Figurinha carimbada

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Sul-africano Greg Emslie fica com o terceiro lugar no Onbongo Pro 2005, realizado na praia Mole, em Florianópolis. Foto: Ricardo Macario.
Terceiro colocado no Onbongo Pro Surfing 2005, o sul-africano top do WCT Greg Emslie definitivamente mostrou que possui uma ligação especial com o Brasil.

 

 

Aos 28 anos, Emslie não é um pop star do surf mundial, não possui o carisma de um Kelly Slater nem a (antiga) marra de um Andy Irons, não cria polêmicas e tampouco impressiona na água com aéreos e manobras inovadoras.

 

 

O que faz dele um personagem curioso para o público é o número de vezes que subiu no pódio em eventos realizados em águas brasileiras.

 

 

Emslie sempre dá trabalho nas ondas brasileiras. Foto: Nilton Santos.
Em 2002, na segunda edição do Onbongo Pro, Greg também terminou na terceira colocação, atrás do campeão Chris Davidson e do vice Richard Lovett, ambos da Austrália.

 

No ano seguinte, 2003, ele foi vice-campeão da etapa do WQS realizada em Fernando de Noronha, superado nos minutos finais pelo catarinense Neco Padaratz.

 

Em 2004 o sul-africano fez outra bela campanha e ficou mais uma vez com o vice, dessa vez na etapa do WQS realizada em Torres, no Rio Grande do Sul, vencida pelo paranaense Jihad Khodr.

 

O mais curioso é que Emslie é conhecido por ser um excelente surfista quando as ondas sobem, principalmente em picos de fundo de pedra e coral, que possuem ondas de linha. Mas tamanha intimidade com as ondas do Brasil tem explicação.

 

?Acho que isso se deve ao fato de eu ter conquistado minha primeira vitória no WQS aqui no Brasil, em 97. Eu era bem jovem e ganhei bastante confiança na época. Depois disso, toda vez que vinha competir aqui era como se ganhasse uma motivação extra para tentar repetir o feito?, explica Emslie.

 

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O atleta recebe o troféu das mãos de Antônio Carlos Gouveia, o Carlão do vôlei, atual secretário de esportes de SC. Foto: Ricardo Macario.
Além disso, ele confessa que adora o Brasil, o clima e o astral das pessoas, as praias, as ondas e, claro, as belas mulheres, principalmente em Floripa.

 

?Sempre fico amarradão de vir ao Brasil, é um ótimo lugar, me sinto relaxado e isso certamente se reflete no meu surf, então é um conjunto de coisas que trabalha de forma positiva para mim. Além disso, ser surfista profissional é saber competir em qualquer condição, isso é fundamental?.

 

Na semifinal contra Raoni Monteiro, ele não era o favorito da torcida, que estava em peso na praia Mole, mas diz que a experiência de dez anos competindo no circuito mundial o deixa tranqüilo em situações de grande pressão como essa.

 

?Com o tempo você aprende a lidar com a pressão. Tem que colocar isso de lado e se preocupar apenas em surfar bem e fazer seu trabalho, nada mais?, ensina o veterano Emslie.

 

O resultado no Onbongo foi importante para ele, pois o colocou na confortável sétima posição no ranking do WQS, praticamente garantido sua classificação para o WCT em 2006, já que ocupa a 36a posição no ranking da elite mundial.

 

Sobre a nova geração que desponta no cenário e promete invadir a lista dos top 45, Emslie é categórico. ?Isso é ótimo para o esporte. É importante que novos valores surjam e estendam os limites?.

 

Na hora de responder em quem apostaria suas fichas entre os novos nomes, ele aponta o jovem conterrâneo David Weare, sétimo colocado no WQS e um dos expoentes do esporte na África do Sul.

 

A última pergunta para Greg Emslie foi quem ele apontava como o provável campeão do Onbongo Pro 2005, e o sul-africano mostrou que é bom de palpite.

 

?Raoni tem a experiência a seu favor, é um surfista perigoso, mas o Heitor está em grande forma e encaixado nas ondas, mandando aéreos incríveis. Se conseguir manter essa sintonia na final, deve ficar com o título?.