Surf seco

É hora da nova geração

Filipe Toledo, Hang Loose Surf Attack 2008, Maresias, São Sebastião (SP)

Taiu leva fé no surf moderno de Filipe Toledo. Foto: Munir El Hage / Hang Loose.

Este ano de 2009 não foi nada bom para as ondas do Hawaii, que deixaram de bombar daquele jeito de sempre desde o meio de dezembro. Deu um ou outro swell, mas a consistência deixou a desejar.

 

Parece que para o tour mundial as coisas vão ser diferentes. Tem muita coisa em jogo inclusive o Slater na parada.

 

O campeonato em Noronha mostrou a realidade boa do surf em ondas de qualidade. Eu já cansei de ver campeonatos em marola e esse tipo de coisa devia ser extinta do cenário para o bem do esporte.

 

Onda tubular é outra coisa, ação por dentro do salão, gaivotas voando, Noronha, Bruno Santos, Raoni e os brazucas em maioria gozando dentro dos canudos cristalinos da ilha vulcânica brasileira.

 

O WCT foca nos lugares especiais. O dream tour é o ponto de encontro dos melhores da atualidade. Lá eles duelam pelo título de campeão mundial e com a internet transmitindo tudo, a competição fica transparente para o mundo.

 

Dos 44 da elite este ano, apenas três são do Brasil. Estávamos mal acostumados, pois sempre o Brasil conseguiu colocar mais que cinco integrantes na elite na geração de 90/00, e mesmo que muitos ficassem nas últimas posições, estavam lá. Em 2009 serão apenas três. Que façam o melhor possível, Adriano, Heitor e Jihad, porque WCT é um cenário pista/performance e se não encaixar nos trilhos, blau, blau…

 

Slater tenta o décimo titulo e tem a lenda dos dez milhões de dólares que este feito seria acompanhado. Os monstros australianos estão nervosos atrás da coroa. A nova geração, incluindo a do Brasil, sempre vai derrubar os grandes. No final do circuito apenas um se torna o campeão.

 

O WCT do Brasil é a quarta etapa e isso é muito melhor: pela data ser no inverno e a possibilidade de rolar altas ondas na Vila assim como também pela necessidade de todos de obter um bom resultado no início da temporada.

 

Vamos ver o que vão aprontar de inovação por aí, sejam os competidores ou os patrocinadores, pois o surf é muito criativo e assim como as ondas, nunca nada é igual.

 

No WQS, o Brasil este ano vai estar fortalecido pela nova geração que está crescida. O Jessé, aquele pivetinho, agora está grandão. Os antigos grommets estão ganhando tamanho e massa muscular. Wiggolly, Nathan Brandi, Caio Ibelli, Petersinho, Alejo Muniz, Vargas, Giorgi e diversos adolescentes desta geração estão se transformando em monstros do surf. Essas novidades, além dos brasileiros mais experientes e com seeding privilegiado no WQS, podem chegar junto e mesmo vencer o WQS. O problema que muitos enfrentam é quanto ao objetivo.

 

Brasileiro arrepia em beach break. Quando consegue chegar ao WCT muitas vezes o estilo e o ataque não se encaixam nas pistas down the line ou nos tubos cabulosos que rola no CT… Triste realidade, parece até absurdo eu falar isso, mas tem muito cara bom que deveria só ficar no WQS, mesmo se classificando.

 

Alguém está chegando e parece ser especial. Aqui vai minha opinião particular. Ele deu um trabalho em Noronha este ano. Pelas atuações que eu já vi, pelo seu estilo, pela sua competitividade, pela sua família, pelo seu físico e pela sua vibe, Felipe Toledo pode crescer como a nova promessa do surf mundial. Ele é muito novo e a vida é muita doideira. Tem que ter o cuidado e a consciência de ir pelo caminho certo em todos os sentidos e o da humildade principalmente. Eu gosto de assistir este moleque e torço não só por ele, mas por todos nós…

 

Boa sorte, boas ondas… Aloha.

 

 

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