Gabriel Pastori

Hasta la vista, baby

Gabriel Pastori, México

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Depois de alguns anos seguidos utilizando minhas férias do meio da temporada para desfrutar das ondas da Indonésia, tomei a difícil decisão de mudar de roteiro e conhecer o México.

 

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Vários amigos já tinham ido para lá algumas vezes e só falavam coisas boas do país. Entrei de férias no dia 23 de junho e no dia 27 meu voo partia com o destino final para Puerto Escondido.

 

A cidade fica cerca de 13 horas de ônibus ou uma e meia de avião da Cidade do México, capital do país. Ao descer do avião na capital, comprovei a primeira informação dos meus amigos que já conheciam o local.

 

O calor era enorme e comecei a imaginar como seriam os próximos 35 dias ali. Como eu não tinha conseguido um voo direto para Puerto, fui para a cidade de Huatulco de avião e depois peguei um taxi de uma hora e meia até lá.

 

As vantagens são o preço do voo para Huatulco, normalmente mais barato, e no aeroporto de lá não existe burocracia alguma quanto ao número de pranchas que você esta levando, diferente de Puerto.

Cheguei ao meu destino final à noite e já encontrei alguns amigos que estavam por lá. Peguei um quarto em um hotel em frente à praia de Zicatela por US$ 15 a diária.

 

Zicatela é a principal busca dos surfistas de diversas partes do mundo. Ela é uma praia comprida, mas as melhores ondas quebram numa área com cerca de um ou dois quilômetros, e é nesse perímetro que quase tudo acontece.

 

A maioria dos hoteis, restaurantes, bares e comércio está ali. Você não precisa se locomover muito para surfar as ondas tubulares do considerado “melhor beach break do mundo”. Muito conhecida por seus tubos enormes, Zicatela faz jus à fama praticamente toda temporada, mas não são todos os dias que o mar está grande.

 

Na verdade, boa parte do tempo as ondas rolam com tamanho mediano e fazem a cabeça da galera toda.
Apesar de Zicatela ser a praia mais conhecida, o México não se resume a uma onda apenas, não mesmo. 

 

Para começar, a cinco minutos de carro está La Punta, uma esquerda longa, muito boa para manobras e nos seus dia clássicos rola até uma seção de tubo. Alguns turistas ficam hospedados por lá mesmo. O lugar é bem tranquilo, as pousadas são simples e a praia é muito bonita.

 

Quando as ondas não estavam tão boas em Zicatela ou a galera estava afim de treinar umas manobras, pegávamos um taxi por US$ 2 e estávamos lá.

De carro, sentido litoral Norte, também existiam outras ondas. Não tive a oportunidade de conhecer todas elas. Fui apenas a Roca Blanca, que ficava a uns 40 minutos e proporcionou uma boa brincadeira. Outra opção ao Norte, e talvez a melhor delas, é Chacaua.

 

Acabei não conhecendo, mas meu amigo Julinho foi e disse que foi um dos melhores dias de surf da trip dele. A onda proporcionava tubos na hora da maré vazia e depois uma seção muito boa para manobras.

Já no sentido Sul, as opções são muitas. A cada ano que passa mais brasileiros vão ao México procurar as “direitas do Sul”. São quase 200 quilômetros de costa com diversas pontas rochosas e em quase todas elas existe uma direita perfeita. Muitas delas ainda desconhecidas.

Além de Barra, outras direitas então sendo descobertas na região, quase todas de difícil acesso. É necessário um carro 4×4, e mesmo assim, em alguns momentos, não se consegue chegar até a praia. Tive a oportunidade de conhecer alguns desses picos este ano.

 

Passei muitos perrengues, como caminhadas longas, carros atolados, passar por dentro de mangues, etc. Mas, no final, a recompensa faz valer o esforço.

Um fato estranho está começando a acontecer nessa região. Alguns locais (moradores) da cidade mais próximas, que às vezes nem são surfistas, estão cobrando cerca de US$ 10 para cada turistas poder surfar “as ondas deles”. 

 

Na verdade, eles dizem que você precisa de um guia local para chegar à praia e poder surfar. No entanto, muitas vezes esses caras nem conhecem as ondas e só querem a grana mesmo. É meio chato chegar numa praia deserta e ter que passar por isso, mas a verdade é que se tiver uma ondulação boa e as ondas estiverem bombando, você acaba esquecendo tudo isso.

Depois de quase 40 dias no México voltei para casa cheio de boas histórias, novas amizades e a certeza de que vou voltar em breve. Hasta luego México! Gracias por todo!

 

Foto de capa Arquivo pessoal Pastori

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