O paraibano Fábio Gouveia, o pernambucano Paulo Moura e o noronhense Caia de Souza possuem algo em comum além da grande experiência como profissionais e de serem nascidos no Nordeste.
Apaixonados por Fernando de Noronha, os três já participaram de todas as 13 edições do Hang Loose Pro Contest no paradisíaco arquipélago pernambucano.
A história de Fabinho, um dos maiores nomes do surf brasileiro, começou no ano de 1989. Na viagem realizada com Teco Padaratz para a edição brasileira da revista Surfer, o paraibano conheceu de perto as ondas do pico.
“Naquela época não tinha muita estrutura. Ficamos na casa de um oficial, sem água e luz, só tinha rato pra caramba (risos). Apesar de não ter dado muita onda, foi amor à primeira. Já na temporada seguinte pegamos um Bode clássico, aí nunca mais parei de vir. Pelo menos umas três vezes por ano”, conta Fabinho.
A melhor participação de Fia na competição foi em 2005, um quinto lugar no evento vencido pelo norte-americano Bobby Martinez na Cacimba do Padre.
“Foi muito bom, altas ondas. Peguei bons tubos bons, fiz nota 10 e o caramba. É impossível não dar onda boa aqui. Ontem (segunda-feira) mesmo não tinha nada e de um dia para o outro o mar subiu bastante”, diz Fabinho.
Já o pernambucano Paulo Moura, outro brasileiro que representou muito bem o país no antigo WCT (permaneceu por seis anos consecutivos na elite mundial), é tão apaixonado pelo arquipélago que há alguns anos resolveu juntar as malas e morar em Noronha.
Campeão da triagem do Hang Loose Pro Contest 2012, Moura possui até uma equipada lancha de pesca esportiva que atende dezenas de turistas da ilha na alta temporada.
“Minha relação com Noronha é muito especial, amo este lugar. Sempre foi uma onda que me ensinou muito. Eu venho há 21 anos e sempre passei temporadas de 3, 4 meses. Como agora posso ficar mais, comprei este barcão e estou colocando ele para trabalhar com os turistas. Mas também serve para diversão, quando não dá para surfar estou pescando”, relata Moura, que coloca a Cacimba como uma das melhores ondas do mundo.
“Com certeza é um dos melhores beach breaks do mundo e top 3 do Brasil. Nos dias clássicos, pode quebrar igual a Backdoor, Pipeline, Rocky Point, tudo em uma praia só. Então realmente é uma praia muito especial, atípica pras condições brasileiras. É um swell que vem da Europa e faz quebrar em condições únicas no país”.
Nascido e criado em Fernando de Noronha, Caia Souza é um homem de poucas palavras. Sempre com semblante sério, ele é um dos surfistas mais respeitados do arquipélago e conseguiu cravar seu nome no seleto grupo de surfistas que participaram de todas as 13 edições do evento na ilha.
Sua melhor participação foi em 2008, quando obteve a 18o colocação no evento vencido pelo carioca Raoni Monteiro.
“Acho maravilhoso receber o pessoal, a gente mata a saudade dos velhos amigos do circuito. Pena que desta vez eu competi no sacrifício, já que estou com a coluna machucada”, diz Caia, eliminado na décima segunda bateria da primeira fase por Jerônimo Vargas e Gabriel Medina.
Caia tem como pico preferido o point break do Boldró e, em tom de brincadeira, enxerga apenas um único defeito do evento em Noronha. “O crowd aumenta um pouquinho”, afirma o surfista em um raro momento de descontração.
O catarinense Marco Polo e o ceraense André Silva são outros atletas que já participaram de todas as 13 edições do Hang Loose Pro Contest em Fernando de Noronha. O potiguar Danilo Costa, o baiano Wilson Nora e o maranhense Álvaro Bacana já participaram 12 vezes, mas não disputam o evento deste ano.
A vigésima sexta edição do Hang Loose Pro Contest distribui 6.500 pontos no ranking unificado da ASP, além de US$ 250 mil de premiação total.
Clique aqui para ver o evento ao vivo.