Na última terça-feira, 16 de julho, um grupo formado por fotógrafos de surf profissionais cansados de ver suas imagens publicadas em sites de internet, sem nenhuma autorização ou crédito, resolveu criar uma página no Facebook destinada a denunciar casos de roubos de imagens, intitulada “Don’t Steal Our Work” (não roube nosso trabalho, em português).
A iniciativa partiu de alguns dos mais reconhecidos fotógrafos do meio, como o francês Timo Jarvine e os australianos Russell Ord e Tim McKenna.
O espaço já conta com o apoio de outros grandes nomes da fotografia mundial e surgiu após os fotógrafos constatarem que suas imagens estariam sendo extraídas de seus perfis pessoais e publicadas sem autorização em sites como “Surf, Sex and Sea”, “Line Up”, “World Wide Waves” e “Tribo Surfón”.
De acordo com Russell Ord, ele mesmo tentou resolver o problema várias vezes. Primeiro denunciou os casos ao Facebook, mas não obteve êxito. Em seguida, enviou queixas e cópias das páginas aos responsáveis pela regulamentação da rede social, mas novamente não recebeu retorno. Ord então se juntou a outros colegas de profissão para tentar contatar os administradores das páginas citadas e solicitar o devido crédito nas imagens ou sua remoção, mas foram respondidos com afrontas e tiveram seus acessos às páginas bloqueados.
“Os administradores dessas páginas usam imagens de renomados fotógrafos mundiais para aumentar o número de curtidas e, depois de conseguirem um bom número de fãs, começam a direcionar os visitantes para seus sites que estão repletos de publicidade”, explica Ord. Grande parte das fotos publicadas indevidamente foi vendida anteriormente pelos fotógrafos com exclusividade a sites e revistas profissionais, as outras vítimas desse uso indevido no Facebook.
Atualmente, a página “Don’t Steal Our Work” tem mais de 11 mil fãs e seus criadores esperam que sua popularização ajude a diminuir casos de roubos e publicação indevida de fotos, denunciando os atos de violação de direitos autorais aos responsáveis do Facebook. Caso a ideia não ajude a solucionar o problema, os profissionais já pensam na hipótese de recorrer à justiça. “Precisamos de um advogado com vontade de pôr a mão na massa, mas sabemos que encontrar uma pessoa com esse perfil é difícil, afinal, o Facebook tem poder suficiente para arrastar essa situação por anos”, finaliza Ord.