Nada mau para uma garota com 16 anos de idade desafiar as ondas do arquipélago havaiano. Acostumada aos fundos de areia no Brasil, a bicampeã catarinense de surfe amador, Manu Pacheco, teve que se adaptar aos corais das bancadas rasas do North Shore, uma experiência nova e desafiadora para uma novata no pico.
A garota se saiu bem, e aproveitou ao máximo sua passagem de um mês. Surfou as principais ondas do lugar, como Sunset, Pipeline (pequeno, como ressaltou), Ehukai, Haleiwa, Velzy e Rocky Point, estas duas últimas eleitas suas preferidas. “Gostei muito de Rocky Point, pois são ondas fortes e que proporcionam alta performance, ideal para quem está em busca de evolução nas manobras e velocidade no surfe”, declarou Manu.
O fator de ter um canal à disposição para entrar nos picos chamou a atenção da catarinense, diferente do que está acostumada em águas brasileiras. Essa facilidade de chegar ao pico sem tomar ondas na cabeça não salvou Manu de passar alguns apertos durante sua trip no Havaí.
Foram dois momentos de tensão enfrentados pela jovem surfista. “A primeira foi em Sunset, com séries de 6 pés, e com as ondas subindo rapidamente. Peguei apenas uma onda e saí do mar com a ajuda de uma australiana. A outra foi em Alligators, uma bancada longe da praia. Também peguei uma onda e saí com a ajuda de um local”, revelou. Perguntada sobre se tem arrependimento da ousadia, a resposta foi não.
Nesse turbilhão de emoções e adrenalina, Manu Pacheco pôde absorver experiências únicas em sua jornada havaiana. Uma delas foi surfar ao lado de grandes surfistas como a ex-top mundial Alessa Quizon, em Rocky Point, e Tia Blanco, em Haleiwa. “Não tirava os olhos delas em ação, tentava extrair o máximo dessa aula de surfe ao vivo que estava tendo o privilégio de acompanhar”, comentou.
Após sua volta ao Brasil, mal deu tempo de chegar em sua casa e desfazer as malas. Na mesma semana, Manu Pacheco embarcou para o Pará junto com a equipe catarinense de surfe para disputar a primeira etapa do Circuito Brasileiro de Surf Amador, na qual foram campeões.
Conversando com a menina, fica evidente a empolgação em seus gestos e palavras por tudo que passou num dos lugares mais emblemáticos do surfe mundial. Com o patrocínio novo da Vida Marinha, Manu Pacheco continua seu processo de evolução nas ondas. Ela sabe que para isso precisa de persistência e foco no objetivo traçado, e isso a jovem surfista mostrou que tem de sobra.