SUP Expedição

Expedição Ilhas de Currais

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Na última semana de dezembro em Pontal do Paraná, município litorâneo do Paraná, mais precisamente no Balneário de Praia de Leste, três remadores realizaram um novo desafio: cruzar o Alto-Mar e iniciar a aventura da travessia até o Arquipélago das Ilhas de Currais, um conjunto de três ilhas rochosas que ficam isoladas na rota dos navios, e abrigam várias espécies de aves nativas como gaivotas e albatrozes.

 

Essa travessia, que tem cerca de 25 km,  já foi feita por vários barqueiros e caiaqueiros da região, porém, as adversidades fizeram com que essa aventura em particular fosse diferenciada. Outro fato ainda não registrado anteriormente foi que pela primeira vez um supista cruzou e concluiu essa travessia, Duka Junior natural do Paraná, já conhecido nacionalmente entre os remadores por participar de campeonatos de Stand Up Paddle, acompanhado por Johnatha Vaz com seu surfski, também bem conhecido no meio do esportivo, e Diego Nardelli com sua Canoa Oceânica.

 

A ida foi em meio da uma tarde ensolarada, por volta das 14h30, com um sol de aproximadamente de 33ºC. No caminho diversos cardumes e golfinhos, espalhados por toda corrente, tornaram a remada ainda mais incrível. Mesmo indo contra a maré o percurso foi completado com êxito e sem problemas.

 

Nessa Ilha não há faixa de areia, portanto o trio desembarcou nas pedras, com muito cuidado para que a expedição não fosse frustrante. O trio notou, ao avistar o continente, que tempo estava fechando de maneira muito rápida, de forma que optaram por aguardar a tempestade passar para então retornarem, já sabendo que, com isso, poderiam chegar somente à noite.

 

Assim, o tempo foi abrindo parcialmente até o pôr do sol chegar de forma inigualável e, em meio a uma alucinante vista, o sol timidamente foi se escondendo atrás dos montes enquanto a noite se anunciava. Mas o tempo não estava totalmente limpo e os remadores tiveram que decidir se retornariam aproveitando as últimas luzes do dia para remarem pelas águas profundas ou se permaneceriam a noite toda na ilha.

 

Decidiram retornar, pois, a ilha não oferecia condições mínimas para o um pernoite.  Quando eram cerca de 20h15, o trio deu início à remada de retorno ao continente sem saber que aquela aparente “chuva de verão” foi, na verdade, uma tempestade que atingiu a vizinha Paranaguá com ventos de mais de 100 km por hora, derrubando containers das pilhas dos pátios alfandegados e devastando telhados das casas e árvores.

 

Os três remadores seguiram adiante, confiando na preparação e nos treinos que geralmente fazem na água. Além disso, sabiam dos riscos envolvidos e estavam preparados para essa “aventura” e para o eventuais perrengues que fazem parte desse tipo de remada.

 

Ondulações de aproximadamente de 2 metros acompanhadas de fortes ventos aumentaram a adrenalina do grupo que passou a remar somente do lado direito como forma de evitar que o mar os jogasse pra fora da rota, nesse meio tempo, no breu da escuridão, o continente ficava visível apenas quando os raios que caiam por toda a região clareavam seus caminhos.

 

Passada a tempestade, que durou cerca de uma hora, os três continuaram remando no mesmo ritmo concluindo o percurso, aproximadamente a 5 km do local desejado devido às condições climáticas adversas, porém recebidos com festa no Bar Birutas à beira mar no município de Matinhos (cidade vizinha), grande incentivador local dos esportes aquáticos. Assim, o trajeto de cerca de 25 km foi concluído num total de 05 horas com chegada às 23h15min.