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?Eu fico tranqüila quando ele está surfando?. A frase foi dita há algum tempo pela mãe de Elivelton Santos, na aldeia da praia do Forte, a primeira da reserva indígena de Baia da Traição (PB), onde a família toda mora e ele, campeão Iniciante e Mirim paraibano, surfa mais constantemente.
E ela pode o monitorar do alto do Tambá, a primeira parte da falésia que antes mesmo da colonização portuguesa protegeu naturalmente a reserva contra seus invasores e ganhou reforço de uma atalaia de canhões da coroa lusitana.
Elivelton também surfa nas praias de Waymaloha e Bandeirinhas, quintais respectivamente da família de Tininha e Saulo Carvalho, suas referências mais presentes.
Uma das esperança de título paraibano na abertura em ondas cearenses do Brasileiro Amador, Elivelton adoeceu depois de garantir vitória na primeira fase Iniciante e assim não pôde tentar a mesma final como o paraibano Sub 14, Fábio Gomes, de Cabedêlo, garantindo excelente quarto lugar no ranking da Confederação Brasileira de Surf (CBS).
Este domingo, uma matéria no Jornal Correio da Paraíba elucida porque Elivelton geralmente está com um calção preto onde se lê ?Toré-Forte?, pois na matéria de várias páginas ele aparece dançando ao Toré e ouvindo atentamente instruções do professor, mostrando total interação com a cultura ancestral de seu povo, os Potiguara do Brasil.
Potiguara significa ?comedor de camarão?, mas poderia bem ser ?peixes racionais?, a tradução da palavra Tupinambá, pois a forte ligação deles com o mar se traduz também na hospitalidade que sempre marcou a receptividade desinteressada dos Potiguara que hospedaram na Praia do Forte a primeira prova de surf na Paraíba há mais de trinta anos, e deram abrigo em suas casas a muito surfista paraibano, o que se repete até hoje, quando muitos vão surfar em praias como Tambá, Gerimun e Cardosa, algumas das existentes na reserva indígena que tem Toré, cultura em recuperação e excelentes surfistas, entre eles Elivelton Santos, campeão paraibano Iniciante e Mirim.
