Peterson Rosa treina em Snapper Rocks para o Quiksilver Pro. Foto: Daniel Levy / Superbank Images. |
Toda a ação começa na próxima terça-feira, 28 de fevereiro, com o Quiksilver e o Roxy Pro Trials.
Mas a vibração aqui no Superbanks já está com estilo de WCT no ar.
O período de espera para as melhores condições de swell no Superbanks vai até 13 de março.
Peterson Rosa caminha pelas pedras de Snapper Rocks, onde acontece o Quiksilver Pro. Foto: Daniel Levy / Superbank Images. |
Os melhores aerosurfers das pranchinhas também vão estar aterrissando na Gold Coast, com os quatro finalistas do Quiksilver Airshow World Series. O evento também conta com a final do Quiksilver Core Store Surf Challenge, reunindo os maiores talentos da indústria do surf em ação no Superbanks.
Outro destaque durante o Quiksilver Pro 2005 fica por conta dos veteranos John Shimooka, Martin Potter e Barton Lynch. Eles vão apresentar um show ao vivo, no estilo “Live at 5”, que será transmitido via broadcast na internet ao final de cada dia de competição, com exibição dos melhores momentos, entrevistas, previsão das ondas, além dos comentários dos campeões mundiais. Isso tudo no site Quiksilver.com, diariamente às 20 horas no Brasil.
Este é o terceiro ano consecutivo que acompanho o WCT aqui em Snapper Rocks e juro que estou muito ansioso para assistir a arrancada ao titulo mundial 2005, titulo tão sonhado para nós brasileiros. Afinal, apesar de todas as dificuldades e diferenças econômicas, estamos sempre surpreendendo os gringos.
Três atletas me chamam a atenção para esta temporada. Um deles é o australiano Mick Fanning, local aqui de Coolangatta, que promete voltar com gás total, depois de sofrer um terrível acidente surfando durante uma trip em Bali, impedindo o então quarto melhor do mundo a brigar pelo titulo mundial de 2004.
Ainda com somente 80% da sua elasticidade, 24 anos de idade e um sonho de trazer o título mundial novamente para Coolangatta, Mick tem treinado diariamente no Superbanks, sempre muito rápido nas manobras e com um estilo impecável, além de conhecimento de cada litro de água do Superbanks.
“Eu estou me sentindo bem, apenas aprendendo a surfar novamente. No momento, estou me sentindo apenas com 80 por cento do meu potencial, isso é o que eu sinto. Pelo menos estou chegando bem perto. Acho que é só fazer um pouco mais de alongamento e yoga para estar em forma”, informa Fanning, que deu show de surf no swell provocado pelo ciclone Kerry no mês de janeiro aqui no Superbanks.
Apesar de todo o sofrimento, Mick bem que curtiu estar em casa e ter a oportunidade de refletir sobre a sua vida.
“Ano passado eu estava levando muito a sério o tour, e, na verdade, eu não estava mais curtindo muito o meu surf. Era um trabalho para mim e eu estava ficando exausto. Eu não queria mais ir surfar na maioria das vezes que eu tinha que entrar na água. Com o acidente, por um lado foi ruim para mim, mas por outro foi ótimo. Pude realmente parar e ver onde eu quero chegar e o que eu tenho de fazer para alcançar meus objetivos. Na minha carreira tudo aconteceu tão rápido que eu nunca tive tempo para parar e ver o que estava acontecendo na carreira de surfista profissional. Esse break me mostrou o que realmente quero no surf e na minha vida em especial” explica Mick Fanning.
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Mick Fanning surfou de bodyboard enquanto esteve machucado. Foto: Guto Amorim / Superbanks Image. |
“Venho há mais de 15 anos para a Austrália pelo menos uma vez por ano e me sinto muito à vontade aqui em Coolangatta, onde fui segundo colocado em Burleigh no ano de 98. E tenho vários amigos locais que sempre me incentivam bastante”, destaca o atleta da MCD que terminou o ano de 2004 na décima colocação.
Entre as sessões diárias, Peterson aproveita para estudar inglês. “Resolvi estudar para aprimorar a minha gramática. Também estou treinando com o David Davidson (local de Snapper que treina a campeã mundial Sofia Mulanovich, entre outros atletas de elite) e tento surfar pelo menos três horas por dia para ficar no rip”, afirma Peterson.
“Eu gosto da Gold Coast e acho importante essa adaptação com os point breaks aqui da região, além de estar surfando ao lado do Parko, Mick, Deano, Luke, Occy, essa galera que está sempre elevando o nível de competição”, diz o Bronco.
“The Animal”, apelido dado por Gary Elkerton aqui na Austrália no final dos anos 90, tem bons planos para 2005.
“Quero ver se consigo fazer ao menos uma semifinal aqui na Gold Coast e ganhar a etapa de Bell’s, que é meu sonho. Quero sair da Austrália como líder do circuito. Eu já fiz bons resultados em quase todas as etapas nos meus 11 anos de WCT. Pretendo colocar todos esses resultados num só ano e levar o titulo mundial para o Brasil”, diz animado.
Outra promessa para a temporada é o norte-americano Kelly Slater, que já está planejando utilizar as pistas do Superbank para aquecer as turbinas para o sétimo título mundial. “Eu iria amar vencer mais um titulo mundial”, confessa Slater.
As metas do maior ícone da história do surf estão claras. “Você tem que estar focado para o ano inteiro, mas também focado em cada bateria, cada remada, cada onda que você surfa, e dai focar a longo prazo também”, imagina o Top da Flórida.
Um fato interessante que vem acontecendo com Kelly durante o Quik Pro é que ele vem perdendo para o campeão nos últimos três eventos da Gold Coast – Mick Lowe (2004), Dean Morrison (2003) e Joel Parkinson (2002), todos australianos.
“Não é tão ruim perder para o campeão do evento, eu penso. Eu tenho me sentido forte nos meus começos aqui na Gold Coast nos últimos anos e eu adoraria ganhar aqui novamente”, completa Kelly.
Confira aqui no Waves Austrália, com Guto Amorim e o fotógrafo Daniel Levy as fotos e comentários da abertura do WCT 2005, com entrevistas, festas, lançamentos, galeria de fotos e muito mais.