Bum! Bum! Bum! Tem um monte de gente soltando rojão devido às últimas performances brasileiras nas etapas do WCT.
A verdade é que finalmente a justiça está sendo feita e os brasileiros estão alcançando os resultados que merecem no circuito.
Nós temos a base da pirâmide sólida, com o maior número de praticantes do esporte e uma estrutura amadora muito bem organizada. Ondas constantes e água quente por toda a costa.
Acabamos de ganhar mais um título mundial sub-18 com Alejo Muniz. Alguém tem dúvidas de que outras vitórias e, conseqüentemente, o título do WCT virão?
Mas, vamos aos fatos. A vitória de Bruno Santos em Teahupoo entra para a história como uma das mais espetaculares de todos os tempos.
Bruninho “quebrou” uma triagem com todos os grandes nomes e ondas clássicas que ultrapassavam 3 metros. Depois, venceu os melhores do mundo em baterias super disputadas, em ondas boas e de alta performance. Como ele mesmo declarou, “foi um campeonato completo”.
Conheci Bruninho no Hawaii no ano em que Pedrinho Henrique foi campeão mundial pro junior em Makaha. Ele era um garoto tranqüilo, consciente e não perdeu a oportunidade de surfar Pipe quando o mar subiu.
Torceu forte por Pedrinho em plena Makaha, num dia de semana só com locais. Depois disso, não perdeu um inverno, nenhuma chance de surfar Pipeline. Tranqüilo e rindo da “pilha”, Bruninho sempre demonstrou um caráter exemplar.
Por isso, fiquei muito feliz com sua vitória e, conseqüentemente, nome gravado na história do surf brasileiro. Bruno Santos, você merece! Queria também agradecer aos juízes da ASP por um trabalho justo e profissional no campeonato.
A vitória sobre CJ Hobgood foi apertada, mas justa, como também a “não virada” de Mineirinho na última onda. Assim dá gosto de assistir às transmissões.
Falando em Adriano de Souza, parabéns sem surpresa para ele. Cansei de dizer que é o melhor surfista da sua geração e, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, fico feliz pelos resultados estarem fazendo justiça à dedicação e ao talendo do guarujaense.
Mineiro está uma máquina e, mesmo na derrota, sabe exatamente o que fazer para virar a bateria e luta até o fim pela vitória. É o rei do WQS, principalmente em ondas pequenas, e sua carreira está sendo muito bem orientada.
Garanto que vai brigar pelo título nos próximos cinco anos. Infelizmente, este ano Mr. Kelly Slater dificilmente será superado. A estratégia de Adriano tem de ser a permanência no grupo dos top 5 ou até tentar quebrar a marca de Victor Ribas, terceiro colocado em 1999.
Os outros brasileiros estão no pelotão intermediário (Leo Neves, Rodrigo Dornelles, Neco Padaratz e Heitor Alves) ou devendo uma boa atuação, caso de Jihad Khodr. Parabéns especiais também para esses guerreiros.
Heitor Alves, pelas performances e coragem em Fiji e Tahiti. Boa, garoto! Isto que é exemplo para as futuras gerações. Dedicação, coragem e humildade. Leo Neves, dez no Tahiti e em Maldivas. Está na hora de fazer uma final no WCT.
Neco e Dornelles, experiência e raça. Vamos manter as brilhantes carreiras no WCT. Jihad, bom resultado no WQS, mas quero vê-lo quebrar em J-Bay! Bota a experiência de Matinhos para funcionar.
Como a maioria dos campeonatos na seqüência será em ondas favoráveis, a hora da virada está chegando. Uma coisa deve ficar clara para nós, brasileiros: para termos um campeão mundial, precisamos de um número maior de surfistas no WCT.
Então, é super importante que os nossos atletas se reclassifiquem, além de outros entrarem pelo WQS. Só assim os gringos vão aceitar um possível campeão mundial brasileiro.
Próxima parada: J-Bay. Com um time de cinco regulares, dá para esperar um bom resultado. Vamos torcer!