Uma linda quarta-feira de céu azul na Ilha de Santa Catarina com boas ondas de meio a 1 metro na praia da Joaquina abriu o Oi SuperSurf de Florianópolis, com os catarinenses vencendo metade das baterias da primeira fase.
Dos 160 participantes, oitenta de treze estados do país já competiram e 48 foram eliminados nas 24 baterias realizadas, dezesseis da primeira fase e as oito primeiras da segunda. Os melhores do dia foram os catarinenses Jean da Silva e Gustavo Ramos com as maiores pontuações, 15,00 e 15,26 pontos, respectivamente, mas a melhor onda foi surfada pelo paranaense Peterson Crisanto, que valeu nota 8,67 já pela segunda rodada da competição, que prossegue até domingo num dos principais palcos do esporte no país.
“Eu estava perdendo a bateria, mas Graças a Deus entrou essa esquerda que abriu bastante, consegui mandar uma rasgada forte na primeira manobra, depois acertar uma batida e finalizar bem a onda, que por enquanto valeu a maior nota do evento (8,67)”, descreveu Peterson Crisanto. “Estou amarradão em estar competindo aqui em Floripa. Eu sempre consigo bons resultados quando venho aqui, estou concentrado, com boas pranchas e espero avançar mais baterias. Eu quero tentar melhorar minha posição no ranking e estou realmente precisando de um bom resultado para isso”.
O paranaense é um dos grandes valores da nova geração que pela primeira vez está disputando o Circuito Brasileiro Profissional. No momento, Peterson Crisanto ocupa uma modesta 59.a colocação no ranking, mas os 6.000 pontos da vitória no Oi SuperSurf de Florianópolis pode leva-lo direto para o seleto grupo dos top-10. Em sua estreia na Praia da Joaquina, ele derrotou o catarinense Jean da Silva, que superou o pernambucano Ivan Silva e o cearense Marcio Farney na disputa pela segunda vaga da bateria para a terceira fase.
Jean foi o primeiro dos nove campeões brasileiros que estão participando desta etapa a se apresentar nas ondas da Joaca. E ele começou bem, vencendo a quarta bateria do dia com 15,00 pontos, marca só ultrapassada pelos 15,26 que o também catarinense Gustavo Ramos atingiu no confronto que fechou a primeira fase do Oi SuperSurf de Florianópolis na quarta-feira. Depois Jean foi batido pelo novo recordista de nota, Peterson Crisanto, mas se classificou em segundo para competir junto com outro catarinense na terceira fase, Willian Cardoso, campeão da última edição do SuperSurf na Praia da Joaquina em 2008. Os dois vão enfrentar os paulistas Leandro Cruz e Samuel Pupo na terceira bateria.
“Eu cheguei umas 6 e pouco da manhã aqui hoje (quarta-feira) e o mar estava bem estranho, com uma corrente de sul, mas quando começou a bateria o mar deu uma acertada, melhorou a formação das ondas e eu já comecei a bateria bem, pegando duas ondas rápidas que consolidaram a primeira colocação na bateria”, disse Jean da Silva. “Estou muito feliz em estar competindo aqui na Joaquina e feliz também pelo SuperSurf estar de volta ao Circuito Brasileiro. Eu acabei de voltar da Indonésia, só cheguei ontem (terça-feira) à noite de lá e estava surfando num mar totalmente diferente daqui. Foram quase três dias de viagem, mas porque realmente eu queria vir pra cá para competir e quero muito ganhar esse campeonato”.
Jean da Silva foi o número 1 do Brasil em 2010 e outros dois campeões nacionais também estrearam no primeiro dia, nos confrontos que fecharam a quarta-feira na Ilha da Magia. O carioca Gustavo Fernandes, que conquistou o título de 2008 durante a década de ouro do SuperSurf no Circuito Brasileiro (de 2000 a 2009), ainda passou em segundo lugar na segunda vitória do catarinense Alcides Lopes nas ondas da Joaquina. Já o alagoano Tânio Barreto, campeão brasileiro na segunda edição do SuperSurf em 2001, foi eliminado pelo cearense Icaro Lopes e o paulista Gustavo Ribeiro na última bateria do dia.
ESTRELAS INTERNACIONAIS – Surfistas que já defenderam o país na elite mundial do WCT e jovens promessas também brilharam na quarta-feira. O carioca Raoni Monteiro, que fez parte do seleto grupo dos 34 melhores do mundo até o ano passado, estreou com vitória na primeira bateria do Oi SuperSurf de Florianópolis e depois ganhou mais uma pela segunda fase. Na primeira, competiu com dois catarinenses que tiveram boas participações no Circuito Brasileiro, Guilherme Ferreira e Marco Polo, que também já integrou a elite do WCT e acabou sendo barrado junto com o cearense Itim Silva.
“Eu cheguei ontem (terça-feira) aqui no meio do dia, tinham umas ondas boas e hoje de manhã cedo entrei no mar, eu e o Jihad (Khodr), tava a maior ventania, maior sudoeste, totalmente diferente, mas acho que consegui marcar um pico certo, uma valinha bem aqui na beira e dei sorte que consegui pegar duas boas ali pra passar a bateria em primeiro”, disse Raoni Monteiro, que falou sobre voltar a competir na Praia da Joaquina. “Fazia anos que eu não vinha para cá e rolou até um flashback com eu, o Guilherme (Ferreira) e o Marco Polo. Parecia até uma bateria dos tempos de amador aqui na Joaca e é sempre bom voltar aos lugares que a gente competiu, relembrar, rever a galera. Para mim, o maior prazer é continuar competindo e poder continuar fazendo o que eu amo”.
NOVA GERAÇÃO – Já entre os valores da nova geração, além do catarinense Alcides Lopes que passou invicto com duas vitórias na quarta-feira como o carioca Raoni Monteiro, quem também começou bem no Oi SuperSurf de Florianópolis foi o mais jovem dos 160 participantes, Samuel Pupo, de apenas 14 anos de idade. Ele é irmão do top do WCT, Miguel Pupo, que está lá na Califórnia representando o Brasil na etapa que acontece nesta mesma semana em Trestles, nos Estados Unidos. Samuel participou de um confronto Santa Catarina x São Paulo que acabou empatado em 1 a 1, com ele passando em primeiro e Pedro Norberto em segundo, ambos despachando o catarinense André Moi e o paulista Igor Moraes.
“A bateria começou bem morna, eu peguei umas ondas fracas e eu estava procurando pegar uma um pouco mais longa para fazer mais manobras”, explicou Samuel Pupo. “Eu achei uma esquerda boa, aí só procurei fazer a linha sem forçar muito as manobras e consegui um 7. A segunda foi uma onda da série, tava todo mundo no raso, então pude escolher a melhor delas e peguei a segunda que entrou, ela encaixou bem na bancada, consegui botar duas manobras e depois só fiquei controlando a bateria até o fim. Eu participei da primeira etapa lá em Maresias (São Sebastião-SP), mas não fui muito bem, parei no rounde 5, então aqui vou procurar ir um pouco mais longe para levar Maresias ao topo”.
SEGUNDO DIA – A programação para a quinta-feira do Oi SuperSurf de Florianópolis prevê a realização de mais 24 baterias como no primeiro dia, com as disputas começando as 8h00 e prosseguindo até as 16h00 na Praia da Joaquina. O segundo dia será iniciado pela nona bateria da segunda fase, composta pelo baiano Yagê Araujo, o paulista Gilmar Silva e os catarinenses Beto Mariano e Raphael Becker. Além dos oito confrontos que restaram para fechar a segunda fase, serão disputadas as dezesseis baterias da terceira rodada com a estreia de mais 32 pré-classificados pelo bom posicionamento no ranking brasileiro.