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Expedição Auêra Auára de SUP – Dia 01

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Depois de uma longa viagem de avião e ônibus, os membros da expedição “Auêra Auára de SUP” cegaram ao seu destino, a simpatica cidade maranhense de Arari, na noite de segunda-feira, 24.

Capitaneados pelo cearense Marcelo Bibita, Roberto Vicentin (SC), Flavio Ramalho (CE), Fabiano Tissot (RS) e Luciano Meneghello (SP), foram apresentados ao presidente da ABRASPO (Associação Brasileira de Surf na Pororoca), Noélio Sobrinho (PA), acompanhado de Vinicius Cabocão (MA), Jerônimo “Minhoca” Junior (MA) e demais membros da equipe responsável pela logística e segurança da equipe em um jantar de confraternização, onde todos saborearam uma pizza acompanhada dos deliciosos sucos naturais das incontáveis frutas encontradas na região, saudados pelo grito de guerra dos surfistas da Pororoca: “Auêra Auára”, que, aos moldes do “Aloha” havaiano, também acolhe outros significados, como as boas vindas.

No dia seguinte, logo cedo, às 4h30, todos de pé. A pororoca rola somente uma vez ao dia, na troca da maré, por isso, qualquer vacilo ou atraso pode acabar com a sessão de surfe. Logística é a palavra-chave a todos que desejam surfar uma onda dessas, e o pessoal da ABRASPO ao longo dos anos adquiriu uma impressionante expertise para surfar e explorar as ondas de rio.

Uma lancha voadeira a companhada por dois banana-boats condudizos por jet skis, responsáveis por conduzir os atletas. Pode parecer engraçado ser condizido para o surfe em um banana-boat, mas toda graça abaca quando você vara a primeira odulação e é arremessado pra cima. Ao cair, você dá graças a Deus por não estar em uma lancha de alumínio…

A expectativa da equipe era grande, pois com o fenômeno conhecido como “Super Lua”, que acontece quando a lua chega ao seu ponto mais próximo da Terra, esta acontecendo nesses dias e os supistas esperam encontrar ondas de até seis pés pela frente. 

Encontrar a onda não é das tarefas mais fáceis. Quando a maré começa a encher – e ela vem com toda força -, é necessário se deslocar para as bancadas rasas do rio, que irão levantar a onda. Um verdadeiro safári. Novamente o conhecimento local foi imprescindível e após cerca de meia hora navegando pelo rio Mearim, finalmente ela surgiu no horizonte. Bem menor do que o esperado, porém, perfeita, linda.

O local Vinicius Cabocão foi o primeiro a surfar. A onda estava com pouco mais de meio metro e rolou perfeita por alguns minutos, porém, ao entrar em uma parte mais funda do rio, foi perdendo a força até sumir. A equipe então partiu a toda velocidade para a bancada mais próxima, e algum tempo depois, como uma miragem, novamente a onda surgiu. Dessa vez Fabiano Tissot, Luciano meneghello, Flávio Ramalho e Roberto Vincentim não perderam tempo e se jogaram na água. 

Nessa parte do rio rolaram três sessões de onda, sendo a primeira e a segunda mais fortes e a terceira bem mais fraca. Fabiano Tissot remava com um SUP inspirado nas pranchas Mini Simmons. As medidas de sua prancha, 7’6″ x 29′, feitas pelo shaper Ogro para a Art in Surf, funcionaram muito bem nas condições do dia, e o gaúcho conseguiu surfar por metros e metros com fluidez. Logo atrás, Luciano Meneghello, editor do site SUPCLUB, vinha surfando outra onda perfeita. Dependendo por onde passam, se encotram uma bancada rasa, as ondas ganham força e tamanho; do contrário, diminuem, podendo desaparecer. Foi o que aconteceu com Flávio Ramalho, que vinha na terceira onda que desapareceu quando avançava por uma parte mais profunda do rio.

Após essa sessão, a equipe partiu para o rio Pindalé, que abrigava uma bancada recém descoberta pela ABRASPO. A escolha não poderia ter sido mais feliz e após alguma espera, novamente surgia no horizonte uma onda com pouco mais de meio metro, perfeita, abrindo para os dois lados. Todos foram pra água. Essa pororoca estava bem mais forte e o surfe passou a ser por revesamento. Enquanto alguns aguardavam na espuma, outros manobravam na parede. É importante não se afastar muito da espuma, pois a correnteza empurra o surfista para fora e quem está mais afastado a área mais forte da onda pode ficar para trás. Assim, após quase dez minutos de surfe na mesma onda, Fabiano Tissot e Luciano Meneghello executavam suas últimas manobras. Todos de cabeça feita tendo surfado duas ondas. Coisas de pororca! Amanhã tem mais. Auêra Auára!

Clique aqui e confira o dia 02.