Billabong Pipe Masters

Emoções em Pipe

Miguel Pupo, Billabong Pipe Masters 2017, Pipeline, Havaí.

1400x934

Miguel Pupo arranca nota 9.93 na abertura do Billabong Pipe Masters. Foto: WSL / Poullenot.

 

O Billabong Pipe Masters foi iniciado nesta segunda-feira, em ondas de até 3 metros e formação regular em Pipeline, no North Shore de Oahu, Havaí.

No decorrer do dia, o vento maral ganhou força e passou a prejudicar ainda mais as condições do mar, forçando a World Surf League a paralisar a competição ao término da nona bateria.

Sete brasileiros estrearam na prova e apenas Miguel Pupo e Caio Ibelli venceram seus confrontos, avançando direto à terceira fase.

Já os atletas Jadson André, Gabriel Medina, Wiggolly Dantas, Adriano de Souza e Filipe Toledo caíram para a repescagem.

Apenas Ian Gouveia e Italo Ferreira não foram para a água. A dupla está escalada nos confrontos pendentes da primeira fase e aguarda a continuidade da etapa no North Shore.

1400x933

Gabriel Medina cai para a repescagem. Foto: WSL / Poullenot.

O Billabong Pipe Masters começou devagar, com Jeremy Flores precisando de apenas 10.17 pontos para vencer Jadson e o australiano Matt Wilkinson.

Os brasileiros voltaram ao outside na quinta bateria, com Miguel Pupo e Gabriel Medina travando uma dura batalha com o havaiano Benji Brand, que começou na frente, mas viu Pupo arrancar 9.93 pontos em um tubão para a esquerda.

O paulista botou pra baixo em uma esquerda da série e passou por dentro da craca, saindo antes da junção e sendo engolido pela espuma logo em seguida. Três juízes chegaram a digitar nota 10, mas a média saiu 9.93.

A reação de Medina veio em uma esquerda não muito longa, mas surfada com muita técnica, saindo depois da baforada. Com 8.50, o vice-líder do ranking mundial colocou fogo na bateria.

Porém, a partir daí, o tempo foi passando e os atletas tiveram dificuldade para melhorar suas pontuações.

Faltando pouco menos de três minutos, Medina entubou em uma pequena direita no Backdoor, mas a nota 3.93 não foi suficiente para virar e ele seguiu precisando de 4.14 para impedir a vitória de Benji Brand.

Pouco tempo depois, Pupo foi para a esquerda e Medina novamente partiu ao Backdoor. Melhor para Miguel Pupo, que fez 4.90 e pulou de terceiro para primeiro.

“Fiquei feliz por surfar uma onda irada”, disse Pupo. “Fui lá procurando pelo Backdoor e terminei pegando em Pipe, o que é engraçado. Sempre quando você obtém uma boa pontuação, todos sabem que você precisa fazer uma segunda nota imediatamente. Eu estava tentando fazer isso, mas não há muitas oportunidades lá fora. Eu meio que caí, cometei alguns erros, mas finalmente consegui esse no final”.

“A pressão para a reclassificação aumenta agora”, continuou Pupo. “Mas eu tenho a minha família comigo e toda vez que vejo minha garotinha, a pressão vai embora e só estou pensando nela e como ela está feliz por estar no Havaí e também a minha esposa, e toda a pressão vai embora de alguma forma. Quando cheguei lá, eu estava tentando fazer o meu melhor. Eu queria que Gabby (Medina) continuasse no evento para ganhar o título, mas eu tinha que fazer o meu trabalho para manter meu emprego para o próximo ano. Eu acho que todos os caras na minha frente fizeram isso, então é uma boa primeira rodada, mas ainda há muitos passos a seguir”, finalizou Miguel.

1400x933

Vencedor da triagem, Dusty Payne reencontra Medina, que o derrotou na etapa em 2014. Foto: WSL / Poullenot.

Com o resultado, Gabriel Medina caiu para a repescagem e ainda viu o havaiano John John Florence fazer a sua parte, batendo o brasileiro Wiggolly Dantas e o conterrâneo Dusty Payne.

O confronto foi marcado por poucas ondas e Florence usou o seu conhecimento local para comandar as ações, não dando chance aos adversários.

“Eu me sinto como uma criança novamente participando deste evento, apenas conseguindo surfar em Pipe sem ninguém fora”, disse Florence. “Eu estava pegando muitas ondas tipo ‘Essa pode rodar!’. Eu gosto quando está assim, mudando, um pico aqui e um pico lá. Você pode se esconder por baixo deles. Isso faz com que seja muito divertido e isso torna interessante porque você consegue aquele tubo aleatório, muito louco. A torcida aqui me deixa ainda mais animado. Acabei de descer à praia mais cedo e todos gritando – só me deixa mais empolgado. Vir a Pipe este ano é muito diferente do ano passado porque no ano passado me senti mais relaxado com o título já. Então este ano é uma preparação um pouco diferente”.

Com a derrota na bateria, Dusty Payne será o adversário de Gabriel Medina na primeira bateria da repescagem. Em 2014, ano em que o brasileiro levou o título, eles se enfrentaram na terceira fase da prova em Pipeline e Medina levou a melhor com duas notas 8.83.

Quem também terá uma nova chance no Billabong Pipe Masters é o australiano Julian Wilson, quarto no ranking. Julian até fez uma boa apresentação, mas cometeu uma interferência cedo na bateria e ficou em situação complicada.

Já o sul-africano Jordy Smith, terceiro na temporada, não deu mole e seguiu adiante com 16.57 pontos, melhor somatório da prova até o momento.

“Eu acho que o barulho está bastante silencioso”, disse Smith. “Eu realmente não estou muito profundamente sob pressão e, francamente, isso realmente se resume a esses dois caras (Florence e Medina) perdendo cedo, mas você nunca sabe. Se eles vacilarem, então eu vou abaixar a cabeça e remar com tudo”.

1400x933

John John Florence estreia com tranquilidade em Pipe. Foto: WSL / Poullenot.

Depois das apresentações dos candidatos ao título mundial, Caio Ibelli, Adriano de Souza e Jack Freestone entraram em cena.

Os brasileiros comandaram as ações no pico e Ibelli levou a melhor. Faltando cerca de 10 minutos, o guarujaense precisava de 5.45 para virar e encontrou um belo tubo para o Backdoor, obtendo nota 7.00 e totalizando 12.83 pontos, contra 11.27 de Adriano e apenas 7.04 de Freestone.

A oitava bateria marcou o retorno de Kelly Slater ao Tour. O norte-americano havia sofrido uma fratura no pé durante os treinos em Jeffreys Bay, África do Sul, e voltou bem, batendo o francês Joan Duru e o californiano Kolohe Andino.

“Meu pé está 65% recuperado”, comentou Slater. “Eu faltei a muitas etapas, mas depois de tantos anos de sem parar, foi bom ter alguns meses de folga. É bom voltar, mas é bom se afastar de algo que você ama e voltar e apreciá-lo”.

As condições do mar pioraram bastante no confronto seguinte, vencido pelo havaiano Ezekiel Lau, autor de 4.67 e 5.83, contra apenas 2.00 pontos de Filipe Toledo e do taitiano Michel Bourez, defensor do título da etapa.

1200x801

Caio Ibelli vira o placar e bate Adriano de Souza na primeira fase. Foto: WSL / Poullenot.

Previsão das ondas

A próxima chamada acontece nesta terça-feira, às 15:30 horas (horário de Brasília).

A previsão indica ondas em torno de 1 a 1,5 metro pela manhã, com ventos leves. Um novo swell está previsto para entrar em ação a partir da tarde e atingir seu ápice na quarta-feira. Porém, o vento maral também deve entrar em cena, prejudicando bastante a formação das ondas.

As condições tendem a melhorar na quinta-feira, quando a ondulação deve se alinhar aos poucos no decorrer do dia, com o vento virando de norte (maral) para nordeste e o swell perdendo força gradualmente.

Os dias 17 e 18 de dezembro podem receber outra ondulação de noroeste com intensidade moderada e ventos mais leves.

1400x934

Kelly Slater retorna às competições com vitória. Foto: WSL / Poullenot.

Primeira fase do Billabong Pipe Masters 2017

1 Jeremy Flores (FRA) 10.17, Jadson André (BRA) 6.33, Matt Wilkinson (AUS) 4.67
2 Josh Kerr (AUS) 12.17, Kanoa Igarashi (EUA) 6.10, Owen Wright (AUS) 3.37
3 Conner Coffin (EUA) 10.56, Julian Wilson (AUS) 6.57, Stuart Kennedy (AUS) 1.50
4 Jordy Smith (AFR) 16.57, Bede Durbidge (AUS) 11.43, Ethan Ewing (AUS) 3.00
5 Miguel Pupo (BRA) 14.83, Benji Brand (HAV) 12.64 Gabriel Medina (BRA) 12.43
6 John John Florence (HAV) 13.50, Dusty Payne (HAV) 6.83, Wiggolly Dantas (BRA) 5.63
7 Caio Ibelli (BRA) 12.83, Adriano de Souza (BRA) 11.27, Jack Freestone (AUS) 7.04
8 Kelly Slater (EUA) 12.47, Joan Duru (FRA) 11.90, Kolohe Andino (EUA) 7.60
9 Ezekiel Lau (HAV) 10.50, Filipe Toledo (BRA) 2.00, Michel Bourez (PLF) 2.00

Baterias pendentes da primeira fase

10 Sebastian Zietz (HAV), Adrian Buchan (AUS) e Ian Gouveia (BRA)
11 Joel Parkinson (AUS), Connor O´Leary (AUS) e Leo Fioravanti (ITA)
12 Mick Fanning (AUS), Frederico Morais (POR) e Italo Ferreira (BRA)

Confrontos já definidos da repescagem

1 Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)
2 Owen Wright (AUS) x Ethan Ewing (AUS)
3 Julian Wilson (AUS) x Benji Brand (HAV)
4 Matt Wilkinson (AUS) x Stuart Kennedy (AUS)

Confira as chances matemáticas dos candidatos ao título:

– Se John John for primeiro ou segundo, garante o título mundial;

– Se John John for terceiro ou quinto, Medina precisa vencer a etapa para conquistar o título;

– Se John John for nono, Medina precisa do segundo lugar e Jordy da vitória;

– Se John John for 13o ou 25o, Medina precisa do quinto lugar, Jordy do segundo e Julian Wilson da vitória

Clique aqui para ver todos os cenários possíveis.

Veja a nota 9.93 de Miguel Pupo:

Exit mobile version