Visual de sonho de mais um secret perdido na região do norte do Peru. Foto: Luiggi Borgo / Freesurfer.com.br. |
Depois de seis longos anos sem visitar a costa peruana, embarquei para minha oitava temporada no país, mas parecia ser a primeira.
Senti uma mistura de adrenalina e ansiedade antes de desembarcar no aeroporto “Jorge Chavez”, em Lima.
Podia sentir o cheiro do Pacífico e imaginava a esquerdas nortenhas marchando uma atrás da outra, lisas e perfeitas. Não perdi tempo e parti para Mâncora.
Muitas horas depois cheguei no paraíso e me deparei com sol, água quente, mulheres e ondas perfeitas de até 2 metros, pois o swell estava abaixando. Dois dias antes tinha rolado Cabo Blanco com 3,5 metros.
Galera acampada na espera do swell na costa peruana. Foto: Luiggi Borgo / Freesurfer.com.br. |
Deixei as coisas na pousada em frente ao pico e corri para o mar. Fiz umas das melhores sessions de todas as temporadas.
Nos dias seguintes, com o mar menor, fazia alguns ‘bate e voltas’ para a região de Talara, ao sul de Piura, que renderam momentos incríveis e fotos alucinantes.
Depois de quase duas semanas em Mâncora o mar não saía de meio metro, decidi descer até El Faro, pico muito mais constante e com esquerdas muito longas.
Deixei as coisas na pousada Los Faroles e fui checar as condições do mar. Estava um pouco maior, mas ainda faltava ondulação para a onda mostrar seu potencial. Na tarde do dia seguinte o mar reagiu e a máquina começou a funcionar. Durante toda semana o mar esteve alucinante.
Depois de muitas idas e vindas de El Faro pegando altas, pintou uma trip nortenha para um secret nos arredores de Piura. Com tudo pronto, saímos eu, Nando, Nem, Ronaldinho, Kong, Pedrinho e Gu de El Faro às 23:30 horas e chegamos em Piura às 5:30 horas.
Esperamos o dia clarear para comprar os mantimentos, pois iríamos ficar acampados cinco dias, e descolamos uma van para nos levar até o porto, onde pegaríamos um barquinho.
Muitas horas depois, o bote nos deixou em uma praia próxima ao pico. Fizemos incontáveis viagens de uma praia para outra andando no meio das dunas, com o sol fritando nossos cérebros, para levar os mantimentos, pranchas, mochilas, etc.
Mas, todo o nosso esforço foi recompensado com cinco dias de altas ondas, com o maior dia apresentando 8 pés sólidos. No dia que partimos o mar estava perfeito com 4 pés, parecia uma pintura.
Já perto do final da trip peruana desci para Punta Hermosa para aproveitar um swell de sul que estava chegando. Mesmo essa sendo uma região de ótimas ondas, ficou de coadjuvante na história.
Nesta trip, as donas do show foram “las olas norteñas” e, mesmo depois de oito temporadas no Peru, conheci picos novos, confirmando que no surf a busca nunca termina.
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