Surf Seco

Espetáculo em Sunset

Leonardo Neves, O´Neill World Cup of Surfing 2007, Sunset, North Shore de Oahu, Hawaii

Leonardo Neves deu um verdadeiro show em Sunset Beach. Foto: ASP Rowland / Covered Images.

Foi impressionante o swell que abasteceu a World Cup na mundialmente famosa praia de Sunset, Hawaii.
 
As performances apresentadas pelos locais, pelos australianos e pelos americanos sempre foram excelentes. O que chamou a atenção foi a brilhante atuação de alguns brasileiros e dos europeus.

 

Os momentos incríveis que rolaram em Sunset – uma onda consistente e de performance – fez com que eu acompanhasse todos os dias.

 

Foram dois dias de surf excelente no início e depois ficou muito potente, na fase dos 64 competidores. O campeonato estava mais para ?sobreviver?, com as séries fechando o canal estilo máquina de lavar roupas, e as ondas com mais de 15 pés.

 

Yuri Sodré surfou bem confiante nas pesadas ondas havaianas. Foto: ASP Towner / Covered Images.

As imagens transmitidas via net para todo o planeta estão cada vez melhores. Com um zoom animal e acrescentada de imagens incríveis na água, a transmissão passa aos internautas a vibe de Sunset lá dentro, com picos volumosos, séries fechando e água movendo para todos os lados. É alucinante assistir às melhores ondas, com direito a replay.

 

O surf apresentado pelos brasileiros foi muito bom, em especial pelos guerreiros Yuri Sodré e Rodrigo Dornelles. Os dois tinham chances e surf para chegar à final e tentar título.

 

Yuri Sodré surfando bem confiante, rabiscando com surf definido e mandando muita água nas rasgadas. Dornelles mostrou consistência, radicalismo e surf de ponta.

 

Foi o Leo Neves quem roubou a cena e ganhou o respeito da comunidade mundial. Agora, deve ser escalado para o team internacional do seu patrocinador.

 

Ele estreou surfando ?pra caraco? na fase dos 96. Rabiscou e deu batida no lip, surfando muito bem em Sunset. Nas fases gigantes ele tranquilamente usou seu peso para superar a tempestade de Sunset.

 

Foi incrivelmente competitivo, crescendo na hora do ?vamos ver? – nas quartas, semi e, mais impressionante ainda, na final, quando liderava até os últimos minutos e deixou o campeão mundial Mick Fanning e o também australiano Daniel Ross em combinação. O Makua precisava de um 9,1. Sendo havaiano e local dali, tudo era possível.

 

O inesperado aconteceu na terrinha do ?inesperado?. Makuakai Rothman, filho do ?homi? (Fast Eddie) lá do North Shore, incrivelmente virou a bateria tirando 9,5 quando faltavam dois minutos para o término.

A onda foi grande, com tubo e rasgadão. Valeu os 9,5, infelizmente.

 

Falam que felicidade de pobre dura pouco e o que aconteceu foi que tiraram o ?doce da boca da criança?, literalmente.

 

Leo Neves deu show, mostrou raça e surf, foi impressionante. Ele fez o que todos nós gostaríamos de ver. Representou.

 

Estive com ele no WCT Hang Loose do Brasil. Sempre admirei a sua competitividade e principalmente a sua frieza na hora de encarar pressão.

 

Ele ignora tudo e todos de uma forma humilde e de quem ama o surf. Tem uma técnica que é bem valorizada no julgamento.

 

Estava nos comentários da transmissão da final em inglês a promessa mundial Jordy Smith, alguém que eu admirava até sentir as vibes ?erradas? para conosco.

 

Não adianta você querer achar legal um gringo por causa do surf bonito e radical, porque no fundo eles são eles e nós, os brasileiros, somos nós, os ?fucking brazilians?.

 

Já que isso incomoda, que incomodemos muito… Vamos lá, seus ?monstros brazucas? do esquadrão WCT, derrubem esses gringos por nós…

 

Raoni, Trekinho, Willian Cardoso e Gilmar Silva mostraram um surf consistente quando estava clássico. Os brasileiros estão deixando boas memórias em forma de rabiscos nas paredes de Sunset.
 
Boa sorte e boas ondas aos brazucas no Pipe Masters.

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