Já virou tradição. Todas as etapas do Okdok Paulista de Surf promovidas na praia de Maresias, São Sebastião (SP), são encerradas em grande estilo, com ondas enormes, empolgando atletas e o público.
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Neste domingo, não foi diferente. O mar subiu significativamente e as ondas chegaram a 3 metros de altura, causando ansiedade, expectativa e até temor entre os atletas.
Tanto que as categorias Feminina e Longboard, por solicitação dos atletas, foram transferidas para a próxima etapa, em Ubatuba.
No caso das meninas, pela preocupação em enfrentar, principalmente, a arrebentação, e para o long, pelo risco de quebra dos pranchões. Já na Open e Master, os competidores enfrentaram as ondas grandes e pesadas.
Com uma nota 10, Emerson Silva, do Guarujá, levou a Open, e com um tubo valendo 9,9, Alexandre Miranda, de Ubatuba, garantiu o primeiro lugar entre os veteranos. Para ter uma idéia das condições adversas, todos os finalistas foram rebocados para o outside por jet-ski, com o big rider Jorge Pacelli.
?Desde que a Okdok assumiu o patrocínio do Paulista, em 2004, sempre tivemos etapas empolgantes em Maresias, com mar grande?, lembra o diretor-técnico do Circuito, Marcos Bukão.
Depois de um sábado com ondas de 1 metro, o domingo amanheceu radical, com ondulação passando dos 3 metros. Antes das finais, alguns atletas garantiram atuações marcantes, principalmente na Master, com Flávio Oliveira, de São Paulo, num tubo, e Daniks Fischer, de São Vicente, com um drop que empolgou o público na areia. Ricardo Toledo, de Ubatuba, também deu uma batida forte e levou uma nota 9.
Nota máxima – Mas os melhores momentos ficaram mesmo para as duas finais realizadas. A Open teve uma disputa entre quatro surfistas do Guarujá. Depois de um começo equilibrado, Emerson Silva deu duas batidas fortes, uma delas na junção, numa direita, para alcançar a nota máxima, a única do evento.
Com a sua outra nota, ele somou 16,75 pontos em 20 possíveis, abrindo uma tranqüila vantagem sobre os rivais. Rodrigo Silva ficou com o vice, com 11,95, seguido por Magno Pacheco, com 8,10, e Dárcio Dias, com 3,10.
?O mar amanheceu storm, muito difícil de entrar e aquela onda foi a salvação. Veio do nada. Eu estava meio perdido e deu tudo certo?, vibrou Emerson Silva.
?Estou vindo de uma boa atuação no Pro Junior, no Sul, instigado. Treinei muito com o meu técnico (Ademir Silva) e agora vou para a próxima etapa pensando em nova vitória?, acrescenta. ?Pode falar para as minas que agora eu sou top?, brinca o vencedor.
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Na Master, Alexandre Miranda enfrentou três ex-profissionais com currículos de destaque e roubou a cena. Ao seu lado estavam Paulo Matos, do Guarujá, o primeiro campeão brasileiro da Abrasp, em 1987, e atual bicampeão máster; Ricardo Toledo, bicampeão nacional em 91 e 95 e novo vice-mundial máster; e Daniks Fischer, especialista em ondas gigantes.
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Tubo – Ricardinho começou na frente, numa disputa com Paulinho, que defendia uma invencibilidade de dois anos na categoria. Até que Alexandre Miranda pegou uma direita, deu uma batida forte e entrou num tubo de pé, durante três segundos, para garantir a nota 9,9 e não ser mais alcançado.
Antes mesmo do final da bateria, demonstrando muito cansaço, ele saiu do mar e ficou aguardando as ondas dos rivais, que não conseguiram alcançá-lo. ?Deus mandou aquela onda. Foi um tubo de pé, irado, casca-grossa?, vibra Alexandre, que ao entrar no mar sabia o que enfrentaria.
?Quando olhei para o fundo e vi dois grandes campeões, o Ricardinho, que eu respeito muito, o Paulinho, que é um gentleman, pensei ?vai ser histórica, mas também tenho experiência e seja o que Deus quiser?. Tenho 15 temporadas havaianas, fui 10 vezes para Puerto Escondido e isso conta?, afirma o surfista de 36 anos, que mora em São Paulo e trabalha com o diretor de comerciais de TV.
?Competi antigamente no Natural Art e mais mesmo em Ubatuba. Meus pais moram em Itamambuca e sempre que posso estou lá surfando?, relata o vencedor, que somou 13,30 pontos. Paulo Matos ficou em segundo, com 9,05, seguido por Ricardinho, com 8,85, e Daniks, com 5,85.
O Okdok Paulista de Surf terá três etapas e a próxima disputa está confirmada para os dias 5 e 6 de julho, na praia de Itamambuca, Ubatuba. O circuito tem os patrocínios de Supatech e Brisbane – tecidos com qualidade Santa Inês – e Sticle Malhas; co-patrocínios de Kyw Boardstore e RipWave; colaboração da Prefeitura Municipal, Associação de Surf de São Sebastião e Governo do Estado de São Paulo / Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer. A organização é da Federação Paulista de Surf.