly Slater estréia com vitória em Bells Beach. Foto: ASP / Covered Images.

Assim como na etapa de abertura da temporada na Gold Coast, o paulista Adriano de Souza e o carioca Leonardo Neves conquistaram as duas únicas vitórias brasileiras na primeira fase do Rip Curl Pro em Bells Beach.

 

O campeonato comemora 35 anos e rola na fria região de Victoria, Sul da Austrália. A competição foi iniciada logo no primeiro dia do prazo em ondas irregulares de 1,5 metros.

 

Mineirinho conquistou a primeira vitória no segundo confronto do dia e Leo Neves foi o último brasileiro a se apresentar, derrotando até o ex-campeão mundial CJ Hobgood na penúltima bateria do dia.

 

Apesar da bela apresentação, Rodrigo Dornelles terá que disputar a repescagem do Rip Curl Pro. Foto: ASP / Covered Images.

Os outros cinco brasileiros terão que encarar uma rodada extra para buscar classificação para a terceira fase. Apenas o catarinense Neco Padaratz não competiu na terça-feira.

 

No domingo, o catarinense foi até as quartas-de-final na etapa que fechou a perna australiana do WQS em Margaret River e acabou perdendo o vôo para Victoria, localizada do outro lado da ilha.

 

Segundo informações, ele teria sido parado pela polícia por dirigir em alta velocidade a caminho do aeroporto, depois de visitar o amigo Eric Rebiere no hospital. O franco-brasileiro foi atropelado por um surfista enquanto surfava em Margaret River e passa bem.

 

Junto com Neco na repescagem estão o cabofriense Victor Ribas, o carioca Raoni Monteiro, o pernambucano Bernardo Pigmeu e o gaúcho Rodrigo Dornelles.

 

Na estréia, Adriano de Souza largou na frente com uma nota 7,83 na segunda onda e liquidou a fatura com um 6,67 em sua última apresentação. Totalizou 14,50 pontos contra 11,24 do norte-americano Taylor Knox e 8,83 do australiano Dayyan Neve.

 

O carioca Leonardo Neves fechou a participação brasileira depois de quatro derrotas consecutivas. Ele conseguiu pegar duas ondas mais longas nas difíceis condições do mar, com séries cada vez mais demoradas, para despachar um dos poucos campeões mundiais em atividade no WCT 2007.

 

O norte-americano CJ Hobgood conseguiu notas 6,00 e 5,33 em suas três primeiras tentativas e liderou metade da bateria. O bicampeão brasileiro de 2002 e 2003 demorou um pouco e só aos 10 minutos achou a primeira onda boa dele para encaixar mais manobras e ganhar nota 7,33, diminuindo a diferença para 4 pontos.

 

Enquanto os dois adversários estavam mais no fundo aguardando por melhores ondas, Leo Neves pegou uma intermediária e assumiu a ponta com uma nota 5,0, abrindo 7,17 pontos de diferença de CJ e 9,33 do australiano Michael Lowe.

 

Faltando cinco minutos, o carioca tentou aumentar a vantagem, mas a onda fechou e a melhor da série ficou para CJ, que chegou perto levando nota 6,07 para alívio do brasileiro.

 

?Eu já estava muito feliz só de estar aqui assistindo ao campeonato antes da bateria e estou mais feliz ainda agora por ter começado com vitória. Acho que o que definiu a bateria foi aquela onda intermediária que eu decidi pegar para somar pontos e foi onde eu virei a bateria. A tática deu certo e agora vou aproveitar que passei direto para a terceira fase para treinar o máximo que puder nessa onda. Vou usar todo tipo de prancha para poder tomar a decisão certa na hora da escolha para a bateria?, contou Leo Neves.

 

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Raoni Monteiro trava duelo de gigantes com Joel Parkinson e acaba superado pelo australiano. Foto: ASP / Covered Images.

O atual campeão mundial do WQS, Jeremy Flores, somou 13,66 pontos para derrotar o pernambucano Bernardo Pigmeu junto com o norte-americano Damien Hobgood no quarto confronto do dia.

 

No quinto, o carioca Raoni Monteiro chegou perto do placar de Adriano de Souza marcando 14,44 pontos com uma ótima onda que valeu a maior nota brasileira do dia ? 8,37.

 

Só que o australiano Joel Parkinson alcançou 15,67 e realizou a melhor apresentação da terça-feira, recebendo 9,17 na avaliação dos juízes.

 

O gaúcho Rodrigo Dornelles também ficou em segundo lugar novamente perdendo para o sul-africano Travis Logie na primeira fase.

 

Duas baterias depois foi a vez do octacampeão mundial Kelly Slater iniciar a sua defesa do título do Rip Curl Pro. Foi no ano passado em Bells Beach que ele igualou o recorde mais antigo da história do circuito mundial de 33 vitórias do também norte-americano Tom Curren.

 

Depois disso, Slater chegou em três finais no ano passado e não conseguiu ultrapassar a marca do tricampeão mundial da década de 80.

 

Perdeu a decisão da etapa dos Estados Unidos em Trestles para o australiano Bede Durbidge, a da Espanha contra o californiano Bobby Martinez quando tinha acabado de garantir o oitavo título por antecipação e foi novamente batido por Andy Irons em mais uma final entre os dois em Pipeline, no encerramento da temporada 2006 no Hawaii.

 

Na primeira etapa deste ano, Kelly Slater foi barrado nas semifinais de forma espetacular mais uma vez por Bede Durbidge, que terminou como vice-campeão na decisão australiana contra Mick Fanning na Gold Coast.

 

Em sua estréia no Rip Curl Pro, Slater bateu todas as marcas das sete baterias anteriores. Foi direto para o topo da lista de recordes do campeonato igualando a nota 9,17 recebida por Joel Parkinson contra o carioca Raoni Monteiro, mas atingindo 16,84 pontos na soma das duas ondas computadas, contra 15,67 do australiano. Só que este recorde voltou a ser batido duas baterias depois.

 

O atual líder do ranking, Mick Fanning, conseguiu notas 8,67 e 8,33 logo nas duas primeiras ondas que surfou em Bells na terça-feira para totalizar exatos 17 pontos na tranqüila vitória sobre os também australianos Nic Muscroft e Josh Kerr.

 

Antes dele, outro sempre favorito ao título de qualquer etapa do WCT, o havaiano Andy Irons, nem precisou se esforçar muito para derrotar o australiano Matt Wilkinson na bateria de apenas dois competidores, já que o sul-africano Greg Emslie também não disputou a primeira fase classificatória.