Lixo nos oceanos

Especialistas buscam soluções

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Jornalista João Malavolta, da ONG Ecosurf, representa os surfistas em seminário no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação.

 

Aproximadamente 200 pessoas compareceram ao I Seminário Nacional sobre Combate ao Lixo no Mar, realizado entre os dias 6 e 8 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ).

 

O evento foi organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, ONU Meio Ambiente, USP (Universidade de São Paulo) e parceiros. A transmissão ao vivo do seminário por redes sociais foi acompanhada durante os três dias por cerca de 13 mil pessoas conectadas à plataforma do evento. Foram mais de 53 mil acessos.

Representantes do governo, da academia, setor privado e sociedade civil discutiram alternativas para reduzir o lixo nos oceanos, apresentando dados sobre o impacto socioeconômico e ambiental do descarte inadequado, assim como ações de combate à poluição do oceano e da costa brasileira.

 

“Este seminário foi como uma janela de oportunidades, reforçando o papel do Governo Federal na estratégia contra o lixo no mar”, observa Jair Tannús Júnior, secretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.

Os estudos apresentados e as experiências relacionadas ao lixo no mar, seus impactos, possíveis soluções e desafios de pesquisa, educação e mobilização foram alguns dos temas tratados durante o evento. 

 

Ao longo de cinco painéis, pesquisadores apresentaram os resultados de ações, soluções e boas práticas de combate à poluição na zona marinha, entre eles desafios de pesquisa, desafios da mobilização para o combate e avaliação.

 

Resultados O seminário foi o primeiro passo do processo de elaboração do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, a ser desenvolvido pelo Governo Federal conjuntamente com os parceiros e setores presentes no evento.

 

Compromisso assumido durante a Conferência dos Oceanos, realizada em Nova Iorque em junho deste ano, a estratégia nacional reconhece a urgência do tema e a necessidade do esforço organizado de todos os setores da sociedade.

O coordenador-geral de Gerenciamento Costeiro do Ministério do Meio Ambiente, Régis Lima, explicou que os resultados serão apresentados pela delegação brasileira na 3ª sessão da Assembleia Ambiental da ONU, conhecida como UNEA-3, que será realizada de 4 a 6 de dezembro em Nairóbi, no Quênia.

 

As sugestões recebidas durante o seminário, por meio de um questionário preenchido pelos participantes, serão agora analisadas para contribuírem para a adoção da estratégia de elaboração de um o Plano de Ação Nacional de Combate ao Lixo no Mar, que deve ser finalizado em 2018.

“A ideia é que este tema, já institucionalizado no Ministério do Meio Ambiente na SRHQ, seja desenvolvido de uma forma participativa, amadurecido em vários setores e com várias visões, e que seja reconhecido e assimilado pela sociedade”, diz Régis de Lima.

 

“Estamos buscando agregar todas as iniciativas relacionadas a pesquisa, a campanhas de conscientização, a novas mecanismos de educação e de inovação, além da importante e devida participação do setor produtivo de embalagens, com uma visão do mar para o continente”, afirma.

O secretário Jair Tannús Júnior chamou a atenção para o tamanho do desafio, dada a dimensão da costa brasileira. “O desafio se torna gigantesco e envolve muitos setores, sejam produtivos, sejam do conhecimento científico, sejam da educação ou sejam da inovação”, reforça o secretário. No Brasil, há 17 estados e 397 municípios costeiros.

Campanha Na abertura do seminário, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, lembrou do compromisso voluntário assumido pelo país em junho, em Nova York, ao aderir à campanha Mares Limpos, da ONU Meio Ambiente, com o objetivo de convencer pessoas e empresas a reduzir o consumo de plásticos e evitar seu descarte inadequado.

Nos últimos 20 anos, a proliferação de resíduos descartáveis e microesferas de plástico tornou o problema do lixo marinho ainda mais sério. A menos que os países ajam agora, os mares serão atingidos por uma maré de plásticos provocada pelo consumo humano, segundo a agência das Nações Unidas. A campanha terá a duração de cinco anos.

Apoio do surfe O jornalista João Malavolta, do Instituto Ecosurf, explicou na sua apresentação sobre “Convergência da Ouvidoria do Mar com Redes Temáticas nas Perspectivas do ODS 14” que proteger os oceanos é da nossa natureza e não o inverso.

 

“Uma relação em comunhão com o mar e os oceanos é fundamental para não poluir mais. O surfe como segmentos social, tem um papel de sentinela no conflito da zona costeira e zona marinha e nós poderemos avançar ao longo do tempo, tendo novos olhares sobre isto tudo para aprender a ter uma nova relação com a zona marinha, combatendo o lixo no mar”, analisa Malavolta.

Fonte Rachel Bardawil / Ministério do Meio Ambiente