Foi o tempo que uma famosa pelada, o futebol de final de semana, era o atrativo esportivo para reunir amigos. O surf ganha cada vez mais corpo e espaço e o esporte que os brasileiros aparecem dominando o Mundo, é um grande agregador.
Prova disso é o primeiro Festival de Surf Onda Doce, uma iniciativa do executivo Eduardo Naufal, em parceria com o ícone da modalidade e recordista de títulos, Picuruta Salazar. Mais do que reunir executivos de alguns setores importantes da Economia num dia de diversão em cima das pranchas, o evento terá dois objetivos nobres, proporcionando uma “onda de solidariedade” para jovens.
Confirmada para o dia 26 de setembro, no Quebra-Mar, em Santos, a competição será disputada por profissionais do Açúcar, Álcool e Energia. A maioria com pouca experiência como surfista, mas buscando diversão e confraternização. Toda a renda das inscrições será destinada à ONG Beaba, que atua diretamente com crianças com câncer. Além disso, o grande objetivo será divulgar a ONG Onda Doce, que está se formando para oferecer a oportunidade a jovens da Rede Pública de Ensino, que não têm poder aquisitivo e são bons alunos, conseguirem intercâmbio cultural no exterior.
“Fiz intercâmbio pelo Rotary, com 16 anos. Fui para os Estados Unidos, vivi em casa de família e foi uma experiência que mudou a minha vida. Quero poder proporcionar isso para jovens que não têm condições. Vou fazer e tentar inspirar outras pessoas a ajudar também”, enfatiza emocionado Eduardo.
Ele explica que já está em negociação com a AFS (antiga American Field Service), instituição que faz intercâmbio no Mundo inteiro, para patrocinar três jovens, dois de Taubaté, onde nasceu, e um de Santos, cidade que escolheu para morar, por qualidade de vida e para estar próximo das ondas. Aos 51 anos de idade, o corretor de açúcar para exportação é praticante de snowboard há duas décadas, começou a praticar o surf há menos de quatro anos e se apaixonou.
“Faço snow que é como o surf. Vou para o Chile, Alasca, tenho um nível legal. E queria um esporte que não precisasse viajar, no mínimo, três horas, para praticar. Que possa fazer todos os dias. Sempre gostei de surf”, destaca. “Quando tinha 15 anos, meu pai comprou uma Squalo (prancha), quase morri afogado. Desencanei. Há um tempo fiz uma aula aqui, outra ali, até que conheci essa figura (Picuruta) e comecei a treinar”, lembra. “Tem quatro caras que são fundamentais no meu surf, o Heitor Ferreira, da Escola de Surf Meio da Baleia, o Zecão, de Ubatuba, o Maicol Santos, que também contribuiu muito para o meu surf, e claro, o Picuruta”, complementa.
Dessa nova paixão esportiva, surgiu a ideia de usar o surf como poder transformador. Os participantes estão sendo convidados e para competir precisam apenas pagar a taxa de inscrição e, simplesmente, ficar em pé numa prancha na onda por, pelo menos, cinco segundos. “A galera poderá participar de pranchinha ou longboard, tudo misturado. É mais para espalhar mesmo nesse esporte que é incrível”, explica Eduardo.
Ele conta que no dia 23 será realizado o Jantar do Açúcar, na capital, envolvendo todo o mercado do Açúcar e Álcool, com participantes de várias partes do mundo. “E eu, ao invés de fazer um jantar ou coquetel, vou fazer um evento de surf. Quero juntar uns 30 convidados e ir crescendo a cada ano”, diz.
“A proposta é divulgar mesmo o Onda Doce. Quero lançar no meio o espírito. Não precisa ser um bilionário para ajudar o próximo. Tem como ajudar com pouco e jáá tem gente querendo patrocinar jovens. São pessoas que tem uma influência e abrangência bacana”, complementa Eduardo Naufal. “Em 2016 serão três jovens. A ideia é conseguir mais gente e aumentar os beneficiados”, enfatiza.
Picuruta
No Festival Onda Doce, quem estará comandando a festa será uma figura muito conhecida no surf. “Em casa”, Picuruta Salazar sintetiza bem o que quer nas ondas. “Queremos que todos se divirtam. Surf é isso”, afirma o organizador do evento, explicando que as disputas contarão com a mesma estrutura de uma competição convencional, incluindo julgamento do quadro da Federação Paulista de Surf. “Os caras vão se sentir num campeonato”, relata.
“Todos ganharão camisa de lycra, parafina e cordinha. Também teremos medalhas para todos, troféus produzidos artesanalmente pelo Serapião, para os quatro melhores”, anuncia Picuruta. Além disso, todos os inscritos participarão de sorteios de uma viagem para El Sunzal, em El Salvador e três pranchas, duas produzidas pelo conceituado Almir Salazar (uma delas um longboard), e uma da Seventy Surfboards, de Pedro Penha.
O evento
O primeiro Festival de Surf Onda Doce tem os apoios da Escola de Surf Picuruta Salazar, Associação de Surf de Santos, Federação Paulista de Surf, Prefeitura Municipal de Santos e FMA Notícias.