Everaldo Pato curte o salão azul de Teahupoo, Tahiti. Foto: Fabiana Nigol. |
Ondas entre 12 a 40 pés de face, sol, vento terral e alguns dos melhores surfistas de ondas grandes do mundo buscando o limite no pequeno espaço do outside.
Laird Hamilton, Shane Dorian, Raimana Von Bastolear, Peter Mel, Mark Healey, Cory Lopez, Nathan Fletcher, Pato e eu fomos os felizardos nessa semana que ficará marcada na história do surf mundial.
De backside, Sylvio Mancusi acelera para não ser engolido pela montanha d´água tahitiana. Foto: Fabiana Nigol. |
Com certeza estas são as perguntas que vêm a mente não só dos espectadores, mas também de nós, atletas. Será que essas ondas são maiores do que as dos swells épicos do passado?
Esta pergunta fica dificil de responder, mas os atletas elevaram e muito o nível do tow-in. Tubos incrivelmente profundos e vacas nunca antes vistas foram os pontos altos das sessões de surf.
Foram dois dias realmente gigantes, seguidos por mais três de ondas boas com tamanho médio.
Na última sexta-feira o swell começou a subir ao meio-dia, com as séries passando de 6 a 8 pés na remada para 15 a 20 de costas, no tow-in até o final de tarde.
Durante a manhã o local Vetea “Poto” David pegou uma onda com seu paddle board e acabou de encontro com a bancada, além de ganhar uma tutuagem nada bacana nas costas.
Com o mar atingindo o nível perfeito para o tow-in as duplas de destaque foram Laird e Raimana e Shane Dorian e Mannoa Drollet.
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Acostumado a situações extremas, havaiano Laird Hamilton encara um monstrengo líquido. Foto: Fabiana Nigol. |
A grosso modo os ídolos da mídia norte-americana, Laird e Shane, travaram um duelo de habilidade com os locais Raimana e Mannoa. Quem venceu?
Bom, prefiro não julgar antes de ver e rever as imagens, mas a certeza é que o surf ganhou com o espetáculo oferecido pelos atletas.
A disputa de onda era acirrada no pequeno e demarcado outside. Somente seis jet-skis disputavam as ondas, cerca de 1/4 do tradicional crowd em Jaws.
Porém, me pareceu muito mais tensa e difícil a pilotagem em Teahupoo, tanto pelo curtíssimo espaço de batalha pelas ondas como pela
Local Vetea Poto David exibe a tatoo que ganhou da bancada. Foto: Fabiana Nigol. |
Não há rabo. É tubo ou nada. Incrivel como quando colocava nos tubos a primeira impressão era que iriam fechar, mas a boca era tão larga que as passadas dentro dos canudos se tornaram uma das surpresas.
Nesse primeiro dia grande Pato surfou uma onda linda e enorme vinda do bowl de Oeste, o mais temido, e até as 16 horas era uma das sérias candidatas a maior onda da sessão.
Isso se não entrassem três bombas desproporcionais surfadas por Laird, Shane Dorian e Mannoa. O wipe out de Shane foi a prova que “somente peru morre de véspera”. Ditado perfeito para o tombo dentro de um dos maiores tubos surfados na história do surf.
No sábado, para surpresa de todos, o mar continuou do mesmo tamanho e o havaiano Mark Healey foi o destaque em outro wipe out monstruoso. Nos dois dias me senti como um soldado na guerra.
Ao pegar na corda tinha que estar disposto a deixar a vida ali. Na opinião de Shane Dorian, “qualquer onda hoje pode tirar a vida. Impressionante”, declarou o havaiano entre uma série e outra.
Por falar nisso, apesar da dificuldade e do localismo foi importantíssimo, na minha opinião, o modo como eu e o Pato fomos tratados no outside, com apreço por ídolos como Laird e Shane Dorian e gritos de “Go”, olhares fixos em nossos tubos e idéias trocadas no outside. Ponto para o surf brasileiro.
Na segunda e terça-feira as ondas continuaram perfeitas para o surf na remada. Obrigado meu Deus.
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