Hobgoods dão show e brasileiros caem para repescagem

Damien Hobgood - Rip Curl Pro 2005, Woolamai Beach, Phillip Island, Austrália

Com a falta de ondas em Bells, Woolamai Beach, em Phillip Island, recebeu o Rip Curl Pro 2005. Foto: ASP World Tour/Karen.
Depois de uma semana de adiamentos consecutivos, o Rip Curl Pro finalmente foi iniciado nesta terça-feira, porém não em seu palco principal, Bell’s Beach, que não apresentou suas longas direitas para a comemoração do 33o aniversário do campeonato mais antigo do circuito mundial.

 

A segunda etapa do ASP Foster’s World Championship Tour 2005 começou em Phillip Island com um show dos irmãos Hobgood na primeira fase, disputada em boas ondas de 1 a 1,5 metros em Woolamai Beach.

 

No total foram realizadas as dezesseis baterias da primeira fase, com nenhuma vitória do Brasil, e as seis primeiras baterias da

Damien Hobgood deu show e marcou 18.50 pontos, maior média, e 9,50, maior nota da competição até o momento. Foto: ASP World Tour/Karen.
repescagem. Dos três brasileiros que já competiram na segunda fase, apenas Peterson Rosa avançou, com Jean da Silva e Renan Rocha eliminados da prova.

 

?Treinamos bastante e sempre tentamos fazer nosso melhor, mas hoje foi mais um dia duro para nós, brasileiros. Até deveríamos fazer melhor nestas praias com ondas parecidas com as do Brasil, mas mesmo assim não conseguimos nenhuma vitória na primeira fase?, disse Peterson Rosa, escalado como cabeça-de-chave da sexta bateria na terceira rodada.

 

Na primeira rodada Damien Hobgood recebeu a maior nota – 9,50 – e totalizou imbatíveis 18,50 pontos de 20 possíveis no segundo confronto do dia, logo depois de Peterson Rosa e Raoni Monteiro serem derrotados pelo australiano Dean Morrison.

 

Seu irmão gêmeo, CJ Hobgood, registrou 17,67 pontos e ocupava o segundo lugar na lista de recordes até o australiano Bede Durbidge somar 17,73 pontos na vitória sobre o potiguar Marcelo Nunes. Os oito brasileiros passaram em branco, não venceram nenhuma bateria e caíram para a repescagem.

 

Marcelo Nunes participou do confronto mais disputado da primeira fase classificatória e, apesar de ter terminado em último lugar na bateria, foi o que conseguiu a maior pontuação entre os brasileiros.

 

O potiguar começou bem com notas 7,5 e 7,67 em suas duas primeiras ondas, só que seus adversários foram ainda melhores. O norte-americano Cory Lopez recebeu nota 7,67 em sua primeira apresentação e 8,33 pontos na segunda.

 

Já o jovem australiano Bede Durbidge, um dos estreantes do WCT 2005, dominou a bateria a partir da sua segunda onda, quando arrancou um 9 dos juízes. Em perfeita sintonia com as séries que entravam em Woolamai Beach, Durbidge foi sacramentando a vitória a cada onda, com notas 7,17, 7,57 e 8,73 seguidas para fechar o placar com a segunda maior pontuação da primeira rodada: 17,73 pontos. Cory Lopez ficou em segundo lugar com 16,00 pontos e Nunes em terceiro com 15,17 pontos.

 

Antes dele, o cabo-friense Victor Ribas e o catarinense Neco Padaratz chegaram mais perto da primeira vitória brasileira no Rip Curl Pro 2005. Neco liderou sua bateria até os segundos finais, quando o baixinho australiano Michael Lowe arrancou uma nota 7,70 para superar o bicampeão mundial do WQS com um pontinho de diferença: 15,27 x 14,27 pontos.

 

O catarinense tinha notas 7,17 e 7,10 em suas duas primeiras ondas, mas Lowe entrou na briga com uma nota 7,57 em sua segunda apresentação para depois virar na terceira e última onda que pegou na bateria. O californiano Tim Curran terminou em último com 11,57 pontos.

 

Enquanto Marcelo Nunes conseguiu a maior pontuação entre os brasileiros, a maior nota foi recebida por Victor Ribas, que em sua primeira onda boa recebeu 8,67 pontos dos juízes. Só que o australiano Darren O’Rafferty começou forte com notas 8,00 e 7,17 e liderou toda a disputa. Vitinho ainda chegou perto da vitória duas vezes.

 

Na primeira, precisava de 6,16 pontos e recebeu nota 5,67. Rafferty ainda ampliou a vantagem em sua última onda – nota 7,43 – e Ribas fechou a bateria com uma nota 6,17, quando precisava de 6,76 pontos para reverter o placar. O resultado final ficou em 15,43 pontos para Rafferty, 14,84 pontos para Victor Ribas e o ex-campeão mundial Mark Occhilupo acabou em último com 10,50 pontos.

 

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O jovem Jean da Silva fez sua primeira participação no WCT e por pouco não avançou para a terceira fase, eliminado pelo veterano Luke Egan. Foto: ASP World Tour/Karen.

Já os outros brasileiros não tiveram muitas chances para disputar a classificação direta para a terceira rodada do Rip Curl Pro.

 

O paranaense Peterson Rosa e o carioca Raoni Monteiro entraram de cobaias na primeira bateria e não conseguiram encontrar um bom posicionamento no mar para pegar as melhores ondas.

 

O australiano Dean Morrison teve mais sorte e ganhou o confronto com apenas 13,50 pontos, contra 11,74 do Raoni e somente 8,83 pontos de Peterson Rosa.

 

Depois, o paulista Renan Rocha terminou em último lugar na sétima bateria, vencida com um show de CJ Hobgood. O jovem catarinense Jean

Darren O’Raferty em um bom momento durante o Rip Curl Pro. Foto: ASP World Tour/Karen.
da Silva competiu numa hora do mar que entraram poucas ondas e também ficou em terceiro lugar na vitória do australiano Joel Parkinson.

 

E o pernambucano Paulo Moura, que está recuperando-se de uma contusão nas costas, não chegou a ameaçar o californiano Shane Beschen, que numa virada espetacular na última onda derrotou o havaiano Kalani Robb por décimos de diferença: 15,77 x 15,60 pontos.

 

Moura somou apenas 11,60 pontos, enquanto Renan e Jean totalizaram somente 10,00 e 10,07 pontos, respectivamente.

 

A repescagem começou em seguida e o tricampeão mundial Andy Irons superou o convidado Ben Dunn na primeira bateria, garantindo vaga na terceira fase da competição. Depois foi a vez de o australiano Luke Egan despachar outro convidado, o jovem Jean da Silva, por uma pequena diferença – 13,00 x 12,84 pontos.

 

Na quarta bateria Renan Rocha perdeu para o havaiano Sunny Garcia novamente por uma diferença mínima – 13,67 x 13,33, em uma bateria de veteranos no WCT em que a experiência era a principal arma em ambos os lados.

 

Já o paranaense Peterson Rosa caiu na quinta bateria contra o novato australiano Kirk Flintoff e mais uma vez uma pequena margem de pontos definiu o vencedor. Rosa marcou 14,53 pontos para derrotar Flintoff, que somou 14,34 em suas duas melhores ondas.

 

A próxima chamada será feita às 7 horas desta quarta-feira em Woolamai Beach para a continuação das baterias da repescagem.

 

Primeira fase – Rip Curl Pro 2005

 

1 Dean Morrison (Aus) 13.50; Raoni Monteiro (Bra) 11.74; Peterson Rosa (Bra) 8.83
2 Damien Hobgood (EUA) 18.50; Toby Martin (Aus) 10.83; Frederick Patacchia (Haw) 7.47
3 Troy Brooks (Aus) 15.17; Sunny Garcia (Haw) 13.64; Shea Lopez (EUA) 5.67
4 Richard Lovett (Aus) 16.66; Nathan Hedge (Aus) 13.20; Luke Stedman (Aus) 7.77
5 Taj Burrow (Aus) 16.37; Bruce Irons (Haw) 14.83; Tim Reyes (EUA) 7.23
6 Phillip Macdonald (Aus) 14.43; Kirk Flintoff (Aus) 13.83;Luke Egan (Aus) 11.53
7 Cj Hobgood (EUA) 17.67; Trent Munro (Aus) 15.60; Renan Rocha (Bra) 10.00
8 Mick Fanning (Aus) 16.60; Andy Irons (Haw) 15.50; Ben Dunn (Aus) 11.66
9 Joel Parkinson (Aus) 12.30; Tom Whitaker (Aus) 11.43; Jean Da Silva (Bra) 10.07
10 Kelly Slater (EUA) 16.10; Jamie O’brien (Hav) 9.10; Chris Ward (EUA) 7.33
11 Jake Paterson (Aus) 16.57; Taylor Knox (EUA) 16.07; Lee Winkler (Aus) 14.93
12 Darren O’rafferty (Aus) 15.43; Victor Ribas (Bra) 14.84; Mark Occhilupo (Aus) 10.50
13 Michael Lowe (Aus) 15.27; Neco Padaratz (Bra) 14.27; Tim Curran (EUA) 11.57
14 Bede Durbidge (Aus) 17.73; Cory Lopez (EUA) 16.00; Marcelo Nunes (Bra) 15.17
15 Shane Beschen (EUA) 15.77; Kalani Robb (Haw) 15.60; Paulo Moura (Bra) 11.60
16 Daniel Wills (Aus), Greg Emslie (Afr), Travis Logie (Afr)

 

Repescagem
 

1 Andy Irons (Haw) 15,00 x 11,07 Ben Dunn (Aus)

2 Luke Egan (Aus) 13,00 x 12,84 Jean da Silva (Bra)

3 Jamie O?Brien (Haw) 13,33 x 8,00 Nathan Hedge (Aus)

4 Sunny Garcia (Haw) 13,67 x 13,33 Renan Rocha (Bra)

5 Peterson Rosa (Bra) 14,53 x 14,34 Kirk Flintoff (Aus)

6 Mark Occhilupo (Aus) 13,40 x 12,40 Tim Reyes (EUA)

 

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