O'Neill SP Prime

Filipinho incansável

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Filipe Toledo segue em ritmo eletrizante e registra 17.83 pontos nas oitavas do O’Neill SP Prime em Maresias (SP). Foto: © ASP / Smorigo
 

Na tarde desta sexta-feira, foram definidos os integrantes das quartas-de-final do O’Neill SP Prime 2014, etapa do WQS que acontece na praia de Maresias, São Sebastião (SP).

Novamente a sensação do dia foi o paulista Filipe Toledo, autor de notas 9.23 e 8.60 no duelo contra o italiano Leonardo Fioravanti, que vinha de uma vitória sobre o cearense Heitor Alves na quarta fase.

Atônito com o show de Filipinho, Leo ficou a ver navios no outside e teve apenas 6.00 na melhor nota.

O ataque aéreo de Filipinho foi intenso, assim como nas fases anteriores. Desta vez, o garoto de Ubatuba descartou 8.40 e 8.10.

“Estar aqui no Brasil com a minha família e meus amigos é muito bom, surfando ondas boas e fazendo um ótimo campeonato é melhor ainda, estou muito feliz”, disse Filipe Toledo. “Está dando tudo certo para mim e estou bem focado, procurando analisar bem o mar antes das minhas baterias, bem atento a tudo, com a cabeça no lugar e Deus está me ajudando. Eu só tenho que agradecer a Deus e a minha família por tudo que está acontecendo para mim neste evento e espero ir o mais longe possível, quem sabe fazer a final aqui e ganhar o campeonato”.

Nas quartas-de-final, Filipe Toledo encara o australiano Jack Freestone, dono de dois títulos mundiais na categoria Pro Junior. Nesta sexta, Freestone eliminou o brasileiro David do Carmo na quarta fase e passou pelo costa-riquenho Noe-Mar McGonagle nas oitavas.

“O mar está mudando muito, a cada hora parece que muda tudo. Em um momento o vento fica maral, muito difícil, depois o mar ficou mais liso, com boas ondas, ou seja, você tem que ser inteligente para se adaptar rapidamente às condições do mar”, disse Jack Freestone. “É bom saber que agora já apareço entre os dez do QS, mas acho que tenho que passar mais umas duas baterias aqui para ficar mais tranquilo. Eu terei uma bateria difícil amanhã (sábado) contra o Filipe (Toledo), que está surfando num nível impressionante aqui. Ele é o cara a ser batido, mas se você quer ser o melhor, tem que surfar contra os melhores mesmo e vamos ver no que vai dar”.

Além de Filipe Toledo, o Brasil conta com Wiggolly Dantas e Italo Ferreira na briga pelo título do O’Neill SP Prime. Guigui começou o dia despachando o francês Marc Lacomare por 12.13 a 10.43 pontos. Em seguida, o novo integrante do WCT levou a melhor sobre o australiano Garrett Parkes, triturado por 16.07 a 11.86 pontos.

Com a classificação às quartas-de-final, Wiggolly assumiu a liderança do ranking do WQS, ultrapassando o potiguar Jadson André.

“Eu estou na frente agora, só que ainda tem dois na briga, o Matt (Banting) e o Filipinho (Toledo), então não tem nada confirmado, mas continuo focado neste objetivo que é ser campeão do QS e para isso preciso de um ótimo resultado aqui em Maresias”, falou Wiggolly Dantas, após a vitória sobre Garrett Parkes. “O mar está difícil, mas consegui achar duas ondinhas boas para fazer umas batidas fortes que me garantiram boas notas para vencer. Agora vamos ver como vai estar o mar amanhã (sábado) e tomara que eu consiga achar boas ondas nas baterias para continuar avançando até a final”.

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Wiggolly Dantas assume a liderança do WQS. Foto: © ASP / Smorigo
 

Quem também comemorou muito nesta sexta-feira foi Italo Ferreira. O potiguar de Baía Formosa precisava vencer seu confronto para confirmar a vaga na elite e se deu bem.

Italo encarou o pernambucano Ian Gouveia, algoz do australiano Brent Dorrington na fase anterior. Depois de colocar uma boa vantagem com notas 6.83 e 6.90, Italo viu o adversário reagir com 8.33 de backside. A partir daí, o duelo ficou tenso, mas o potiguar arriscou tudo na última onda e conseguiu sua melhor nota (7.43), deixando Ian a 6.00 pontos da virada.

Para a felicidade do potiguar, nenhuma onda com potencial foi surfada por Ian Gouveia e a sua classificação ao WCT foi confirmada. A notícia foi muito comemorada também por Jadson André, conterrâneo de Italo. Depois de muito nervosismo com a batalha, Jadson foi às lágrimas no palanque, enquanto prestigiava o amigo.

Quem também ficou muito emocionado foi Italo, que não segurou as lágrimas ao conceder entrevista depois da bateria.

“Estou muito feliz por ter avançado mais uma fase, que está me confirmando para o WCT do próximo ano, mas quero ir além disso, quero avançar pra semifinal, depois pra final porque o objetivo é vencer este campeonato”, disse Italo Ferreira, que já aparece em quinto lugar no ranking.

“Minha meta era mesmo garantir a vaga no WCT aqui nesta etapa para chegar mais tranquilo no Havaí”, continuou Italo Ferreira. “Sei que lá vai ser muito difícil pra mim, porque este é o primeiro ano que vou participar da Tríplice Coroa Havaiana, então não queria precisar de resultados lá. Agora vou surfar mais tranquilo e estou muito feliz por realizar um sonho da minha família e de toda a cidade que eu moro, Baía Formosa, que era entrar no WCT, mas ainda quero ir mais longe aqui neste evento”.

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Italo Ferreira garante vaga na elite mundial. Foto: © ASP / Smorigo
 

O próximo adversário de Italo na etapa é o australiano Julian Wilson, que frustrou o público em Maresias ao bater a estrela Gabriel Medina.

Em ondas de 1 metro e formação regular, Julian apostou nos aéreos para conseguir a virada e superar o atual líder do ranking do WCT.

A bateria começou morna, sem muitas emoções, mas o local de Maresias passou a ditar o ritmo com fortes batidas de backside. Depois de espancar uma pequena direita, Medina descolou 7.93, sua melhor nota na bateria.

Em seguida, mandou dois aéreos rodando de frontside, mas não conseguiu finalizar o segundo com sucesso e recebeu 6.50 dos juízes.

Depois de várias tentativas frustradas, Julian Wilson reagiu com 8.77 numa direita finalizada com um aéreo rodando. Na sequência, o australiano conseguiu a virada novamente de frontside, desta vez com um aéreo alto, segurando uma das bordas da prancha com a mão.

“Eu precisava muito passar essa bateria e sabia que ia ser muito difícil, provavelmente a mais difícil contra o Gabi (Gabriel Medina), que é um grande surfista e competia em casa aqui em Maresias”, disse Julian Wilson, que foi mais preciso na escolha das ondas para fazer os aéreos que garantiram sua vitória por 15,30 a 14,43 pontos, deixando Gabriel Medina em 17o lugar no O´Neill SP Prime. “As ondas diminuíram bastante e só quis esperar pelas maiores, acho que venci por isso. Fico triste pelo Gabriel, mas eu precisava mais dos pontos neste ranking do que ele e desejo muita sorte para ele na disputa do título mundial lá em Pipeline”.

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Julian Wilson elimina local Gabriel Medina em Maresias (SP). Foto: © ASP / Smorigo
 

Outro duelo que esquenta as quartas-de-final é a bateria entre o aussie Nathan Hedge o costa-riquenho Carlos Muñoz. Nathan conseguiu uma virada emocionante contra o compatriota Matt Wilkinson, que saiu da água muito irritado depois de perder por 13.14 a 11.03 pontos.

O mesmo aconteceu com Alejo Muniz, que viu a classificação escapar por uma pequena diferença. Depois de vencer o compatriota Caio Ibelli na quarta fase, Alejo caiu diante de Carlos Muñoz por 10.93 a 10.57 pontos.

Com a nota 6.33 na última onda, Muñoz virou a disputa e deixou Alejo precisando de 5.94 para dar o troco. Apenas um juiz deu a virada e a média ficou em 5.57, para a decepção do atleta.

Quartas-de-final

1 Matt Banting (Aus) x Wiggolly Dantas (Bra)
2 Italo Ferreira (Bra) x Julian Wilson (Aus)
3 Nathan Hedge (Aus) x Carlos Muñoz (Cri)
4 Jack Freestone (Aus) x Filipe Toledo (Bra)

Highlights da quinta fase


Highlights da quarta fase