Final luso-brasileira

Pedro Henrique, Buondi Billabong Pro 2005, Ericeira, Portugal

Tiago Pires fatura Buondi Billabong Pro 2005 em casa, grande resultado do surfe português. Foto: Alfarroba / Ricardo Bravo.
As condições do mar não mudaram neste domingo em Ericeira, Portugal, e os organizadores até levaram algumas baterias para serem disputadas em outro lugar, mas voltaram para realizar as finais em Ribeira D?Ilhas.

 

Depois da decisão verde-amarela no campeonato mais importante do WQS na semana passada na França, uma final luso-brasileira encerrou a ?perna européia? em Portugal.

 

Toda a torcida era para o português Tiago Pires, que acabou pegando as melhores ondas que entraram na bateria decisiva e fez a festa em casa.

 

Com o vice-campeonato, Pedro Henrique assume sexto lugar no WQS e sonha com a vaga no WCT. Foto: Alfarroba / Ricardo Bravo.
O carioca Pedro Henrique vinha embalado tirando as maiores notas do dia, mas na grande final o português garantiu a vitória com um 8,9 na última onda.

 

Pelo título no Buondi Billabong Pro, Tiago Pires faturou US$ 15 mil, marcou 2.500 pontos e subiu da 45a para a 15a posição no ranking do WQS, a última que garante vaga na elite mundial do WCT.

 

Já Pedro Henrique ganhou US$ 7.5 mil e 2.150 pontos para subir do 23o para o sexto lugar na classificação geral.

 

A próxima série importante da divisão de acesso do Circuito Mundial de Surfe Profissional será a ?perna brasileira? de fim-de-ano promovida pela ASP South America.

 

Nos dias 19 a 23 de outubro, o Reef Classic 2005 de nível 4 estrelas distribui US$ 75 mil e 1.500 pontos. Na semana seguinte, de 25 a 30 de outubro, serão mais US$ 125 mil e 2.500 pontos oferecidos na única etapa com nível 6 estrelas da América do Sul, o Onbongo Pro Surfing na Praia Mole, em Florianópolis (SC).

 

A capital catarinense também será a sede principal do Nova Schin Festival WCT Brasil 2005, que encerra a ?perna brasileira? novamente realizando um evento móvel nas melhores ondas que entrarem no litoral Sul do estado no período de 31 de outubro a 9 de novembro.

 

A ?perna européia? do WQS foi bem mais longa. Começou no dia 1 de agosto na Inglaterra, teve três etapas na França e está sendo encerrada só agora, 35 dias depois, em Portugal.

 

Os brasileiros tiveram boas apresentações em todas elas, mas só nas duas últimas decidiu o título na grande final.

 

Na despedida da França, o líder disparado do ranking, Adriano de Souza, ganhou uma decisão 100% verde-amarela contra o também paulista Odirlei Coutinho no campeonato mais importante do WQS, o Rip Curl Super Series, único que dá 3.000 pontos para o campeão.

 

Além disso, o pernambucano Paulo Moura dividiu o terceiro lugar no pódio francês de Hossegor e o gaúcho Rodrigo Dornelles, único a ganhar nota 10 na ?perna européia? num tubo espetacular nessa mesma prova em Seignosse, ficou em quinto lugar nas quartas-de-final.

 

Dornelles repetiu este resultado agora em Portugal, perdendo por menos de meio ponto para o havaiano Sean Moody no apertado placar de 11,00 x 10,60 pontos.

 

Com os 1.525 pontos recebidos em Ericeira, Dornelles vai do 25o para o 18o lugar no ranking que classifica 15 surfistas para o WCT. Ele e mais três surfistas representaram o Brasil no domingo decisivo do Buondi Billabong Pro nas fracas ondas de Ribeira D?Ilhas.

 

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Buondi Billabong Pro 2005, Ericeira, Portugal. Foto: © Dimulle / ASP Europe.com.
Pedro Henrique já tinha sido o melhor surfista do sábado e continuou usando a baixa estatura e pouco peso para aplicar sua arma mortal, os aéreos, para conseguir as maiores pontuações do último dia de disputas em águas lusitanas.

 

Ele só não achou pelo menos uma onda boa no confronto carioca contra Simão Romão nas oitavas-de-final, mas acabou vencendo por 11,50 x 7,77 pontos.

 

Depois, em outra disputa caseira contra o paraibano Fábio Gouveia, começou com uma nota 8,5, ganhou 7,33 pontos na segunda onda e fechou a bateria com uma nota 8,37 na última para registrar imbatíveis 16,87 pontos no domingo.

Simão Romão fica em nono lugar. Foto: © Dimulle / ASP Europe.com.

 

Na semifinal contra o havaiano Sean Moody realizou a melhor apresentação do dia em sua última onda, que valeu nota 9,5.

 

Pedrinho já tinha tirado um 7,33 em sua primeira onda e chegou perto de quebrar seu próprio recorde ao somar 16,83 pontos, contra apenas 13,16 do seu adversário.

 

O português Tiago Pires também foi bem nas duas baterias que o levaram para a grande final, marcando exatos 15,67 pontos para despachar dois norte-americanos, Gabe Kling nas quartas-de-final e Bobby Martinez na semifinal.

 

Na bateria decisiva, Pedrinho parecia repetir o desempenho das suas duas últimas apresentações. As condições do mar estavam muito ruins e a sorte em achar a onda certa, que abrisse uma parede mais longa para as manobras ganhou peso fundamental.

 

O português conseguiu 6,33 pontos na segunda que escolheu e assumiu a liderança nos minutos finais, depois da nota 6,23 recebida em sua sexta onda. A diferença ainda era pequena, mas Tiago Pires ainda encontra uma onda muito boa e arranca nota 8,9 dos juízes, abrindo 8,24 pontos de vantagem sobre o brasileiro.

 

Pedro Henrique ainda tentou reverter o resultado na onda que pegou no último minuto, mas recebeu outra nota 7 e o placar final ficou em 15,23 x 14,00 pontos.

 

Esta foi a primeira vitória de um surfista português em provas importantes do WQS e Tiago Pires também conseguiu outro feito inédito, o de colocar Portugal na lista de classificação para a divisão principal do Circuito Mundial.

 

Os únicos representantes da Europa que já figuraram no grupo de elite do esporte na Era WCT, implantada pela ASP em 1992, foram os ingleses Martin Potter e Russell Winter e o carioca Eric Rebiere, que compete pela França, onde mora há muitos anos.

 

Nenhum português chegou tão longe quanto Tiago Pires, que passou a ocupar a 15a. e última vaga na lista provisória do WQS para o WCT de 2006.

 

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Fabinho Gouveia finalizou a prova na quinta posição. Foto: Alfarroba / Ricardo Bravo.
Resultado do Buondi Billabong Pro

 

1 Tiago Pires (Por)

2 Pedro Henrique (Bra) 

3 Bobby Martinez (EUA)

3 Sean Moody (Haw)

5 Gabe Kling (EUA)

5 Rodrigo Dornelles (Bra)

5 Fábio Gouveia (Bra) 

5 Tim Boal (Fra)

9 Yuri Sodré (Bra)

9 Mikael Picon (Fra)

9 Eneko Acero (Esp)

9 Leonardo Neves (Bra)

9 Simão Romão (Bra)

9 Beau Mitchell (Aus)

Rodrigo Dornelles volta da Europa com bons resultados na bagagem. Foto: Alfarroba / Ricardo Bravo.
9 Shaun Gossmann (Aus)

9 Rhys Bombaci (Aus)

 

Ranking WQS 2005 depois de 24 etapas

 

1 Adriano de Souza (Bra) 13.128 pontos

2 Shaun Cansdell (Aus) 10.085

3 Adrian Buchan (Aus) 9.975

4 Bobby Martinez (EUA) 9.716

5 Paulo Moura (Bra) 8.894

6 Pedro Henrique (Bra) 8.879

7 Yuri Sodré (Bra) 8.815

8 Mikael Picon (Fra) 8.795

9 Roy Powers (Haw) 8.662

10 David Weare (Afr) 8.634

11 Glenn Hall (Aus) 8.388

12 Greg Emslie (Afr) 8.183

13 Luke Stedman (Aus) 8.174

14 Gabe Kling (EUA) 8.173

15 Tiago Pires (Por) 8.139

16 Troy Brooks (Aus) 8.130

18 Rodrigo Dornelles (Bra) 7.888

21 Jihad Kohdr (Bra) 7.501

23 Danilo Costa (Bra) 7.430

24 Marcelo Trekinho (Bra) 7.391

30 Dunga Neto (Bra) 7.061

32 Armando Daltro (Bra) 7.006

33 Odirlei Coutinho (Bra) 6.969

36 Marcondes Rocha (Bra) 6.899

39 Marcelo Nunes (Bra) 6.809

42 Fábio Gouveia (Bra) 6.591

45 Raoni Monteiro (Bra) 6.445

47 Leonardo Neves (Bra) 6.387

61 Guilherme Herdy (Bra) 5.832

62 Wilson Nora (Bra) 5.780

63 Renato Galvão (Bra) 5.775

66 Peterson Rosa (Bra) 5.680

67 Marco Polo (Bra) 5.654

68 Bruno Santos (Bra) 5.586

71 Bernardo Pigmeu (Bra) 5.484

 

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