Expressão de vencedor

Adriano de Souza, Quiksilver Pro 2007, Snapper Rocks, Gold Coast, Austrália

Adriano de Souza atende imprensa depois da ótima performance na segunda fase do Quiksilver Pro 2007 em Snapper Rocks, Austrália. Foto: Marina Vivacqua.

Que Jake Paterson tem um surf power não é segredo para ninguém. Mas que ele mandaria Andy Irons para o chuveiro mais cedo, muita gente duvidava.

 

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A verdade é que Slater continua com sua forma impecável, destruindo as ondas. E as expectativas, mais uma vez, eram em cima de quem viria com tudo pra cima do octacampeão.

 

Ano passado, Andy, Taj, Parko e Fanning lutaram mesmo para ver quem ficaria com o segundo lugar, já que eles se revezaram na batalha, deixando o caminho livre para Slater distanciar-se no ranking e na quebra de recordes.

 

Depois do Pipe Masters no final do ano passado, a entrada de novos nomes no tour, e o aparente amadurecimento de Andy em termos de temperamento, um clima de novos ares veio à mente de muitos especialistas: Andy  Irons tinha tudo para ser o cara para colar forte em Slater.

 

O circuito só está começando e o campeonato na Gold também. Não seria impossível ver o Júnior franco atirador Julian Wilson mandar King-Slater sentar-se ao lado de Andy na área VIP para ver de fora da água o desfecho da primeira etapa.

 

O garoto foi um dos destaques do mundial Pro Júnior no começo do ano. Levou a expression session com aéreos incríveis e é apontado até pelos próprios colegas como o melhor surfista da geração sub-21 aqui na Austrália.

 

Assim como o fenômeno Slater apareceu, parece que um fenômeno australiano está para surgir. Só nos resta saber se ele está preparado para baterias de alta pressão, com a mesma precisão de seus aéreos e da linha de surf que está executando.

 

Favoritismo existe em qualquer esporte, mas se titio Paterson fez o que fez com o faminto e competitivo Andy, este ano poderemos ter algumas surpresas na ponta do ranking. Por enquanto, Slater continua o rei-dos-reis.

 

O título desse texto é para destacar as excelentes fotos exclusivas do Waves Austrália e que exibem a expressão de alguns vitoriosos em suas baterias, Paterson e Adriano de Souza mostram o sentido de “sorrir aliviado”.

 

Analisar a performance dos brasileiros é como bater em bêbado. A primeira lição seria parar de passar as seções mais rápidas sem aquela famosa “matação de barata”, que coisa horrível!!

 

Pigmeu surfou contra Cory Lopez como se fosse um grommet, parecia os nomes de menos expressão que surfaram contra Adriano de Souza no mundial Pro Júnior, ou seja, pegava qualquer onda tosca que aparecia, manobrou com “power de pelica” e bye-bye! Até fez uma linha base-lip nas suas ondas melhores, mas faltou power e sobrou medo de cair da prancha (e caiu!).

 

Neco tava todo sorridente antes e depois da disputa. Parece que apareceu mesmo nessa etapa só para dar um “oi” aos ex-colegas de tour e quem sabe faz alguma coisa melhorzinha na próxima etapa.

 

Dornelles até mandou bem na sétima e última onda, 7.40. Fosse uma bateria de WQS e o adversário eu ou a minha avó, ele até passaria a bateria (meio apertado, claro). Mas, pelo amor de Deus, né, Pedra. Hobgood, com aquela velocidade, aquela linha fluida e aqueles scores, deixar alguma reação pro final da bateria é como golzinho de honra.

 

Vitinho surfou bem até pelas condições do mar naquele momento, mas competitivamente falando, pareceu-me também que Wardo nem suou a camisa para fazer duas notas médias e acabar com a disputa.

 

Mineiro tem sido o mais focado, aquele cara que tá com a feição de que quer mesmo vencer. Dentes serrados, olhar compenetrado, não tá relaxado não por que não fez nada ainda para relaxar.

 

Nem nego que tem oito títulos mundiais relaxou, quem diria nosso “menino” do Guarujá. Foi lá e fez o que deveria ter feito. Quebrou as ondas com vontade, competiu com tática e tem tudo para dar um couro no Emslie na fase seguinte.

 

Não deve subestimar o tiozão sul-africano, pois todo mundo que está ali tem cartola com coelho dentro.

 

Raoni e Léo também estão de parabéns. Um retorna de contusão estilo Ronaldo Fenômeno em 2002 para calar os críticos e já tirou o peso de uma reestréia que poderia ser duvidosa.

 

Léo Neves mais ainda, estreou bem, deu sorte no final da bateria com a onda salvadora. Mas WCT também é isso. Quem não estiver com sorte, vai boiar mais do que os outros.

 

Restam três no campeonato, primeiro, segundo e terceiro, né? Alguém faça alguma coisa, por favooooooor!

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