Chloé Calmon

Foguete da campeã

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A carioca Chloé Calmon, de 22 anos, venceu a primeira etapa do Mundial de Longboard, que rolou nas lindas direitas de Uligan Bay, em Tupira, Papua Nova Guiné. Chloé utilizou, mais uma vez, pranchas shapeadas por Neco Carbone, no caso uma 9′, em ondas que variaram dos 3 aos 6 pés.

Neco explica como surgiu esse modelo: “Há mais ou menos um ano, a New Advance fechou um patrocínio com a Chloé, comigo como shaper. Conversamos durante um campeonato que rolou no Quebra-Mar, em Santos, e vi o equipamento que ela estava usando. O que ela queria era uma prancha que fosse bem versátil, para não ter que viajar com várias, específicas para cada tipo de mar. Procurei agrupar tudo numa prancha só, bem híbrida”.

Fórmula campeã

“Esse modelo tem um outline bem paralelo, característico de pranchas clássicas. O trabalho híbrido ficou mais nas bordas, pois a prancha, do meio para o bico, tem bordas mais clássicas, mais 50/50. Na transição para a rabeta já tem um edge leve para gerar mais drive nas manobras. A primeira prancha que fiz para ela tinha o rocker bem baixo, mais reta. Ela estranhou um pouco, achou um pouco dura e experimentou várias quilhas e posicionamento das mesmas. Acertou, mas não estava no pé do jeito que ela queria. Daí percebi que precisava acentuar o rocker de rabeta e com essa segunda prancha ela ficou muito feliz. Trabalhamos com esse modelo todo ano passado e continuamos em 2017”, explicou Neco.

“O mais bacana é que fizemos umas sete ou oito pranchas desse modelo para ela e todas foram aproveitadas. Isso foi muito bom, pois ela viajava com três pranchas iguais. Sempre há uma predileta, mas ela tinha a segurança de poder usar uma para treinar, outra na competição e sem medo de quebrar qualquer uma delas, pois sabia que teria outra a mão, funcionando bem. Ter a reserva e a reserva da reserva criou confiança para ela surfar tranquila, sem medo. Durante esse evento em PNG, uma das pranchas trincou. Ela consertou, mas ao pegar a prancha sentiu que estava pesada. Caiu com a outra e não teve problemas com a reserva para chegar à final”, comentou Neco sobre o quiver de pranchas iguais da campeã.

Leve, mas nem tanto

As pranchas de Chloé foram feitas em EPS/Epoxi. Muita gente esquece que longboard, dependendo de como você quer surfar com ele, não deve ser muito leve.

“Ano passado fizemos uma prancha desse mesmo modelo em PU, tentando dar um pouco mais de peso e eliminar um tanto da vibração em mares mais mexidos, com vento. Mas optamos por manter todas em EPS, apesar de elas não serem muito levinhas, não”, acrescentou o shaper, que também e excelente longboarder.

Confira a reportagem completa sobre a vitória da brasileira clicando aqui.

Durante a etapa, Chloé mostrou em suas ondas que esse modelo lhe garante bastante segurança no bico e reage bem quando ela pisa na rabeta para realizar manobras com a modernidade, fluidez e radicalidade com drive, desejada pelos atuais parâmetros de julgamento da WSL.

Equipada com encaixe de quilhas dois mais um, ou seja, plugs para estabilizadores na lateral com caixa central para quilha maior, a prancha ganha ainda mais versatilidade.