Furacão, ciclone ou apenas um swell de sudeste?

Fabricio Martinez - Praia Brava - Itajaí

Fabrício Martinez encaixa o drop na Brava. Foto: Ricardo Alves.

No último final de semana, parte de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul foram alvo de uma das mais ameaçadoras forças da natureza.

 

O ciclone extratropical Catarina deixou um rastro de destruição por onde passou. Os fortes ventos criaram grandes ondas e, para alegria de alguns surfistas, rolou um surfe de gala.

 

Durante a manhã do sábado, o ciclone ainda não tinha dado as caras, mas as ondas já estavam bombando, como um sinal de que ele estava próximo.

 

No litoral norte catarinense, mais especificamente

Martinez espera o canudo rodar. Foto: Ricardo Alves.

na praia Brava, em Itajaí, o swell de sudeste não parava de ganhar força e as ondas chegavam aos 1,5 metros com séries ainda maiores, inclusive como já indicava a previsão do site Waves.Terra.

 

Havia um sol radiante, vento terral e direitas que não paravam de bombar. Como quebrei a mandíbula por motivos ridículos relacionados ao surfe, não podia surfar e não me restava outra opção a não ser fazer as fotos daquele mar.

 

Poucos se aventuraram naquelas ondas, pois as condições estavam difícies com quase todas fechando. Só uma ou outra direita ofereciam condições. Porém, se pegasse a onda certa, certamente seria o tubo da vida.

 

O bodyboarder profissional Luis Gustavo Villar também marcou presença na Brava. Foto: Ricardo Alves.

Fotografei cerca de uma hora até o vento nordeste entrar e acabar com a festa. No decorrer do dia, o swell começou a perder força até que, no final de tarde, quase não rolavam mais ondas.

 

Como poderia ter baixado tão rápido? E o ciclone? O que ainda podia acontecer?

 

Toda esta história intrigava a cabeça de milhares de surfistas, pois ninguém sabia o que realmente ainda estava por vir.

 

Durante a madrugada de domingo, o ciclone chegou à costa e, na região que vai de Torres, no Rio Grande do Sul, até Laguna, em Santa Catarina, destruiu tudo o que encontrou pela frente e deixou milhares de famílias desabrigadas.

 

Villar fez a mala nos tubos do pico. Foto: Ricardo Alves.
Felizmente, não estávamos em sua rota e por aqui nada aconteceu – a não ser uma chuva que caía após um dia abafado. Domingo de manhã o mar estava praticamente flat e a esperança de que a passagem do ciclone deixaria ondas gigantes não passava de uma história.

 

Para nós, surfistas, restou a recordação de um sábado de sol com swell de sudeste e altas ondas. Para quem enfrentou a fúria da natureza, ficou a lembrança de uma madrugada de pavor e medo.

 

Mas, para esses Deus mandará toda sua luz e tudo terminará bem, pois tudo acontece de acordo com sua vontade.


 

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