Feedback havaiano

zzzgt, Hawaii 2006, Guilherme Tâmega

Guilherme Tâmega ataca, sem piedade, o lip havaiano . Foto: Luis Claudio Duda.

Começa mais uma temporada. Como nós bodyboaders nos sentimos? O que está acontecendo? Dessa vez está sendo apenas bom, nada excepcional. As ondas só chegaram em outubro.

 

Alguns dias bons de onda, inclusive um excelente Pipeline logo no primeiro swell. O Backdoor rolou com toda sua beleza. E o melhor, sem crowd nenhum! Esse mar foi o que salvou até agora.

 

Logo após esse mar, uma sequência interminável de ondulações de Norte jogaram toda areia do mundo para as bancadas de Pipe,

Backdoor e Off the Wall.


Villar cava forte em um dos poucos dias de onda desta temporada. Foto: Luis Claudio Duda.

Em novembro só rolou Rock Point, alguns mares nada demais. Não estou reclamando de barriga cheia, esse swell de Norte/Nordeste deixou as ondas horríveis, fecha tudo, muito ruim.

 

Laniakea quebra bem com ondulação de Norte, mas cá entre nós é uma onda boa, mas depois de algumas quedas você quer ir para a próxima fase do jogo havaiano.  Ninguém aguenta jogar a primeira fase do jogo no video game para sempre.

 

A brasucada está chegando: Maguinho e Luis Villar Faraó já estão quebrando tudo!
Tâmega tem dado duas quedas por dia, batendo ponto no seu trabalho diário. E podem avisar o chefe pra dar um  aumento de salário pro cara. GT está socando as ondas como nunca. O cara é um monstro, não é a toa que é hexacampeão mundial

 

Nessa temporada já rolaram dois terremotos, um tsunami pequeno e um alerta de tsunami. Além de flats e ondulações ruins consecutivas. Muito estranha a temporada. Outro dia mesmo, dirigindo pela Kamehameha highway, vi carros com os quivers de pranchas nos recks, na direcao do aeroporto. Pensei: já tem gente indo embora.

 

Pode ser que de uma hora para outra tudo melhore, assim é o Hawaii. Falei com Paulo Barcellos pelo rádio e contei que depois do terremoto o fundo de Pipe mudou e que não rolava mais aquela onda. Foi engraçado ver o desespero do cara – uma lenda em Pipe – que arrebentou as três últimas temporadas no pico.

 

Espero que nos próximos anos possa ver mais atletas com um bom suporte de patrocínio, como o de Paulo Barcellos. Podendo encarar a temporada havaiana todos os anos e conhecer a pressão dessas onda.

 

Quantos tem essa oportunidade? Caras como Ricardo Ramos Chocô e muitos outros. O bodyboard brasileiro deve muito à Genesis. O Sr. Vilella é mais que pai para muitos atletas. Isso não é babação, à Cesar o que é de Cesar. Não vejo muitas pessoas valorizando tudo que ele fez. A história de Barcellos, por exemplo, poderia ter sido outra sem a Genesis.


Mais uns dias e começa a janela do evento de Maui. Todos voando pra lá, vamos decolar em Ledges, onda que lembra a Joatinga (RJ). Só que rola com até oito pés havaianos.


Ledges é muito mais bodyboard que Honolua Bay – onda mais de linha. Ledges é só porrada. Vamos ver o que vai dar, essa direita é tao irada que vou tirar a lycra da parede e competir nesse evento. O tio vai dar trabalho nessas direitas.

 

Boas festas para todos. 

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