Surf Seco

Hawaii, terra do imprevisível

Taylor Knox, Reef Hawaiian Pro 2007, Haleiwa, Hawaii.

Taylor Knox pronto para o canudo em Haleiwa, Hawaii.. Foto: ASP Rowland / Covered Images.

Mais uma vez está aberta a temporada de caça às big waves. Agora, com o início da temporada havaiana 2007 / 08, chegou a “melhor parte do bolo”, segundo Neco Padaratz, legend brasileiro mais polêmico, agressivo, bom coração e de feelings exacerbados na alma.

 

Ele definiu o Hawaii como aquela parte de bolo que tem a cereja e eu captei.

 

Como dizem por lá, no North Shore do Hawaii, a terra do imprevisível, é a hora em que os homens se diferenciam dos garotos.

 

A primeira etapa da Tríplice Coroa, em Haleiwa, bombou 10 pés plus pesado.

 

O tradicional Hawaiian Pro, que tem o patrocínio da Reef, trouxe uma competição de onda grande animal e, com o resultado, veio uma surpresa para o WCT 2008.

Roy Powers dá show no Reef Hawaiian Pro 2007 e volta ao WCT em grande estilo. Foto: ASP Kirstin / Covered Images.

 

Na impressionante vitória do “kauaiano” Roy Powers, as morras de Haleiwa ficaram pequenas perto do surf power do “Roy Rangers”. 


Com uma determinação de um gladiador polinésio, o havaiano se incluiu no WCT 2008 de uma maneira avassaladora, talvez a maneira que mais imponha respeito. 

 

E foi de uma forma muito impressionante, tirando 9,17 e 9,67 nas duas ondas da final.

 

Outro destaque foi para as manobras na orelha de backside e ultra-radical nas maiores da série, do havaiano Sean Moody, que fez a final e ficou em quarto.

 

Os “cooly kids” – garotos de Coolangatta – podem ser considerados hoje como o contigente mais perigoso do tour.

 

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Sean Moody mostra força dos locais. Foto: ASP Towner / Covered Images.

A turma da Gold Coast, formada por Parko, Fanning, Morrison, Durbidge e Jay Thompson, é muito boa, principalmente quando o cenário é de tubos, ondas pesadas e correntezas. Os caras têm um rip de remada e de surf bem desenvolvido.


A performance brasileira foi melhor representada por Rodrigo Dornelles, que está com uma versatilidade animal, arrepiando em qualquer onda, e Heitor Alves, que roubou a cena detonando as ondas com agressivas manobras de backside nas morras, construindo uma boa reputaçao e derrubando o mito de que o surf nordestino só funciona em marola.

 

No duelo em que perdeu, Dornelles pegou “a onda” da bateria. Se completasse, poderia ter arrancado um 10 unânime naquela morra de 12 pés.

 

Heitor Alves foi um dos destaques brasileiros. Foto: Bruno Lemos / Lemosimages.com.

Acho que ele mesmo sabe disso, porém, depois de um grande drop e uma curva perfeita, na hora em que subiu e foi travar na parede para pegar o maior tubo que rolou no dia, a turbulência puxou sua prancha para cima e ele voou de ponta-cabeça lá de cima, no meio do tubo.

 

Foi uma vaca espetacular e Dornelles, mais do que ninguém, sabe a conseqüência do “depois daquilo”. Só ele sentiu a potência do caldo.

 

Alguns brasileiros tiveram seus momentos, passando uma ou duas fases, mas um resultado de ponta para avançar no ranking não veio desta vez.

 

Agora é a vez de Sunset Beach, outra etapa 6 estrelas Prime valendo 3000 pontos e a última oportunidade do WQS para pontuar. Ali, se estiver grande, é mais difícil ainda para todos.

 

Vamos acompanhar a prova final num cenário em que as improváveis coisas podem acontecer. Welcome to Hawaii…

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