Carreira promissora

Eric de Souza vai à luta

Eric de Souza, Prainha, Rio de Janeiro (RJ)

Eric de Souza parte para a oitava temporada no Hawaii. Foto: Alvaro Freitas / Midiabacana.

Pronto para mais uma temporada havaiana, o carioca de 20 anos Eric de Souza comenta a importância do ano de 2008 para sua carreira.

 

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Fala sobre a necessidade do treinamento em ondas mais pesadas, e como se prepara para encará-las. O primogênito de Mr. de Souza também cita suas referências no surf, o crescimento do esporte e sua maior profissionalização.

 

Além da pressão de ser um “de Souza”, e principalmente a sua fome de vitórias. Um bate-papo rápido para saber um pouco mais de uma das promessas do surf brasileiro.
           

Você vai embarcar para mais uma temporada havaiana. Quantas você tem no total? Qual a que mais te marcou?

Eric em ação na Prainha. Foto: Alvaro Freitas / Midiabacana.


Já fui ao Hawaii umas sete vezes. A última vez foi a melhor. Mas já tem algum tempo que eu não vou, quase um ano e meio.

 

É realmente importante para um surfista ir treinar no Hawaii, mesmo com a dificuldade de surfar devido ao crowd? Por que não ir a algum lugar com qualidade de onda e menos crowd?

 

Porque o Hawaii é único! Tem onda todos os dias. São ondas pesadas, te dando um ritmo de surf que não é em todo lugar que se adquire. E nesta época do ano é o lugar que tem mais swell.

 

Quanto tempo vai ficar no Hawaii este ano?


Pretendo ficar pelo menos um mês e meio.

 

Quais são suas metas – pessoais e em competição – para 2008?

 

Quero conseguir entrar na elite brasileira e ganhar bastante experiência no WQS, principalmente em lugares que nunca surfei. Mas também quero conseguir bons resultados, de preferência nas etapas de boas ondas.

 

Alguma trip especial que pretende fazer este ano?

 

Eu tenho muita vontade de ir a Mentawaii porque eu nunca fui.
 

Todos no meio do surf sabem que você é filho do Rico. Conhecem, também, a importância do seu pai para o desenvolvimento do esporte no País. Você acha que as pessoas esperam sempre mais de você do que de outros surfistas, pelo fato de você ser filho do Rico?
 

Eu acho que sim. As pessoas acabam achando que é minha obrigação conseguir bons resultados. Mas tem muita gente boa surfando, está difícil se dar bem.

 

Como foi seu início no esporte? Desde criança você achava que seria surfista profissional ou alguma outra carreira também te interessava? 

 

Sempre sonhei em ser surfista profissional. Comecei a me dedicar mesmo depois que tive uma contusão no tornozelo e fiquei sem surfar por um ano. Isso me fez perceber o quanto o surf era importante pra mim. Sempre gostei de desenhar muito também, mas surf é meu negócio. Nunca cheguei a tentar nenhuma outra coisa.

 

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Eric mostra técnica nos canudos cariocas. Foto: Alvaro Freitas / Midiabacana.

Algum exemplo no esporte que você se espelha e tenta seguir?

 

Pelo menos dois se destacam pra mim. Primeiro é a constância que o Slater conseguiu manter durante vários anos no WCT. E a dedicação que o Mick teve este ano para conseguir ser campeão mundial.

 

Na sua opinião, qual o caminho para o sucesso no surf?

 

Concentração e dedicação são dois aspectos importantes para ser vencedor. E, é claro, uma excelente estrutura pra poder viajar, competir e surfar altas ondas.

 

Como é o seu ritmo de treinamento para estar em forma?

 

Tenho frequentado a academia e feito um acompanhamento de surf com meu treinador. Também treinando alongamento.

Jovem talento planeja entrar na elite brasileira e adquirir experiência no WQS. Foto: Alvaro Freitas / Midiabacana.


Competição ou free surf? Por quê?

 

Gosto de competir, pois são os melhores do mundo sempre puxando os limites. Então, é sempre muita adrenalina, tensão. Já no free surf é só diversão, a tentativa de manobras novas. Mas, claro, é demais fazer uma surf trip com altas ondas. Esse é um dos aspectos que não dá para comparar. Mas são pontos muitos diferentes. Competição é superação e limites, e free surf é diversão e invenção.

 

Como você vê o futuro do esporte? Acha que algum dia se tornará mais popular ou que chegou ao auge?

 

Acho que o esporte está cada dia crescendo mais e mostrando que é único. Isso pode ser visto claramente, porque até quem não surfa, e não entende nada do esporte, acha impressionante o Slater surfar em Teahupoo. É uma questão de tempo para o esporte se tornar mais popular.

 

E sobre uma maior profissionalização do surf, como a adoção do anti-doping para os atletas favorece o crescimento? Por quê? 

 

Acho que favorece, sim. Pois exige mais profissionalismo dos surfistas. Tira o estigma de drogado que por muito tempo o surfista teve e evita que alguns atletas usem de substâncias para se ?beneficiar? em competições.

 

Na sua opinião, algum brasileiro pode chegar a levantar o caneco do WCT? Quem seria o cara para o trabalho?

 

No geral, os surfistas brasileiros precisam ganhar mais experiência em ondas de mais qualidade e mais pesadas, os tipos de onda que os gringos estão acostumados a surfar sempre. Acho que nesse ponto ainda está a grande diferença.
 

Quais são os campeonatos que você irá disputar em 2008? Existe alguma etapa em especial que você deseja vencer?

 

Pela primeira vez pretendo correr todo o circuito WQS. Quero conhecer bem o circuito. Vou correr o Brasil Tour também. Estou sempre querendo vencer. Acho que queremos ganhar sempre, independente da etapa ou evento.

* Cortesia Midiabacana

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