Carol Casemiro passa por dentro do conhecido tubo de Backdoor. Foto: Luis Claudio Duda. |
Daniela Freitas Ronquilo, Carolina Casemiro, Claudia Saboia Lemos, Andreia Guimarães, Claudia Ferrari, Patrícia Ramalho e Mayra, o time estava fechado.
No primeiro dia, a previsão de mar pequeno deu prioridade ao surf feminino na água. Senti a falta
Kira Llewellyn manda um ARS na lata. Foto: Luis Claudio Duda. |
de surfistas de peso no time do Brasil. Esse foi o primeiro campeonato de surf feminino em
Pipeline, esperava ver as surfistas profissionais botando pra baixo aqui. Quem sabe no próximo ano terei a oportunidade de ver atletas do naipe de uma Andrea Lopes surfando em Pipe ou pelo menos treinando por lá.
Mas vamos ao campeonato de bodyboard, o que interessa. O mar subiu e o bodyboard entrou no mar. A velha guarda mostrou suas garras. Todos ficaram chocados com o backdoor em que Claudia Saboia mandou um el rolo na parte mais rasa da bancada. Claudia dá aulas de bodyboard
Dani Freitas cava forte e chega na vice colocação. Foto: Luis Claudio Duda. |
Foi muito maneiro ver as meninas das antigas mandando bem, mas também foi com muita alegria que pude ver o que raça, talento e determinação podem fazer. A nova geração esteve presente com Patrícia Ramalho, que não conseguiu pegar boas ondas, mas mostrou raça e força de vontade. Faltou um pouco de mais de sorte nas ondas. Lorraine Lima treinava há uma semana, não deu onda com esse vento Kona. A paranaense entrou na água e faltou uma onda média para passar sua bateria.
Uma torcida de pressão esteve presente ao evento. Foto: Duda. |
Carol Casemiro não tinha mais o que provar no Brasil. No ano passado, durante o mundial, viu como é dureza uma etapa em Pipeline. Onde só competem, mulheres que respiram o esporte. Que pegam seu dinheiro e investem em uma viagem para o Hawaii, visando aprendizado nas ondas de verdade, e ainda ver o que há de melhor no esporte.
Carol é agora chamada de “a doida do Backdoor”. Cria da escola de bodyboard de Rodrigo Burani, em Bertioga, Carol, simplesmente chamou a atenção de todos. Surfou muito, botou para baixo em ondas cascudas do backdoor e arrancou aplausos da galera que estava na praia. Poucas meninas se arriscavam nas da série para o Backdoor. E dava para contar nos dedos as que botaram pra dentro nas maiores. casemiro não só colocava pra dentro, como atacava o lip da onda mais sinistra do Hawaii. Isso em sua segunda participação aqui em Pipe.
Competiu junto de nomes como Daniela Freitas que dispensa apresentações, além das aussies Kira Llewellyn e Mandy Zierem, que surfam muito. Destaque para Kira, que mandou um ARS absurdo e ganhou nota nove dos juizes. dani freitas surfou muito também. Fez uma boa linha de onda e mandou uns rolos irados. Kira achou boas ondas para Backdoor e estava em seu dia. Sua coterrânea Mandy pegou bem também. Carol Casemiro foi a quarta colocada e na final, esperou a maior onda da bateria. O Backdoor mais cascudo que vi durante o evento. Uma onda oca, de uns seis pés. Ela colocou para dentro do tubo, o mais animal do dia. Só não saiu porque perdeu os dois pés de pato dentro do tubo. Foi aplaudida pela praia inteira e saiu da água chorando, aplaudida em um dos maiores templos do surf mundial. Uma honra para ela e para todos os brasileiros que pegam ondas de bodyboard.