Imbituba Prime

Fecasurf batalha pelo Tour

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Gabriel Medina, defensor do título Prime de Imbituba. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

A Federação Catarinense de Surf (Fecasurf) ainda tenta confirmar a reedição do ASP Prime em Imbituba (SC). O órgão tem até o dia 20 de julho para conseguir a liberação da verba pelo Governo do Estado. 

 

A entidade quer impedir que estado fique de fora do calendário do Circuito Mundial, o que não acontece há 30 anos. Santa Catarina é parte importante da história do esporte, principalmente pelos grandes campeonatos já realizados em praias catarinenses desde 1982. 

 

Atualmente, o estado é o que mais sediou etapas do WQS no Brasil, desde a criação do circuito classificatório para o grupo de elite do surf mundial em 1992. 

 

Das 90 já disputadas no país, 31 aconteceram no estado e a última delas foi a etapa do ASP Prime em Imbituba no ano passado, que foi um sucesso de público e de ondas na Praia da Vila.

 

“Estamos com a verba da Prefeitura de Imbituba confirmada, temos uma marca de surfwear também garantida, temos tudo, menos o apoio do Governo do Estado que falta para viabilizar o evento”, conta Fred Leite, presidente da Fecasurf

 

“Queremos sensibilizar o Governo do Estado para o esporte que sempre trouxe tantas alegrias e divulgou de forma positiva nosso estado para o mundo todo. Estamos tristes com esta situação, pois pela primeira vez em 20 anos poderemos não ter nenhuma etapa do Circuito Mundial aqui no estado”, completa Fred.

 

A história do estado no esporte das ondas começou pela praia da Joaquina, em Florianópolis, que é um dos principais palcos de campeonatos no país. Foi lá que em 1986, o Hang Loose Pro Contest trouxe o Circuito Mundial de volta para o Brasil e no mesmo ano foi fundada a Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp).

 

A Joaca esteve no calendário principal do ASP World Tour de 1986 até 1989 e de 2003 a 2005, primeiros anos da etapa brasileira do WCT com a organização da dupla Teco Padaratz e Xandi Fontes.

 

Pelo WQS, Florianópolis é a cidade do Brasil onde tiveram mais etapas desde 1992. Foram onze só na praia da Joaquina, que é seguida de perto pela vizinha praia Mole, com dez provas. 

 

Os números da Joaquina e da Mole só são superados pelas quinze etapas realizadas na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ), e pelas quatorze na Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE). No entanto, a capital catarinense já não recebeu nenhum evento no ano passado e também está fora do calendário 2012.

 

“Acredito que este é o momento mais delicado que estamos vivendo”, analisa Bira Schauffert, que organiza eventos na capital desde 1992. “Acho que em relação à Santa Catarina, os governantes deveriam analisar o passado recente, de quanto o surf divulgou o estado a nível nacional e internacional, pois nosso estado ficou conhecido no mundo inteiro pelos campeonatos de surf”, explica Bira. 

 

Além das 24 etapas do WQS em Florianópolis, sendo onze na Joaquina, dez na praia Mole e três no Santinho, mais sete foram disputadas em outras quatro cidades do estado. Duas em Imbituba, duas em Itajaí (2), duas em São Francisco do Sul e uma em Laguna.

 

“Realmente é quase impossível imaginar o estado de Santa Catarina fora do calendário do Circuito Mundial da ASP”, acredita Roberto Perdigão, diretor da ASP South America, com escritório sediado em Florianópolis. 

 

“Recebendo eventos de grande porte desde os tempos do Festival Olympikus de Surf em 1982 e provas internacionais como o Hang Loose Pro de 1986 a 1989, em pouco tempo os torneios de surf fizeram de Florianópolis um dos maiores palcos do esporte no Brasil e no mundo”, conta Perdigão.