Erro impede vitória histórica

Victor Ribas, Nova Schin Festival 2005, praia da Vila, Imbituba (SC)

Victor Ribas deu até aéreo na praia da Vila, mas ficou sem o título no último minuto do segundo-tempo com gol em impedimento. Foto: Ricardo Mega.
Victor Ribas ganhou US$ 16 mil pelo vice-campeonato e ficou feliz por incluir o Brasil no seleto grupo dos Top 16 do WCT, subindo para a 14a colocação no ranking.

 

Porém, um erro coletivo do corpo de jurados do Nova Schin comprometeu uma campanha extraordinária do atleta de Cabo Frio, onde tem até estátua em reconhecimento à sua carreira, marcada por um terceiro lugar no WCT 1999.

 

Teco Padaratz, ex-Top e diretor da prova brasileiro, espantou-se durante a transmissão do Sportv com o 8.17 tirado por Damien Hobgood e que complicou a estratégia de Vitinho.  Ele inclusive afirmou que faria um protesto formal contra a nota alta dada ao surfista da Flórida.

 

Victor Ribas é o melhor brasileiro no ranking, 14o lugar. Foto: Ricardo Mega.
Foi uma esquerda nada demais para obter high-score. Só foi bem finalizada. Era uma onda de pontuação regular, isso numa avaliação de muito boa vontade, levando-se em consideração a “subjetividade” dos critérios de julgamento.

 

Porém, três juízes deram 8.00. Os demais marcaram 8.5. Vitinho chegou a virar, mas já na bacia das almas o norte-americano cata uma esquerdinha medíocre de inside suficiente para virar definitivamente o placar.

 

“Muita gente falou para mim que a nota 8,17 dele não valia tudo isso. Mas tenho que respeitar a avaliação dos juízes e só fico triste por ter perdido assim, no último minuto”, disse resignado o carioca.

 

“Mas a diferença era muito pequena ? 3,33 pontos ? e o Damien também surfou muito bem durante todo o dia. Infelizmente, não deu para levar o caneco de campeão, mas melhorei bastante no ranking e espero conseguir outro bom resultado em Pipeline para manter-me entre os 16 melhores surfistas do mundo”, explica.

 

“O resultado foi muito bom e só tenho que agradecer a Santa Catarina e toda galera que torceu por mim. Foi demais e faltou só um pouquinho para ganhar?, conclui Victor Ribas.

 

Poderia ter sido uma grande festa, embalada pela histórica conquista do hepta de Slater em águas catarinenses, bem como pela grande atuação do carioca Raoni Monteiro, terceiro colocado na prova.

 

Mas, como dizia-se antigamente, o resultado da “praia” foi a favor do brasileiro e a inversão do resultado frustrou o público, gerou vaias e algumas manifestações isoladas de inconformismo.

 

Nada contra o surfista Damien Hobgood, que como o nome já diz, é um bom sujeito e faz um surf não tão interessante quanto o de seu irmão CJ. 

 

E aqui também ninguém quer ver um campeão brasileiro empurrado. Mas, lamentavelmente, ficou a impressão de ter havido muito boa vontade para soltar as notas a favor do Top ‘internacional’.

 

Foi legal ver o Brasil com dois representantes no pódio, mas poderia ter sido melhor. Afinal, enquanto o resultado de “praia” vira papo de surfista, o resultado oficial entra nas estatísticas.

 

O paranaense Peterson Rosa foi o último brasileiro a vencer uma etapa do WCT no Brasil, em 1998, na Barra da Tijuca (RJ).

 

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