Entre os dias 13 e 15 de outubro, a reserva mundial de surfe da Guarda do Embaú, em Santa Catarina, receberá a única etapa sul-americana do Mundial Pro Junior de Surf, principal porta de entrada para os surfistas amadores que buscam definitivamente se profissionalizar no universo da WSL. Desse campeonato, serão selecionados os atletas que disputarão a final mundial em janeiro.
O evento levará o nome do maior surfista que já surgiu na região: Ricardo dos Santos, que faleceu em 2015. E terá como padrinho ninguém menos que um dos grandes amigos de Ricardo e campeão mundial de 2015, Adriano de Souza, o Mineirinho.
“Desde quando ele foi embora, a gente sempre pensou em fazer coisas que mantenham a imagem dele viva. A primeira a sair do papel é esse campeonato no lugar que ele mais amava e protegia na vida. Tenho certeza que ele está feliz e estará conosco nesse momento especial para a Guarda”, comenta Mineirinho.
Um dos maiores surfistas de ondas grandes que o Brasil já teve, Ricardo foi o maior porta-bandeira da região e ajudou muitos dos garotos que hoje disputarão essa etapa, como Lucas Vicente (16 anos) e Tainá Hinckel (14 anos). Apesar da pouca idade, ambos se tornaram campeões brasileiros em 2017 na categoria Sub 18 e estão classificados para a final mundial de surfe amador no Japão.
Nativo de Floripa, Lucas cresceu treinando e brincando com Ricardinho. Hoje, como uma das principais revelações do surfe brasileiro, ele pretende honrar o amigo nas ondas da Guarda. “Será animal o campeonato lá e provavelmente vai bombar de gente. A onda é animal, aquele lugar é mágico e poder homenagear o Ricardo lá, por tudo o que ele fez, falou e lutou, para mim será animal. Sem contar que o Pro Junior é muito importante para a minha carreira, por ser o elo entre o amadorismo e o profissionalismo. Espero honrar tudo isso com uma vitória”.
Já para Tainá Hinckel, o evento na Guarda será tão ou mais especial que a estreia dela na elite do WSL durante o Rio Pro. Tainá é nativa da Guarda, cresceu junto com Ricardinho e pela primeira vez disputará um torneio dessa magnitude no quintal de casa. “É muito legal poder competir em casa e homenageando um irmão. Espero altas ondas e boas baterias. Esse campeonato classifica para a final na Austrália e já fui no ano passado – agora quero ir de novo!”