Billabong Pro Junior

Ibelli ganha o mundo

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Caio Ibelli vence bateria extra contra Garrett Parkes e conquista título mundial Sub-21. Foto: © ASP / Kirstin.

O paulista Caio Ibelli é o novo campeão mundial Pro Junior da ASP. Ele faturou o título numa bateria extra, entre os dois surfistas que terminaram empatados no ranking das três etapas do circuito Sub-21 mais importante do esporte.


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O australiano Garrett Parkes chegou até a vibrar junto com toda a praia após a sua última onda e não se conformou com o resultado.

 

Ele não conseguiu os pontos que precisava e Caio Ibelli aumentou para cinco o recorde de títulos do Brasil em treze edições da categoria Pro Junior na ASP.

É a quinta vez que o Brasil garante a taça. Foto: © ASP / Kirstin.

 

“Ganhamos Brasil. Esse título é de todos vocês que acreditaram em mim e estiveram comigo todo tempo. Muito obrigado, Deus, sempre comigo, e eu sei disso”, postou Caio Ibelli no Facebook.

 

“Obrigado a Oakley, Ricardo Martins (shaper das suas pranchas), Pinga (Luis Henrique Sabóia da Oakley Brasil), pai, mãe, Lú, todos os meus amigos. Esse é nosso. Brasil na cabeça!”, completou Ibelli, minutos depois da conquista.

Garrett Parkes dominou a primeira metade da decisão do título. Abriu a bateria com uma nota 6,33, Caio Ibelli falhou em três ondas seguidas nas difíceis condições do mar e o australiano surfou outra onda parecida, nota 6,83.

Leila Hurst e Caio Ibelli comemoram em Burleigh Heads, Austrália. Foto: © ASP / Kirstin.

 

De tanto tentar, o brasileiro pega uma direita boa, ataca o lip duas vezes e acerta um aéreo reverse perfeito. Sem perder velocidade, segue aplicando manobras para ganhar nota 8,67 nessa onda. Depois faz uma regular – 6,07 – e abre 7,92 pontos de vantagem sobre o australiano, a 8 minutos do fim.

O australiano pega uma onda no último minuto, mas era fraca. Ainda entra outra melhor nos segundos finais, mais longa, Garrett Parkes acerta boas manobras antes de voar para um aéreo rodando sem as mãos e ainda ataca a junção na finalização. Ele acreditou que tinha conseguido a virada e a praia vibrou junto com ele. No entanto, nenhum dos cinco juízes deu mais do que nota 7,5 para ele. A média ficou 7,17 e Caio Ibelli ganhou o duelo dos líderes por 14,74 x 14,00 pontos.

Brasil 2 x 0 Austrália Foi a segunda derrota do australiano para os brasileiros no sábado em Burleigh Heads. Ele teve a chance de assumir a liderança isolada no ranking contra Filipe Toledo nas quartas de final. Era só vencer a bateria. Parkes também largou na frente, abrindo vantagem a cada onda. Mas, o ubatubense conseguiu uma virada sensacional nos 3 minutos finais. Saiu da “combination” (quando precisa de mais de 10 pontos) com uma nota 6 e na seguinte ganhou 6,37. A diferença caiu para 7,98 pontos.

Nos últimos segundos, novamente ignorou a prioridade de escolha do adversário, achou uma direita abrindo a parede, acelerou e mandou um aéreo 360 sem as mãos muito alto, incrível. Seguiu variando o seu arsenal de manobras modernas até o fim da onda e arrancou um 9,27 dos juízes, fechando o placar em 15,74 x 14,44 pontos. Filipe avançou para as semifinais e Caio Ibelli continuava líder do ranking, empatado com Garrett Parkes.

Empate consumado
Ele era o único que poderia superá-los, mas só com a vitória no Billabong ASP World Junior na Gold Coast. Então, teria que vencer mais duas baterias e surfou bem de novo contra o havaiano Nathan Carvalho em outro duelo emocionante em Burleigh Heads, apesar das ondas irregulares do sábado e de toda a semana num dos melhores picos da Austrália.

A disputa foi acirrada e Filipe Toledo acabou perdendo a chance de conquistar o título mundial em outro placar apertado, 16,50 x 15,26 pontos, desta vez com vantagem para o adversário. Com o resultado, o empate de Caio Ibelli com Garrett Parkes foi consumado e o campeão seria definido em uma bateria extra, vencida pelo brasileiro.

Surf off  E o título mundial de Caio Ibelli foi merecido. Pelas regras antigas de desempate nos rankings mundiais da ASP, ele também seria o campeão por ter vencido a etapa do Brasil. Dos três resultados, seriam computados os dois melhores e o brasileiro levaria vantagem com um primeiro e um quinto lugar, contra um terceiro e um quinto do australiano.

A categoria Pro Junior acabou estreando a “World Title Surf Off”, uma bateria extra entre os líderes do ranking para definir o campeão mundial. Com a vitória de Caio Ibelli sobre Garrett Parkes, o Brasil escreve mais um capítulo na história do esporte e da ASP.

Final de estreantes
Os outros dois surfistas que chegaram no sábado com chances de título perderam nas duas primeiras baterias do dia. O francês Medi Veminardi, da Ilha Reunião, barrou o australiano Jack Freestone, que buscava o bicampeonato mundial na Gold Coast. E o pernambucano Ian Gouveia não achou as ondas contra Wade Carmichael, que acabou vencendo o Billabong ASP World Junior na Gold Coast.

A final foi entre dois novatos no Circuito Mundial Pro Junior da ASP. O australiano Wade Carmichael que já havia barrado o agora campeão Caio Ibelli na terceira fase, bem como o havaiano Nathan Carvalho que parou Filipe Toledo nas semifinais, não competiram na primeira etapa em Bali, Indonésia, nem na estreia do Arnette ASP World Junior na Praia do Arpoador, Rio de Janeiro.

Havaianas campeãs Outro fato inédito aconteceu na categoria feminina. Leila Hurst se tornou a primeira campeã mundial Pro Junior do Havaí na ASP. Graças à vitória de outra surfista das ilhas sobre a australiana Philippa Anderson, que precisava ganhar o Billabong ASP World Junior para ficar com o título. Alessa Quizon derrotou Leila Hurst na semifinal, mas garantiu a festa havaiana em Burleigh Heads com uma larga vantagem de 13,67 x 8,67 pontos sobre a australiana na bateria final.


Resultado do Billabong Pro Junior


Masculino

 

1 Wade Carmichael (Aus)

2 Nathan Carvalho (Haw)

3 Filipe Toledo (Bra)

3 Medi Veminardi (Reu)

5 Jack Freestone (Aus)

5 Ian Gouveia (Bra)

5 Garrett Parkes (Aus)

5 Dean Bowen (Aus)

 

Feminino

1 Alessa Quizon (Haw)
2 Philippa Anderson (Aus)
3 Nage Melamed (Haw)
3 Leila Hurst (Haw)
5 Sarah Manson (Nzl)
5 Joanne Defay (Fra)
5 Felicity Palmateer (Aus)
5 Sarah Baum (Afr)

 

Ranking final da categoria Pro Junior depois de 3 etapas

 

Masculino

 

1 Caio Ibelli (Bra) – 17.000 pontos
2 Garrett Parkes (Aus) – 17.000
3 Davey Cathels (Aus) – 15.750
4 Jack Freestone (Aus) – 15.000
5 Filipe Toledo (Bra) – 14.750
6 Ian Gouveia (Bra) – 12.750
7 Marco Fernandez (Bra) – 12.000

7 Conner Coffin (EUA) – 12.000
9 Andrew Doheny (EUA) – 10.250
10 Medi Veminardi (Reu) – 10.000
10 Wade Carmichael (Aus) – 10.000

 

Feminino

 

1 Leila Hurst (Haw) – 20.250 pontos
2 Joanne Defay (Fra) – 19.750
2 Philippa Anderson (Aus) – 19.750
4 Dimity Stoyle (Aus) – 17.000

5 Alessa Quizon (Haw) – 16.500

Galeria de campeões mundiais Pro Junior da ASP

2011 em Bali, Brasil e Austrália: Caio Ibelli (Bra) e Leila Hurst (Haw)

2010 na Indonésia e Austrália: Jack Freestone (Aus) e Alizee Arnaud (Fra)

2009 na Austrália: Maxime Huscenot (Reu) e Laura Enever (Aus)
2008 na Austrália: Kai Barger (Haw) e Pauline Ado (Fra)
2007 na Austrália: Pablo Paulino (Bra) e Sally Fitzgibbons (Aus)
2006 na Austrália: Jordy Smith (Afr) e Nicola Atherton (Aus)
2005 na Austrália: Kekoa Bacalso (Haw) e Jessi Miley-Dyer (Aus)
2004 na Austrália: Pablo Paulino (Bra)
2003 na Austrália: Adriano de Souza (Bra)
2002 não realizado por falta de datas
2001 na Austrália: Joel Parkinson (Aus)
2000 no Hawaii: Pedro Henrique (Bra)
1999 no Hawaii: Joel Parkinson (Aus)
1998 no Hawaii: Andy Irons (Haw)