No dia 27 de janeiro de 2001 ocorreu um fato marcante na história do surf brasileiro e mundial. No Cris Hotel, localizado na praia da Joaquina, em Florianópolis, foi realizado o fórum “Avaliação do Destino dos Resíduos Sólidos na Indústria do Surf”.
Na ocasião foi apresentado o projeto “Movimento Associativo de Reciclagem Brasileira no Surf e Mundo” (Marbras et Mundi), de autoria do surfista Paulo Eduardo Antunes, tese de mestrado também apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina.
Neste projeto inédito no mundo, a idéia é reciclar resíduos produzidos pelas oficinas de shape. No Brasil há uma estimativa de produção de um número em torno de 30 mil panchas por ano, com desperdício de 70% do material consumido na fabricação, o que implica em perda anual da ordem de US$ 4 milhões, além de 230 toneladas de substâncias tóxicas depositadas em lixões.
O pensamento é desenvolver usinas de reciclagem e saneamento ambiental do pó de poliuretano em cada pólo surfístico do País. Os resíduos de cada oficina serão coletados e transportados para a usina, onde será feito o reaproveitamento do material.
Segundo o doutor em Ciências de Polímeros da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor Marcus Lopes Dias, co-orientador do projeto, são inúmeras as possibilidades de uso para o material reciclado, como, por exemplo, placas de isolamento termo-acústico.
Deverá ser utilizada mão de obra de pessoas carentes para a reciclagem, com o objetivo de dar alcance social ao projeto, que deverá ser implantado primeiramente em Florianópolis, região de condições apropriadas de acordo com estudos preliminares e também pelo apoio dado ao projeto pela Federação Catarinense de Surf.
O Marbras et Mundi está aberta à colaborações. Entre em contato com Paulo E. Antunes pelo endereço [email protected] .
Parabéns a todos os envolvidos neste maravilhoso projeto, e ao ideal de um mundo mais limpo! “Reciclar para perpetuar!”