SuperSurf

Igor Moraes é 10

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Igor Moraes arranca nota 10 e totaliza 18.27 pontos na abertura do SuperSurf em Saquarema (RJ). Foto: Pedro Monteiro

 

Um dia lindo de Sol, céu azul e boas ondas de 4 a 6 pés na praia de Itaúna para abrir a etapa final do Oi SuperSurf 2015 na quarta-feira em Saquarema, Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

O grande destaque do primeiro dia foi o paulista Igor Moraes, recordista absoluto com 18,27 pontos somando a segunda nota 10 do ano nas esquerdas de Itaúna.

Outra atração foi o filho do bicampeão brasileiro Leonardo Neves, Valentin, com apenas 13 anos de idade se tornando o mais jovem a participar do SuperSurf em toda a sua história. Ele competiu na primeira bateria, vencida pelo campeão brasileiro de 2013, David do Carmo.

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Valentin Neves, 13 anos e filho do bicampeão brasileiro Leo Neves, é o mais jovem atleta a participar do SuperSurf. Foto: Pedro Monteiro

 

Os cariocas Pedro Scooby e Jerônimo Vargas e o pernambucano Halley Batista também brilharam, surfando boas ondas no Maracanã do surfe brasileiro. Na quarta-feira foram realizadas 23 baterias, as dezesseis da primeira fase e sete da segunda, com a oitava ficando para abrir a quinta-feira. A primeira chamada será às 7 horas na praia de Itaúna.

“A bateria foi bem disputada, o moleque (Arthur Maximo) começou com nota 8,0, mas felizmente eu conseguir achar boas ondas e estou amarradão em passar para a próxima fase”, disse Igor Moraes, que mora em Maresias, mesma praia do campeão mundial Gabriel Medina em São Sebastião. “Eu acho que é essencial fazer bem a primeira bateria para seguir confiante na competição e tenho boas lembranças de Saquarema. Eu já ganhei campeonato amador aqui e estou muito feliz por ter começado bem num evento mais importante como esse, que é sempre muito difícil porque os melhores do Brasil estão aqui”.

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Pedro Scooby avança à terceira fase com ótimas atuações em Itaúna. Foto: Nilton Gibao

 

A única nota 10 do Oi SuperSurf 2015 tinha sido recebida pelo também paulista Caio Ibelli num tubaço surfado na Praia da Joaquina, em Florianópolis (SC). Igor Moraes repetiu o feito na Praia de Itaúna, massacrando uma esquerda que abriu a parede para ele desferir uma série de cinco manobras potentes executadas com pressão sem perder velocidade. Ele já havia conseguido uma nota 8,27 e totalizou imbatíveis 18,27 pontos de 20 possíveis para derrotar três cariocas. Na briga pela segunda vaga, Arthur Maximo levou a melhor sobre Matheus Faria e Saulo de Souza para também avançar para a segunda fase.

Igor Moraes descreveu como foi a onda nota 10 na Praia de Itaúna: “Quando eu entrei na onda, nem achei que ela ia render tanto. Era uma onda menor, mas eu consegui fazer uma manobra muito boa no começo dela, a onda foi abrindo e fui manobrando até o final com pressão, então estou muito feliz pelos juízes terem dado nota 10. Eu acho que a primeira manobra realmente fez a diferença e agora é manter a concentração para ir avançando na competição porque hoje foi só o começo ainda e tem muita coisa pela frente para eu conseguir um bom resultado aqui”.

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David do Carmo passa por dentro em Saquarema. Foto: Pedro Monteiro

 

Até Igor Moraes receber a nota máxima, a maior do dia era o 9,17 do carioca Jeronimo Vargas no oitavo confronto do dia, quando derrotou o bicampeão mundial Pro Junior Pablo Paulino, do Ceará, que passou em segundo para a próxima fase. Esta nota 9,17 chegou a ser igualada por Halley Batista na quinta bateria da segunda fase, encerrada com uma dobradinha pernambucana com Ivan Silva sobre os cariocas Pedro Neves e Thiago Barcellos. Na disputa seguinte estreou um dos ídolos de Saquarema, Raoni Monteiro, que até o ano passado integrou a elite mundial que participa do WCT. A condição do mar já estava mais difícil, sem tantas ondas boas, mas Raoni conseguiu a classificação em segundo lugar na bateria vencida pelo paraibano Raphael Seixas.

“O mar ficou bem difícil nesse fim de tarde, parou um pouco de vir ondas, o período (das séries) deu uma diminuída, então aquelas ondas que a gente viu de manhã já não existiam mais”, analisou o local do pico, Raoni Monteiro. “Ainda entraram algumas esquerdas boas, mas as ondas com um pouco menos de parede para as manobras e as séries demorando mais para entrar. Então, a minha tática foi meio errada, porque eu tentei pegar a primeira onda da série, mas ela não vinha e os moleques ficaram pegando ondas mais embaixo. Acho que vou ter que mudar essa tática nas próximas baterias, mas ainda bem que deu tudo certo, me classifiquei e estou amarradão porque estou em casa, com a torcida toda a meu favor e vamo que vamo, devagarzinho, bateria por bateria, tem que ser assim”.

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Halley Batista decola na praia de Itaúna. Foto: Pedro Monteiro

 

MAIS JOVEM DA HISTÓRIA – Como ficou em segundo lugar na sua bateria, Raoni acabou indo completar a quinta bateria da terceira fase, encabeçada por outro ídolo local de Saquarema que já fez parte da elite mundial, o bicampeão brasileiro de 2002 e 2003, Leonardo Neves. Os dois vão enfrentar nesta quinta-feira o pernambucano Halley Batista e o paranaense Victor Valentim. Léo Neves viveu uma emoção diferente na quarta-feira, vendo seu filho, Valentin Neves, de apenas 13 anos de idade, participando pela primeira vez de uma competição profissional importante como o Oi SuperSurf 2015. Ele acabou ficando em último na disputa vencida pelo campeão brasileiro de 2013, David do Carmo, com o carioca José Eduardo passando em segundo nesta primeira bateria do dia.

“Foi muito boa a experiência e estou feliz por herdar este talento do meu pai de ser surfista. Ele é o meu técnico, me apoia, me ensina muito e estou feliz por poder participar do SuperSurf, que é o melhor campeonato do Brasil. Esse era um sonho meu e estou amarradão em estar aqui”, disse Valentin Neves. “A bateria foi muito difícil, porque eu até comecei bem, mas não encontrei mais ondas boas no final. Eu peguei uma direita ruim que fechou rápido e não deu para fazer o meu máximo, mas foi bem manero participar do campeonato e nunca vou esquecer disso mais”.

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Raoni Monteiro joga duro no quintal de casa. Foto: Pedro Monteiro

 

O paulista David do Carmo é um dos vinte surfistas que vão brigar pelo título de campeão das quatro etapas do Oi SuperSurf 2015 e pela liderança no ranking brasileiro durante esta semana em Saquarema. Ele acabou tendo que competir desde o início porque não fez sua inscrição dentro do prazo e perdeu a condição de cabeça de chave para entrar só na quarta fase da competição, como o baiano Bino Lopes que lidera o ranking do Oi SuperSurf e o paulista Flavio Nakagima, número 1 na corrida do título brasileiro da temporada.

“Eu fiquei meio na dúvida se ia dar tempo de chegar aqui porque estava lá em Portugal disputando as etapas do WQS (Circuito Mundial), então acabei não fazendo a inscrição no prazo e tive que entrar na primeira fase, mas estou feliz assim mesmo pois Saquarema dá altas ondas sempre e vale muito a pena vir pra cá”, contou David do Carmo, que também comentou sobre enfrentar o filho de Leonardo Neves na sua primeira bateria. “O Léo Neves representou o Brasil vários anos no WCT, então ter o filho dele na bateria é um privilégio. É um garoto muito novo ainda, 13 anos só e já competindo num evento desse porte certamente será muito positivo pra carreira dele. É um aprendizado pra ele, um orgulho para o pai dele e o garoto pode ter um futuro brilhante pela frente”.

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Marco Giorgi prepara o ataque. Foto: Pedro Monteiro

 

Dos 155 surfistas de 13 estados do país inscritos no Oi SuperSurf de Saquarema, 73 estrearam nas 23 baterias realizadas no primeiro dia. A segunda fase continua a partir das 7h00 na quinta-feira com a oitava bateria, com o baiano Yagê Araujo e o paulista Felipe Oliveira estreando contra dois cariocas classificados da primeira fase, Jeronimo Vargas e Guilherme Tripa. Também na segunda fase outro campeão brasileiro fará sua primeira apresentação nas ondas de Itaúna, o de 2010, Jean da Silva. Ele está escalado na 12.a bateria, a quinta a entrar no mar na quinta-feira, junto com o também catarinense Bruno Moraes, o paulista Lucas Santos e Patrick Tamberg, único representante de Fernando de Noronha na principal competição do circuito da Associação Brasileira de Surf Profissional.