Surfesta

Encontro de gerações

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A Surfesta, em sua primeira edição, cumpriu a missão de ser uma verdadeira celebração da história do surfe catarinense. Realizado no último dia 29 de junho, no John Bull Pub, o evento organizado pelo surf reporter Máurio Borges reuniu surfistas, shapers, lojistas, dirigentes, promotores de eventos, patrocinadores e jornalistas para homenagear personagens da década de 70 e ser o estopim de um projeto que promete mais novidades até o fim do ano.

 

Só para se ter uma ideia do prestígio envolvido, o trio brasileiro que arrombou as portas do circuito mundial, formado por Fábio Gouveia, Teco Padaratz e Amaury Piu Pereira, estava lá, assim como Marco Polo Soares e o único tricampeão catarinense de surfe profissional, David Husadel. Xandi Fontes e Roberto Perdigão, a dupla que comanda o escritório da World Surf League na América do Sul, e o presidente da Federação Catarinense de Surf (Fecasurf), Reiginaldo Ferreira, também marcaram presença.

 

O professor “Pardal” das pranchas, Jair Fernandes, o Machucho, e Rodrigo Silva, da SRS, representaram bem a velha e a nova geração de shapers da Ilha. Para completar a prestigiada noite, a bicampeã mundial do QS e ex-integrante da elite do surfe feminino, Jacqueline Silva, também esteve lá fincando a bandeira do surfe feminino. E havia ainda, é claro, os homenageados da noite, todos com uma parcela de “culpa” por terem plantado as sementes do surfe catarinense nos distantes anos 70.

 

De todos, o mais efusivo foi Ricardinho Machado, organizador do Rock Surf e Brotos, em 1976, ao lado de Cacau Menezes. “Vocês têm ideia do que está acontecendo aqui?, perguntou Ricardinho para a atenta plateia durante a homenagem. “Eu estou encontrando pessoas que não via há 40 anos, o surfe é demais. Viva o surfe catarinense!”, agradeceu o jornalista, puxando o coro da plateia.

 

Um clima repleto de nostalgia, alegria e saudosismo envolveu a todos, a cada homenagem. O shaper Jorge Hupsel veio especialmente da Bahia para lembrar os tempos da Hupsel Surfboards e da Crazy House Surf, a primeira loja especializada na época. Ele reencontrou o pioneiro shaper Celsinho Ramos e não se cansou de posar para fotos, ao lado dos velhos amigos. Organizador dos festivais Gledson, o imbitubense Bento Xavier recebeu a homenagem das mãos apropriadas de Roberto Perdigão, também, um dos pioneiros da Praia da Vila nos anos 70.

 

O clima era tão contagiante, que não foi difícil ouvir lembranças das aventuras da década de 70, quando fabricar uma prancha era uma missão para poucos e uma sessão de surfe significava a descoberta de um território novo. A noite já invadia a madrugada quando Moriel Costa subiu ao palco, ao lado de convidados, e convidou os ótimos surfistas e agora músicos Vicente Piacentini e Teco Padaratz para aquela “canja”.

 

A certeza que ficou é de que essas festas precisam ocorrer com maior frequência para que possamos reverenciar de alguma forma, seja com um troféu ou com um simples abraço, as pessoas que ajudaram a construir a história do esporte que tanto amamos.

 

E por isso que, no próximo dia 27 de julho, no mesmo local, tem mais Surfesta, desta vez para prestar tributo aos personagens da década de 80. Marque na agenda e viva o surfe catarinense.