Português Tiago Pires busca um bom resultado no Onbongo Pro Surfing 2005. Foto: Ricardo Macario. |
Depois de fazer história no quintal de casa ao vencer uma importante etapa do WQS, em Ericeira, o português Tiago Pires está prestes a fazer história no surf mundial.
Ele pode ser o primeiro representante de seu país a disputar o WCT.
Atualmente Tiago ocupa a 17a posição no ranking do WQS e precisa chegar até as quartas ou semifinais nas próximas etapas da divisão de acesso para se garantir na elite.
?Tive um ano ruim, pior que o habitual, mas felizmente consegui reverter em casa, com o apoio da torcida. Sempre soube que poderia me dar bem naquela etapa, pois conheço bem a onda de Ericeira, mas não conseguia neutralizar a pressão de competir diante do povo português?, fala o atleta, que superou o carioca Pedro Henrique na final.
?Dessa vez consegui trabalhar com essa pressão a meu favor e obtive a vitória, além de entrar na briga por uma vaga para o WCT?, conta Pires, de 25 anos. Apesar de tudo, ele se diz tranqüilo com relação à sua entrada na elite mundial e preparado para encarar as ondas em que são realizadas as etapas.
?Já ganhei dois wildcards para competir em Teahupoo e já surfei todas as ondas do CT, me sinto à vontade na maioria, pois gosto principalmente de ondas fortes e tubulares?. Ele explica que ainda é difícil dizer quem serão os novos integrantes da elite no ano que vem, pois ainda faltam algumas etapas e muita coisa pode mudar.
?Ainda tenho dois resultados para trocar e o ranking está embolado, mas quero ir para o Hawaii tranqüilo. Se não der para garantir antes, vou com tudo para a Tríplice Coroa, pois já fui ?rookie? (destaque) lá e sei que posso me dar bem em Sunset ou Haleiwa?.
Se entrar, Tiago será mais uma das novas caras do WCT em 2006, que já tem Adriano Mineirinho e Pedro Henrique garantidos. O francês Michael Picon, melhor amigo de Tiago, também está com um pé dentro e praticamente todos os 16 primeiros do ranking são novidades.
?É muito legal ver essa renovação. Acho que isso se deve à mudança do formato do WQS e ao fato de os tops do WCT não terem disputado muitas etapas da segunda divisão, o que abriu caminho para novos nomes. Tenho a impressão que os tops decidiram tentar se classificar pelo próprio CT, partiram para o tudo ou nada?, analisa.
Tiago diz estar motivado para mostrar seu potencial nas melhores ondas do mundo, contra os melhores surfistas, já que as disputas no QS dependem muito do fator sorte. ?Quero muito mostrar meu valor na primeira divisão, pois no WQS nem sempre as ondas estão boas e para se dar bem o surfista deve contar também com a sorte em muitos casos?.
Entre os brasileiros, parceiros de língua, ele diz que se dá muito bem com Danilo Costa e Adriano Mineirinho, com quem já fez algumas viagens. É com ele e Picon que Tiago deve passar boa parte do tempo caso ambos entrem no WCT.