Furacão mobiliza o crowd

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O pico de Dee Why, em New South Wales, chamou a atenção do público presente. Foto: Moacir Abreu.
Nas últimas duas semanas a costa da Austrália foi sacudida de cima a baixo por fenômenos da natureza.

 

Um forte furacão arrasou a costa Norte do estado de Queensland, deixando casas no chão, arrancando árvores e levantando carros e animais de grande porte.

 

O furacão também gerou altas ondas em praias como Avalon, Dee Why, Collaroy, South Narrabeen, nas lajes de Long Reef, Fairy Bower, Winki Pop e em South Palm Beach. 

Os relatos eram de que as ondas ficaram boas em toda a Gold Coast e na Sunshine Coast também depois da passagem do furacão e do fim da tempestade.

 

Galera testemunha o swell em Dee Why. Foto: Fernanda Pereira.
O pessoal de New South Wales já morria de inveja quando surgiu a notícia de que um ciclone extra-tropical estava se aproximando. Mas como se tratava de uma previsão, ninguém levou a notícia muita a sério.

 

No último domingo o mar começou a subir e já estava com ondas de 4 pés, sol e formação perfeita.

 

Fiz uma sessão boa com alguns amigos e mais três gringos na água em North Palm Beach. A cada série o mar subia e eu já até havia esquecido que o tal ciclone ainda estava por vir.

 

Acordei na segunda-feira e fui conferir Queenscliff. Fiquei maravilhado, a vala na frente de casa produzia ondas tubulares e perfeitas de 5 a 6 pés. Sem falar do sol e da água quente e cristalina.

 

O ponto negativo da praia de Manly é o crowd intenso, apesar de pacato. Você deixa de pegar muitas ondas boas porque aqui tem gente de 8 a 80 anos na água. Todos com boa noção de posicionamento no line-up e bom prepraro físico.

 

Depois da sessão fui trabalhar no supermercado de cabeça feita e tudo que ouvia era clientes comentando que as ondas estavam enormes e subindo a cada minuto.

 

Eu quase derrubava as caixas no estoque cada vez que ouvia alguém falar das ondas, pois sabia que o dia seguinte seria o dia ?D?.

 

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O furacão que atingiu a costa australiana trouxe altas ondas. Foto: Moacir Abreu.
Já na terça-feira, nada de trabalho. Entramos no carro do Cris Domingues (ex-profissional de skate de Porto Alegre) e partimos atrás das ondas.

 

Dirigimos rumo ao Norte e em cada pico as cenas tornavam-se mais impressionantes.

 

Do morro entre Long Reef e Collaroy vimos uns outer-reefs quebrando perfeitos com mais de 15 pés. No estacionamento, encontramos ninguém menos que o mestre Tom Carroll.

 

Ele sugeriu uma conferida em Narrabeen, subiu na rabeira de um jet-ski e tocou direto pra lá.

 

Atitude em Dee Why. Foto: Fernanda Pereira.
Chegando em Narrabeen, avistamos três duplas de town-in, bombas de 12 pés perto da areia e dois malucos na remada que não conseguiam pegar nada.

 

Era tubo atrás de tubo, com certeza Carroll e sua turma fizeram a mala.

 

Passando por vários picos víamos que não dava pra cair sem auxílio de jet-ski. Chegamos em Avalon e mais uma vez meu queixo bateu no chão. Esquerdas perfeitas de 8 pés marchando no canto esquerdo com apenas 15 cabeças na água.

 

Ali moram vários brasileiros. A maioria é ou já foi profissional. Entre eles, Alex Chacon, 19, Toco Gabriel, Diogo Reis e Pedrinho.
 
O surf do Alex em ondas grandes e fortes me impressionou. Nos últimos meses ele venceu dois campeonatos locais de grande projeção, mesmo competindo com os melhores atletas juniores da Austrália.

 

Quando chegamos a South Palm Beach, esquerdas bombavam em direção ao canal com pouca gente na água. Mas as direitas pareciam pistas quilométricas. Ficamos na água umas três horas pelo menos.

 

Já no dia seguinte, aqueles que ficaram ?gripados? no dia ?D? fizeram a festa nas ?marolas? perfeitas de 5 pés na maioria dos picos que também baixavam gradativamente.

 

O jeito agora é esperar o próximo swell levantando caixa no supermercado. O preparo físico tá garantido. Que venham as ondas!

 

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