Nathan Hedge

O retorno do guerreiro

Nathan Hedge, Maresias (SP).

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Nathan Hedge luta para retornar à elite mundial depois de passar um tempo afastado das competições. Foto: Ader Oliveira
 

Nathan Hedge tem boas chances de retornar à elite mundial. Depois de alguns anos afastado das competições, o australiano de Narrabeen faz uma bela temporada em 2014 e mostra que ainda tem muita energia quando veste a lycra de competição.

Aos 35 anos, o surfista ocupa a 27 a posição no ranking do WQS e vai para o tudo ou nada em Sunset Beach, Hawaii, palco da última etapa Prime da temporada.

Além de arrepiar no WQS, Hedge mandou bem nas triagens do WCT, vencendo em Margaret River e ficando em segundo em Teahupoo, onde descolou uma nota 10 contra Adriano de Souza no evento principal.

Recentemente, Hedge esteve em Maresias (SP) e fez ótimas apresentações, terminando a etapa em quinto lugar. Durante toda a semana, o aussie mostrou um foco impressionante no palanque, sempre chegando o mais cedo possível à praia e ficando ligado nas condições do mar.

“Cheguei 10 dias antes do campeonato porque Maresias é um pico diferente, com muita força. Queria me familiarizar com a onda e curtir o lugar”, diz o atleta, também conhecido como “Hog”.

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Hedge possui uma carreira com momentos marcantes na elite mundial. Foto: ASP / Will H-S
 

Por muitos anos ele ocupou uma vaga entre os tops do WCT, sempre chamando a atenção com seu surf power e ótima habilidade nos tubos. “Se eu tivesse de escolher um momento marcante na minha passagem pelo Tour, diria que foi numa etapa em 2004, quando venci Kelly Slater nas quartas-de-final em Jeffreys Bay”, lembra Hedge, que chegou à final naquele evento e perdeu para Andy Irons.

No ano seguinte, o australiano protagonizou uma cena memorável na praia da Vila, em Imbituba (SC), ao parar Andy Irons com uma atuação brilhante e garantir o sétimo título mundial a Kelly Slater.

Slater havia perdido para Travis Logie e dependia de Hedge para que a decisão não fosse levada ao Hawaii, berço de Andy Irons. Curiosamente, Slater e o australiano haviam se desentendido meses antes, mas o australiano fez uma promessa pouco antes da bateria. “Eu sabia que iria vencer essa bateria e disse isso a Slater antes de ir pra água. Estava determinado a conquistar a etapa e a derrubar quem aparecesse em meu caminho”, lembra o aussie, que depois foi eliminado pelo brasileiro Victor Ribas.

Para Nathan Hedge, o tempo afastado das competições fez com que a sua energia fosse renovada. “Foi uma benção ficar um tempo afastado do esporte e uma benção ainda maior poder voltar. Isso requer muito trabalho, muito esforço. Há três anos eu não sabia se queria voltar ao Tour ou não. Passei 13 anos na elite, dois como Top 10. Foi uma carreira incrível e senti como se devesse me dar uma nova chance. Queria fazer isso de uma forma saudável”, continua o australiano.

Bastante carismático, Hedge possui uma ótima relação com muitos surfistas brasileiros. “Os brasileiros são pessoas apaixonadas e que lutam com o que têm. E é isso que eu me identifico com as pessoas. Quando falo sobre o Brasil, tem gente que comenta que é um lugar louco, perigoso. Mas você tem que se conectar, tem que curtir!”, revela o atleta.

A batalha decisiva no WQS acontece entre os próximos dias 24 de novembro e 6 de dezembro, em Sunset Beach, Hawaii.

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