Felicidade e exaustão

Jamie Stearling, Pipeline, North Shore, Hawaii

Local Jamie Sterling mostra intimidade com a temida bancada de Pipeline. Foto: Fabiana Nigol.
Felicidade e exaustão. Dois sentimentos comuns aos felizardos que desfrutaram do sólido swell que entrou na última segunda-feira em Oahu.

 

Pela manhã as ondas quebravam com cerca de 2,5 metros. Sunset era o melhor pico, pois o forte vento deixou as ondas em Pipeline meio fora da bancada.

 

Mas Sunset quebrava majestosa. O forte vento fazia com que a entrada na onda acontecesse sempre no último instante. Vários brasileiros quebravam as ondas.

 

Carlos Burle, Danilo Couto, Morongo, Leandro Moulin, os irmãos gêmeos Bruno e Breno, Roberto Cantoni, Carlos Sanfelice entre outros pegaram altas ondas na companhia de poucos gringos.

 

As melhores performances que testemunhei foram do sul-africano Andrew e dos brasileiros Danilo Couto e Cantoni. Na primeira queda depois de uma contusão no ombro, o baiano Couto rabiscou forte de backside uma onda pesada.

 

Cantoni veio na onda de trás. Dropou deitado, totalmente vertical e na hora que o lip da segunda sessão iria amassar sua carcaça ele ficou de pé e deu a cavada a poucos centímetros do grosso lip.

 

Na hora do almoço as ondas começaram a subir. Séries varriam os desavisados. Uma atrás da outra. Pranchas e cordinhas foram partidas e muitos caldos foram vistos. Eu tomei um que me fez lembrar o quão fundo é a bancada no outside.

 

As ondas chegaram aos 12 pés, mas o surf era na realidade de 6 a 10 pés sólidos. Na bancada ao lado, Backyards, alguns kitesurfistas, entre eles Jeff Tobias e Will James, rabiscavam sem dó paredes de 12 pés.

 

Saí da água e recebi um toque do Pato no meu rádio. Ele estava caindo em Pipe e disse ter altas ondas. Cheguei na praia e o palco estava montado. Como era feriado, a praia estava lotada e berrava a cada tubo surfado ? algo que lembrava um estádio de futebol.

 

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Com sete títulos mundiais na bagagem, Kelly Slater poderia estar em casa, mas prefere a sala de estar de Pipeline. Foto: Fabiana Nigol.
Kelly Slater, Jamie Sterling e alguns bodyboarders como Paulo Barcellos pegavam altas. Barcellos inclusive saiu roxo da água depois de tomar na cabeça uma série daquelas.

 

A realidade é que o swell tinha influência das duas direções, norte e oeste.

 

Assim, enquanto a galera esperava a série de uma direção acabava entrando uma de outra e pegava todos desprevenidos. Tanto em Sunset como em Pipeline.

 

Caí na água e a situação era radical. Uma série atrás da outra. Algumas fechavam o canal e todos foram varridos pelo menos uma vez. Só Jesus Cristo sairia ileso.

 

Até o ?semi-Deus? Kelly Slater foi massacrado por uma série. Eu o vi tomando altas na cabeça e virando de ponta cabeça nos caldos como qualquer mortal.

 

Mas apesar dos caldos ele pegou as melhores ondas do fim de tarde.O bodyboarder e surfista Kainoa McGee também pegou um tubão.

 

Entre os brasileiros, Pato pegou altas, Fabiano Passos pegou uma boa para a esquerda e eu peguei duas para Pipe. Uma eu morri dentro do tubo e na outra saí voando por cima do lip.

 

Ao aterrissar caí em cima da prancha e quebrei as duas quilhas, com caixa e tudo. Segundo informações uma acirrada disputa por onda acabou em briga na areia. Um haole que teria rabeado um bodyboarder se deu mal perante um local.

 

Alguns brasileiros na praia afirmaram ter visto Gisele Bündchen na casa de Jack Johnson, mas me parece que ela está mesmo no Fashion Week no Rio de Janeiro.

 

As ondas estão dignas de Hawaii e a previsão é de mais onda para a semana.

 

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Aloha!

 

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